...

...

Parabéns filho

O ano passado escrevi-te AQUI.
Este ano reitero o que te disse o ano passado e repito, como repetirei sempre, que te Amo. Muito. Tudo.
Parabéns filho, farei tudo para que sejas feliz. E prometo gritar menos...se te portares melhor, claro está...

O meu filho só pensa em sexo.

Em casa dos avós:
Gonçalo - Ó avó, onde está o avô?
Avó - Foi à rua, já vem...
Gonçalo - Mas foi onde? Fazer o quê? Demora muito?
Martim - Foi à procura de outra velhota para fazer sexo...
Avó (a conter o riso) - Estás a chamar-me velhota?!
Martim - Não, tu não és velhota, a outra é que é...

Nada mais a acrescentar.

Vai-te mas é embora, ó melga!

Ontem fui deixar os meus filhos em casa dos avós e de lá ia seguir para uma reunião. Entretanto fiquei à porta a trocar dois dedos de conversa com a minha mãe e estávamos nesse intuito quando o Martim vem, olha para mim e diz : "Ouve lá, não tinhas que ir para uma reunião? Anda lá avó...".
Que é como quem diz "vai-te lá embora, ó melga". E eu fui.

Se o mundo afinal sempre acabar....

... os lisboetas querem quinar nos centros comerciais desta cidade. Daí o trânsito infernal e os congestionamentos de doidos nos acessos aos centros comerciais, grandes superficies e afins.

Mai nada. Falidos e quiçá mortos mas nas compras.

Querias....

Querias ter uma semana de ferias românticas no inicio do ano? Pois não podes, que tens um julgamento dia 10 de Janeiro....

Posta essa impossibilidade, conformas-te e só querias esses dias de amor louco e sexo desenfreado (ou de dormir e apanhar sol completamente esparramada sem fazeres nada, nem o amor) fossem gozados na semana logo a seguir? Pois tambem não podes, porque um juiz trabalhadeiro considera o processo urgente e tens até dia 06 para contestares e 3 datas de julgamento marcadas para a segunda quinzena de Janeiro....

Conformas-te então com o facto inegável de que ainda não é desta que fazes o programa a dois, e contentas-te com tirar uns dias antes do Natal e entre este e o Ano Novo, para fazeres as ultimas compras, fazer uns programas com os miudos, talvez namorar tranquilamente no sofá de sempre.... Mas, pasme-se, tambem não podes porque o mundo se uniu contra ti e fez com que todos os teus clientes te apareçam com milhentas coisas urgentissimas que têm que ser tratadas já, com comités de crise à mistura e o camandro...

Querias, querias....  Mas não podes.

Porta-moedas vanijas.

Existem agora uns porta moedas a que parece que chamam "pachachas" ou "pachachinhas", agora estou na dúvida.
Nem me atrevo a tecer considerações acerca do nome (palavras para quê) quanto mais acerca fundamentação do mesmo. Só posso dizer que o meu "órgão" não é verde fluorescente nem fuschia...

Bem, os meus filhos têm esses porta-moedas e escusado será dizer que lhes foram comprados antes de eu ter descoberto o nome popular dos ditos (agora de repente até tremi ao pensar que pode ser esse o nome comercial, " olhe fáxavore eu queria um pachachinha verde lima... ", senhores, que medo!
Pois o Martim virou-se para mim ontem e disse-me :" ó mãe, a C. disse-me como é que se chamam estas carteirinhas....sabes como é?". Paralisei. Entrei em apneia. Engoli em seco. "Não Martim, não sei", lá consegui verbalizar. "São vanijas, porque sao como os pipis das mulheres". Dei uma gargalhada. Era "vaginas" que ele queria dizer.
Ah ah ah.

Há coisas que nunca mudam...

A propósito de compras de Natal e de shoppings, lembrei-me do que AQUI escrevi há um ano.
Este ano mais tranquilo. Talvez porque ainda falta uma semana e picos para o Natal.
AQUI

Filha ou mãe ou avó

Hoje foi tarde de compras no Colombo, com mamãe.
Foi uma tarde bem passada, até porque já quase nunca passo tardes sozinha com a minha mãe...
Parece que quando somos mães deixamos de ser filhas, parece que filhos são os nossos e não nós.
E as mães também passam a ser muito mais avós dos nossos filhos do que nossas mães.
Não está nada bem, isto!

Já ?!?

Hoje, ao ver o caderno do meu filho (como faço todos os dias) deparei-me com a seguinte informação, que passo a transcrever:
"Para teres saúde precisas:
- de ar puro
- de sol
Não experimentar:
- tabaco
- álcool
- outras drogas (haxixe, heroína, cocaína...).
O meu filho tem 7 anos.
Medo!

Porque é que não ouvem a mãe, hã?!

Meus ricos filhos, a mãe está careca de vos dizer que essa escolha clubistica é um erro crasso, pelo qual vão sofrer durante toda a vossa vida. Esse clube de que escolheram ser adeptos não ganha nada, niente, nicles, nunca. Este ano então até chega a dar dó....nos outros dá só pena.
Não vão na conversa do vosso pai, ouçam o que a mamã vos diz, que a mamã só quer o vosso bem.
Martim, passa para cá o meu euro da aposta, que, claro, perdeste. Com esse clube perdes sempre filho, vê lá se abres a pestana que ainda vais a tempo...

Para os meus homens, que devem estar mesmo a chegar, geladinhos e cabeçudinhos, uma só palavrinha: Miau!

Uma história como tantas outras...

Esta é a história de uma família que tinha uma vida normal, embora humilde, até que o azar bateu à porta.
Primeiro o marido ficou sem trabalho e a família subsistia com o que a mulher ganhava, a trabalhar a dias. Depois o marido arranjou trabalho, numa obra, mas nos primeiros dias de trabalho teve um grave acidente, tendo caído de um andaime e ficado em muito mau estado.
A empresa não tinha seguro. As operações e internamentos sucedem-se há mais de um ano. A mulher tem menos trabalho, devido à crise. O marido não ganha nada e esta gravemente incapacitado.a
Este casal tem dois filhos, um menino com 4 anos e uma menina com 13. Não têm dinheiro para quase nada e apesar da ajuda da família mais próxima (pessoas humildes que mal ganham para o sustento das suas próprias casas) foi confrontada com a falta dos bens mais essenciais. Muitos dias não têm o que comer. Duas crianças. Comem mal. Passam fome. Duas crianças.
Uma história como tantas outras. Uma história que amanha pode ser a minha. Ou a vossa. Uma história que podemos ajudar a ser menos triste.

Quem quiser contribuir com bens alimentares, com roupas para as crianças, com dinheiro para a luz ou para o gás, pode entrar em contacto comigo que eu recolho e depois entrego.
Qualquer contributo é bem vindo.

Obrigada

Por momentos....

... pensei que os Maias se tinham enganado e que o fim do Mundo era,não no dia 21 conforme previsto, mas hoje, que choveu como se não houvesse amanhã (lá está!).

Mas felizmente parece que ainda tenho mais uns dias para tratar dumas coisinhas que tenho de fazer antes de isto ir tudo pro escambau...
Assim de repente, lembro-me que ainda tenho que fazer a árvore de Natal (com a grande vantagem que, acabando o mundo, não tenho que a " desfazer"), arranjar os pés (não vá dar-se o caso de o céu existir e de eu ir lá parar e, com as asperezas que tenho nos calcanhares ainda furar alguma nuvem) e pagar o selo do carro (que o c....ão do Gaspar é menino para arranjar forma de sobreviver só para me intentar um processo de execução fiscal para cobrar o dito imposto, com o devido acrescido e, claro, juros de mora a taxas só praticadas pela administração fiscal portuguesa, e ir penhorar a minha nuvem).



A primeira cábula do meu filho

Como já aqui disse, o Gonçalo hoje teve teste de Estudo do Meio. E quando o pai o levou à natação, no final do dia, confessou-lhe atrapalhado que com medo de se esquecer da palavra, escreveu "fecundação" na borracha. Mas prontamente esclareceu que isso não saiu, pelo que não foi preciso ler a borracha.

Fez, portanto, a sua primeira cábula.

E quem vir a borracha anda pensa que o rapaz queria dizer um palavrão quando na verdade era só um auxiliar de memória.
Fecundação, muito bom!

Coisas sobre as quais podia falar, aqui e agora.

Hoje podia falar da gravidez da Kate mulher do William filho da Diana e do camafeu e enteado da "jeitosa" da Camilla. Parece que a Kate, para gáudio daqueles que ainda a moça não tinha aterrado da viagem de lua de mel lhe adivinhavam uma barriguinha proeminente, está finalmente de esperanças. Mas não, não vou falar sobre isso.

Podia também falar dos meus dias de estudo com o meu filho mais velho, que esta semana tem testes. Hoje foi o teste de estudo do meio e ontem estudámos tudo quanto era sistema, do digestivo, ao respiratório, passando pelo circulatório, pelo escretor ou urinário e pelo reprodutor (sim sim, com espermatozoides e fecundação à mistura) e devo dizer-vos que já estou perita na matéria. Amanhã será o teste de língua portuguesa, o que equivale a dizer que hoje estivemos a rever a matéria dos nomes comuns, próprios e colectivos, das formas das frases, dos tipos de frases, dos adjectivos, das silabas tónicas e átonas (pela minha rica saúde se eu me lembrava que as silabas não tónicas se chamavam silabas átonas), das acentuações agudas, graves e esdrúxulas.... Quinta-feira será de Matemática, mas ainda não estou preparada psicologicamente para as p... das tabelas que os pobres miúdos têm agora que usar para fazer contas básicas e que com uma multiplicacaozinha da treta, com tabuadas que já aprenderam, demoravam muito menos tempo e eram muito mais obvias. Pelo menos para mim. Mas não, também não vou falar sobre isto.

Também podia hoje e aqui falar das novas regras de facturação e envio da informação referente à facturação às finanças até ao dia 8 do mês seguinte, regras que estão a por empresas, pequenos empresários e contabilistas em polvorosa, e com razão, que a coisa é de loucos. Mas não, não vou falar sobre isto. Até porque a partir de certa hora não posso falar sobre coisas que impliquem o Gaspar e as finanças, sob pena de não pregar olho a noite toda ou, pior ainda, ter uma noite de pesadelos sucessivos e horrendos, daqueles que acordo a chorar baba e ranho com o coração aos pulos.

Vou, sim, falar sobre a fatia do Melhor Bolo de Chocolate do Mundo (o verdadeiro e original) que acabei de devorar, mas, note-se, sem alarvisses, antes com jeitinho, ternura e verdadeiro prazer. E da outra que ainda está no frigorifico a chamar por mim, primeiro de uma forma quase silenciosa e neste momento aos gritos, fazendo-me pôr os dedos nos ouvidos como se de tampões de tratassem, para evitar ouvi-la (à fatia, que grita desesperadamente por mim, que diz come-me, devora-me todinha e no final lambe as beiças, por favor, vem, come-me, vais ver que te arrependes mas que ainda assim vai valer a pena) e, consequentemente, levantar-me deste sofá onde ainda jaz um prato com resíduos da fatia já devorada (poucos resíduos, é verdade, mas ainda assim resíduos) e ir a correr para a cozinha transformar a outra (fatia) em meros resíduos.
Este bolo é, de facto, qualquer coisa de divinal! Eu, que nem sou muito fã de chocolate e doces de chocolate (os de ovos são uma perdição maior para mim) fico tresloucada com este bolo de chocolate, não sei se pelo chocolate macio, quase mousse, e das boas, se por aquela espécie de bolacha em camadas fininhas e estaladiças....
Nham nham, já estou a salivar. Vou só à cozinha comer uma garfadinha, não consigo resistir....

A importância de olharmos um pouco alem do nosso umbigo

Vivemos tempos difíceis, não é novidade.
E pelo que se me afigura este estado de coisas não é passageiro, muito pelo contrário, tende a piorar nos próximos tempos, adivinhando-se dias (anos) pouco risonhos para este país à beira mar plantado.

Todos os dias conseguimos deprimir um bocadinho mais. Todos os dias perdemos um punhado do (pouco) optimismo que (pelo menos alguns de nós) ainda conseguimos ter. Todos os dias deixamos pelo caminho um pouco da esperança que "isto" dê a volta rapidamente.

E nestes tempos que vivemos é essencial despertarmos a nossa consciência social, é preciso intervirmos, agirmos, não nos ficarmos pelos queixumes. É preciso deixarmos de seguir a máxima de que "pimenta no cú dos outros para mim é refresco".

Que fique já claro que, com isto, não estou por qualquer forma a subscrever ou a concordar com as declarações  do 1º Ministro, que nos chamou de piegas (piegas é a mãe dele e infelizmente casou-se, e pô-lo no mundo, que vivia tão bem sem ele).
Com isto quero dizer que já que infelizmente não podemos contar com o Estado-Social (acho que todos temos consciência disso, neste momento) está na altura de deixarmos de olhar apenas para o nosso umbigo e passarmos a levantar a cabeça, olhar à volta e reconhecer que há quem esteja bem pior que nós, quem não tenha para onde se virar, quem já tenha perdido todas as esperanças, todas as forças.

Como cidadã, como mãe, como pessoa, preocupa-me (entre muitas outras coisas) que haja crianças neste país que só comem na escola. Crianças cujos pais não conseguem comprar-lhes os materiais escolares de que precisam para estarem em igualdade de circunstancias com os outros colegas e, desse modo, conseguirem estudar, progredir, sonhar com um futuro melhor. Mesmo que nesta altura sonhar com esse futuro seja difícil. Aflige-me existirem crianças que para terem livros escolares tenham que ser privadas, elas e as suas famílias, de bens essenciais. Pais que para poderem financiar as elevadissimas despesas escolares e de sustento dos seus filhos tenham que deixar de pagar a renda de casa.

TODOS NÓS PODEMOS FAZER ALGUMA COISA PARA MELHORAR A VIDA DE ALGUÉM. TODOS, SEM EXCEPÇÃO.
Porque para ajudar não é preciso só dinheiro, que esse sabemos que não abunda em casa de muitas famílias. É preciso sobretudo vontade, é preciso querer, é preciso sair da zona de conforto, é preciso repartir, pensar no outro. Levantar o rabo do sofá.

Custa muito, no final do ano lectivo, reunir lápis, canetas, mochilas e afins que sabemos que os nossos filhos não vão usar no ano seguinte e em vez de os encafuar numa gaveta qualquer contactar as escolas e associações de pais que têm bolsas de usados? Não, não custa nada, só um saco (se for do Continente nem custa o saco), um telefonema e uma viagem à escola.
Custa muito, no final do ano lectivo, pegar nos livros escolares e, em vez de os guardar na arrecadação dentro de uma caixa (caixa essa que, com sorte, os nossos filhos vão abrir quando saírem de casa para morar sozinhos ou para criarem a sua própria família, altura em que vão concluir que o melhor é deitar fora aquela tralha inútil), entregá-los nas escolas, nas associações de pais, noutras instituições que fazem essa recolha e posterior distribuição por alunos que os podem voltar a usar e a cujas famílias essa poupança na compra dos livros dá muito jeito? Não custa nada, só um saco um pouco maior e mais resistente (que os livros pesam mais do que os lápis), o mesmo telefonema e viagem.
Custa muito associarmo-nos a acções sociais e solidárias, promovidas por instituiçoes que fazem trabalhos notáveis nessas áreas, ou mesmo fazermos pequenas acções para com pessoas que estão mesmo ao nosso lado, nos nossos trabalhos, nas escolas dos nossos filhos, no café onde tomamos o pequeno almoço? Muitas vezes não custa nada, ou custa pouco.

Hoje ajudamos. Amanhã talvez precisemos de ser ajudados (que isto a descer, como diz o povo, todos os santos ajudam). E se ainda assim quando viermos a precisar não tivermos a ajuda de ninguém teremos sempre o consolo de que somos bem mais ricos do que muitos dos que têm muito mais do que nós.
Toca a mexer, minha gente!

Podem dar-nos o vosso instrumento, por gentileza?

Caríssimos,


A Associaçao de Pais da escola dos meus filhos e de cuja Direcçao orgulhosamente faço parte quer proporcionar aulas de guitarra aos meninos do 1º ciclo que frequentam as escolas do agrupamento. 
Já temos quem dê as aulas a um preço simbolico de €1 por criança e aula (obrigada André) e estamos a tentar proporcionar as aulas gratuitamente aos meninos carenciados, para que também eles possam ter acesso a esta actividade . 

Temos toda a boa vontade, temos professor, mas faltam-nos as guitarras.... 

Por acaso ninguém tem guitarras clássicas na arrecadaçao ou na garagem que não utiize e que nos possa doar? Os meninos agradecem. 

Ficamos à espera dos vossos instrumentos :).

Onde deixei o meu Eu?

Tenho, como já devem ter percebido, um grave problema que afecta a minha existência e que se resume a duas palavras e uma preposição: gestão de tempo.
Os meus dias são curtos para o que tenho a fazer, as horas passam a correr, as semanas voam. E em todas as horas, dias e semanas deixo sempre algumas (muitas) coisas que estavam nos meus planos e agenda por fazer.
E, logo, vivo num stress constante, sempre apressada, sempre atrasada, sempre como se estivesse numa corrida desenfreada para apanhar um comboio que passa dai a dois minutos quando ainda me faltam cinco (minutos) para chegar à estação ...

No regresso das ferias prometi a mim mesma ( e registei-o AQUI) pela enésima vez, que ia gerir melhor o meu tempo. E pela enésima vez faltei ao prometido. Provavelmente porque me tem faltado o tempo para me lembrar. Provavelmente porque ponho tudo e todos à frente de mim e das minhas prioridades. Provavelmente porque as minhas prioridades são, de há uns anos a esta parte (há 20 anos, talvez), todas menos as referentes à minha pessoa. Pior do que não fazer o que gosto é já nem me lembrar daquilo que realmente gosto, eu, a pessoa (maravilhosa, por sinal), a mulher (no sentido "gaja"). Ou saber sequer se gosto verdadeiramente de alguma coisa em concreto, eu, a pessoa, a mulher.

Estou portanto numa crise existencial, em que basicamente me apetecia bater com a porta e ir vender chinelos para o Tahiti. Quem diz chinelos diz agua de coco . Quem diz Tahiti diz Maldivas.

Deste modo, tenho mesmo que gerir (muito) melhor o meu tempo, para ver se esta passagem que é a vida me proporciona alguma felicidade, tranquilidade e realização pessoal.
Porque isto da vida não deve ser só ser mãe, filha, mulher (no sentido de cônjuge, que esposa é um termo que abomino), profissional.
Há-se haver também o Eu. Digo eu...

mags

Estava mesmo a precisar...

de ficar uma tarde inteira no sofá, a aboborar.
Foi assim a minha tarde de sábado, e que bem que me soube!

Até pode ter sido um desperdício mas com a neura que ando e com o tempo que está lá fora foi a tarde de perfeita....
E sou menina para assim continuar pela noite fora, com pequeno intervalo para jantar!

O admirável mundo das pilinhas

O meu filho mais novo tem uma fimose, que é como quem diz, tem uma pilinha que não arregaça.
Concordo que "arregaçar a pilinha" é uma expressão horrenda mas é assim que o Dr. das Pilas, como lhe chama o Martim, se refere ao fenómeno e quem sou eu para contrariar o Dr. das Pilas....

Bem, voltando ao tema, hoje foi dia de irmos ao Dr. das Pilas e ficámos a saber que afinal a pomada que usamos há uns meses para ver se a coisa (exacto) vai lá sem cirurgia está a fazer efeito e a pilinha do meu filho já arregaça. E não imaginam a festa que foi naquele consultório perante a primeira arregaçadela da pilinha (credo)! Nunca pensei que um arregaçar de pila me pusesse tão contente, essa é que é a verdade.

Depois da extraordinária descoberta, o Dr. das Pilas lá foi explicando que agora tínhamos que pôr a pomada duas vezes ao dia, com a pilinha arregaçada, e que o meu filho devia sempre arregaçar a pilinha para fazer chichi e para lavar, no banho, e que quando a pilinha estivesse dura devia arregaçar também pois só se nessas circunstancias o arregaçar não fosse doloroso e a pilinha não ficasse curvada é que o problema estava resolvido.
Perante tanta informação, e com tanto arregaçar, devo ter feito uma cara de anormal que o Dr. das Pilas me perguntou, com o ar mais calmo do mundo: "Sabe que os meninos têm que arregaçar sempre a pilinha para fazer chichi e para lavar, não sabe Mãe?".
E eu respondi: " Quer dizer, sabia que tinham que arregaçar para lavar mas para fazer chichi sinceramente não sabia....nem nunca tinha pensado nisso... Sabe, eu não tenho pilinha....".
"Jure!!", disse o medico a sorrir.
Fiquei verde, e certamente com uma cara de parva ainda maior.

Mas o que importa é que a pilinha do meu filho já arregaça.
E se vissem o orgulho que ele tem nisso! Um orgulho tão grande que mal entrou em casa foi a correr para o irmão, puxou as calcas para baixo e disse:" Olha mano, a minha pilinha já arregaça como a tua", e cá vai disto. Depois, foi correr para a empregada cá de casa e só não fez o mesmo porque eu cheguei a tempo. E quando o pai pôs a chave à porta lá estava ele, já de pila na mão.

Nada como uma pilinha que arregaça, para deixar uma pessoa feliz!

E é isto...

Neste dia a que posso chamar, sem mais, UM DIA DE MERDA, valha-me a visão do Jorginho (da novela Avenida Brasil) para animar a alma. Ai homem de Deus!

E é isto, que sobre o dia de hoje não me apetece nem pensar quanto mais falar ou escrever.

Estou que nem posso...

Resumo das minhas ultimas 30 horas:
- ontem estive a tarde inteira enfiada nos juízos criminais (e ouvi historias que nem vos conto mas de que deixo um cheirinho: sogra a quem o genro deu há uns tempos uns murros, deixando a senhora com um olho à belenenses, e há menos tempo uns chapadões e pontapés que levaram a senhora à urgência hospitalar, mas a quem a senhora sua sogra se refere como um bom rapaz - eu diria mesmo uma jóia de moço);
- esperei durante 2 horas e meia pelo julgamento que fui lá fazer (isto sempre a ouvir historias do arco da velha);
- no final do julgamento, que correu MUITO bem, passei no escritório para fazer umas pequenas coisas urgentes;
- fui para casa, fiz o jantar, jantei, arrumei a cozinha e fui a correr para uma reunião destas coisas de Associação de Pais em que há uns tempos para cá resolvi meter-me ( desconfio que estava, nesse dia iluminado, com a maior bebedeira da minha existência);
- a reunião acabou à uma da manha e nessa altura já a dor de cabeça que se me instalou ao final da tarde estava ao rubro, com direito a pontada no olho e tudo;
- fui para casa, deitei-me e acordei hoje de manha com a mesma dor de cabeça com que me deitei;
- lá fui eu para a sede do meu cliente e comecei o meu dia de trabalho a traduzir um parecer juridico para francês;
- ça veut dire que a minha dor de cabeça se superou e passou a ser uma dor desde o alto da testa até ao fundo do pescoço ( em certos momentos parecia ir até aos tornozelos ...);
- dia todo no cliente e saio a correr para ir buscar as crianças à escola, deixar o mais velho em casa e vir com o mais novo imaginem onde?? Ao treino de futebol , pois então!
- chegada ao futebol deixei a criança e fui à procura de castanhas, que amanha é festa de São Martinho e há que levar as castanhas (recado que terá sido dado ontem aos petizes mas que os meus filhos - quiçá porque mal me viram - se esqueceram de me transmitir);
- depois de procurar e encontrar as benditas castanhas, passei por uma roulotte de farturas e decidi que merecia pecar: comprei uma fartura e comi-a toda, com direito a lamber dedos ( para aproveitar todo o açúcar) e tudo;
De modos que estou com um enjoo tal que se me aparece algo oleoso à frente me vomito toda! Boa noticia: passou me a dor de cabeça....
E quando este treino acabar lá vou eu a correr para casa dar banho à criança para ir a correr ao shopping comprar um presente para mamãe, que hoje faz anos, e rumar (a correr, claro está) para o restaurante onde se dará a festarola.
Aproveito e deixo já aqui os parabéns à mamãe (Parabéns Mãe, beijo enorme, amo-te muito) não vá dar-se o caso de até chegar aos restaurante eu vir a ter um fanico...
mags

Isto deve ser mau sinal, deve deve...

Tiras as lentes de contacto, despes-te, fazes a tua higiene intima.
Procuras os óculos na bancada da casa de banho. Não estão lá.
Procuras na mesa de cabeceira. Também não estão.
Procuras na sala, na cozinha, por todo o lado onde poderiam estar. Não estão. Ponderas ligar à empregada às 11 da noite, para lhe perguntar, o mais calmamente possível, ONDE RAIO É QUE ENFIOU OS TEUS ÓCULOS. E se bem o pensas melhor o fazes.
Vais à mala e quando te baixas para tirar o telefone cai um objecto no chão, vindo da tua cabeça. São os teus óculos.
Pousas o telefone e pensas, "WTF, como é que isto veio aqui parar?! Eu não peguei neles, juro por Deus!"

Deves, nessas circunstancias, procurar rapidamente ajuda pois estás em velocidade de cruzeiro para a insanidade total....

Marta Gautier

O que me ri agora com a Marta Gautier no Herman, num monologo em que descrevia a ida à casa de banho na praia com uma criança acometida por vontade inadiável de ... isso mesmo. Igual, era eu a falar!

Já tinha lido uns textos dela e até já postei AQUI um deles. Ora espreitem lá!

É tão bom vê-los assim!

O meu filho Gonçalo hoje teve um dia em cheio! Festinha em casa de um amigo que já vem da creche, com outros 2 ou 3 amigos que também já são desses tempos (obrigada N., ele adorou o dia) e depois um dos amigos a dormir cá em casa.

Portaram-se os 3 lindamente, os meus dois filhos e o amigo do Gonçalo, que também é amigo do Martim, que conhece desde que nasceu.
Esta coisa dos amigos da vida é muito muito bom e cabe aos pais proporcionar que isso seja possível, e incentivar.
As conversas dos 3, todos deitados e à escuras, são do melhor!

Viva os amigos, essa é que é essa!

Mãe que é Mãe...

... leva seu filho ao treino de futebol e fica à espera do dito durante uma hora, ainda que tenha tido um dia de cão, ainda que chova a potes, ainda que o que mais lhe apeteça seja pôr-se a abóborar no sofá...
Mãe que é Mãe faz isso tudo e não refila.
Mas aqui a Mãe que é Mãe tem a expectativa de que aos 15 anos o puto assine um contrato de 16 milhões de euros, devidamente actualizado ao IPC dessa data. É o mínimo...


mags

Regresso à infância...

Hoje fomos ao Planetário.
Já não ia ao Planetário há anos... talvez há décadas... E o que eu gostava do Planetário, quando era miúda e ia lá, normalmente nas colónias de ferias promovidas pelo banco onde o meu pai trabalhava...

Pois hoje, duzentos anos depois voltei ao Planetário, e voltei a adorar. Acho que mais do que os meus filhos. Certamente mais do que o pai deles, que dormiu como um anjinho, iluminado pelas estrelas. Ele e a senhora minha sogra. Com os €9 dos bilhetes que pagaram para ir dormir mais valia terem ido aos pasteis de Belém, sempre tiravam algum proveito, eles e eu!

Já está!

Segunda feira acabou e eu consegui fazer tudo o que tinha para fazer. Tudinho. Mas a abrir, o dia todo e pelo serão fora....
A ida dos miúdos ao futebol, com o Pai, ajudou a terminar o dia a horas mais ou menos decentes e pouco antes de eles regressarem dei as hostilidades por terminadas.
Estou derreada mas tenho um estimulo para não me dar um fanico: amanhã há mais! Yupi...

Meu rico menino, tão espertinho!

A missão "Apoio ao Estudo" foi concluída com sucesso. Estudámos língua portuguesa, com forte incidência na gramática. Estudámos estudo do meio, ele foi distritos, ele foi arquipélagos e suas ilhas, ele foi sistema digestivo, ele foi sistema circulatório.
E minha gente, o que eu já aprendi (sim, que não pensava nas coisas há tanto tempo que nem posso dizer que relembrei) neste ano lectivo! Já sei o que é uma cáfila e um souto ( epa pronto, se calhar é básico mas eu não sabia), já sei pôr as ilhas dos Açores nos grupos certos (confesso que também não sabia todas, muito menos na ponta da língua), já domino os órgãos do sistema digestivo e todo o processo (desde o bolo alimentar, à formação do quimo e do quilo, tudo tudo que é uma maravilha), estou tu-cá-tu-lá com o sistema circulatório.
Estou banzada, com o que o meu filho já sabe, meu rico menino que é tão inteligente, tal e qual a mãezinha!

E ao final do dia ri-me a bom rir com este dialogo/monólogo que passo a transcrever:
Eu - Gonçalo, vai tomar banho.
Gonçalo - Espera aí, vou à casa de banho.
E foi. Sentou-se na sanita e, falando sozinho, disse em voz alta:
" Agora vou deitar fora o que o meu corpo não digeriu, o que não presta. Vou fazer as minhas fezes, que estavam aqui guardadinhas no recto e agora vão sair pelo ânus, que é como se chama o cu..."
Pausa.
"Claro que o corpo não precisa de vocês fezes, vocês cheiram tão mal que o corpo vê logo que não são nutrientes e não podem passar para o sangue.... Ficava um sangue mal cheiroso que era um pivete.... E se deitássemos depois esse sangue pelo nariz ou fizéssemos uma ferida e deitássemos sangue ninguém nos vinha ajudar, porque desmaiava com o cheiro....Fezes porcalhonas...."
Simples!

A parte das compras já está....

Acabámos de sair do Freeport e fizemos umas compras valentes para os miúdos: já estão aviados de casacos e ténis para a estação. Eles aviados e nós muito mais leves...
Agora, almoço em restaurante típico e simpático em Alcochete para depois recolhermos a casa e ao estudo. Que bom!

mags

Há dias em que tem que ser....

No final de um dia como o de hoje, depois de uma semana como foi esta que passou, na iminência de um domingo terrivel e de um inicio de semana de fugir, acho que tenho o legitimo direito (creio que até o dever) de comer uma deliciosa fatia de pão de Mafra mal cozido repleto de doce de tomate caseiro, a escorrer pela côdea.
E é o que vou fazer já de seguida. E depois vou dormir de barriguinha cheia, que é um consolo.
Até já estou a salivar....

Viva o descanso

Depois de uma semana de doidos, cheia de compromissos profissionais e de trabalho ( sendo que entre tantos compromissos profissionais sobra pouco tempo para efectivamente trabalhar, se é que me percebem), com peripécias de Associação de Pais pelo meio, eis que chega finalmente o sábado. Sábado em que aproveitei para, vejam só este programa fabuloso, trabalhar o dia todo. O dia todo, das 09h45 às 19h. Com uma pausa de 01h30 para almoçar, confesso a minha culpa...

E até ao final do dia de segunda feira ainda tenho que fazer uma acta de assembleia geral, uma contestação das boas e uma nota de culpa no âmbito de um processo disciplinar de um rapaz apanhado do clima.
E pelo meio, amanha, tenho que estudar estudo do meio com o Gonçalo (obrigatoriamente sistema digestivo e circulatório e, se possível, distritos, concelhos, freguesias e arquipélagos, com uma passagem pelos símbolos da bandeira ) e dar uma vista de olhos na gramática de língua portuguesa ( linguagem verbal e não verbal, nomes colectivos, mensagem, emissor, receptor, contexto, onomatopeias).

E ainda devia levar o Martim uma festa de aniversario mas como é na Venda do Pinheiro acho que me vou fazer de esquecida e depois logo o aturo um bocadinho, quando ele se lembrar. Afinal também não é de um grande amigo e com esta semana de loucos até me esqueci de confirmar a presença...

Ah, e vou ao Freeport em família amanhã logo pela manha, para abastecer os armários das crianças, que precisam de botas, ténis e casacos, o que já anda para fazer há 2 semanas, sendo que desta não passa senão o homem atanaza-me o juízo, que eu nunca faço nada. EU! NUNCA FAÇO NADA!

O que vale é que como hoje muda a hora o dia amanha vai render que é um disparate. Estou, por isso, perfeitamente destressada, nem me apetece partir nada, nem gritar, nem nada. Só chorar. É adormecer e acordar só quarta feira que na quinta é feriado. Ou no Verão...em plenas Maldivas.


Vou só ali desmaiar um bocadinho e já volto

Acabei de saber que além dos dois treinos semanais e do jogo do campeonato distrital - jogo que acontece todos os sábados de manhã e de que aqui já falei -, a equipa do meu filho Gonçalo vai também participar numa liga qualquer, com jogos ao sábado à tarde, entre o próximo sábado e Maio de 2013...
Parece que ao contrario do campeonato (que é todas as semanas) os jogos desta liga são só duas vezes por mês , o que é cá um consolo que nem vos passa pela cabeça.. E ainda tenho que pagar a entrada, a €1,50 a estopada!

Vou, portanto, ter uns sábados que é uma maravilha... Estou cá numa animação que vou só ali desmaiar um bocadinho para acalmar o excitamento e já volto.....
Ou então fico desmaiada para todo o sempre, não vá acordar e ser abençoada com um torneio qualquer aos domingos!

Meus ricos filhos, a mãe não é doida embora às vezes ande lá perto

Não sei se foi porque hoje choveu, o que me põe sempre de telha.
Não sei se foi porque constatei que depois de amanhã a hora vai mudar e vamos passar a viver em horário de Inverno, o que me põe anda com uma telha maior...e mais duradoura.
Não sei se é porque tenho trabalho de uma semana para fazer num dia.
Não sei.
Só sei que hoje tive tolerância menos cinco para os meus filhos e berrei como se não houvesse amanha. Não que eles se tenham portado especialmente bem mas a verdade é que também não fizeram nada de assim tão grave e não se portaram assim tão mal....
Depois de os deitar, aos berros claro está (porque tiveram a infeliz ideia de, enquanto eu estava ao telefone e, portanto, sem lhes ligar nenhuma, porem a sala como se tivesse sido trespassada por um furacão), lá fiquei a matutar e a remoer e conclui que se ser mãe e pai das crianças de hoje não é fácil, ser filho das mães e dos pais de hoje também não é pêra doce.
E ser meu filho não deve ser de facto um osso fácil de roer, pois em menos de um quê lá começo eu aos berros. Palpita-me que este meu stress, acompanhado das gritarias muitas vezes completamente despropositadas e desproporcionais face à "infracção" causa nas crianças um stress que não lhes fará lá muito bem.... Será que eles acham que eu sou doida? Será que eles pensam que me está a dar uma coisita má? Será que ficam a remoer na coisa?
Não sei, mas sei que tenho que começar a mudar isto em mim, pois até a mim me irrito, até eu tenho dificuldade em me compreender quanto mais eles....

Amanhã logo pela manhã vou dar-lhes um beijo e um abraço especialmente enormes e iniciar uma terapia individual, solitária e intrinseca para moderar os efeitos externos das minhas neuras e do meu stress. Prometo. Nem que tenha que recorrer aos drunfos...
Desculpem filhos.

Bem me parecia....

Ouvi hoje num telejornal que o Gaspar é primo direito do Francisco Louçã, facto que se calhar já era do conhecimento publico mas que eu desconhecia. E, pensei, é verdade que ambos têm um registo vocal semelhante, monocórdico e chato como o caneco.
Se o resto da família seguir o padrão aquilo lá em casa no Natal deve ser cá uma animação.... ainda nem o bacalhau veio para a mesa e já está tudo a dormir.


Até as crianças se indignam

Esta semana o Gonçalo perguntou-me o que era isto dos impostos e do aumento da carga fiscal e porque é que toda a gente está tão chateada com isso.
Pensei durante uns segundos sobre a melhor forma de lhe explicar e acabei por dar-lhe a seguinte explicação:
Eu - "Então filho, as pessoas trabalham e ganham um ordenado mas pagam ao estado uma parte do que ganham, têm uma casa e pagam todos os anos um imposto por terem essa casa...e agora querem aumentar muito o valor desses impostos"
Ele - "Não percebo..."
Eu - "Vou dar-te um exemplo. Tu tens uma semanada de €5. Eu pago-te a semanada e tu tens que entregar €1,50 ao Estado, ao governo. Isso é um imposto."
Ele - "Mas isso não é justo, assim eu afinal não ganho €5, só ganho €3,5..."
Eu - "Exacto, é por isso que as pessoas protestam, porque agora querem que paguem impostos mais altos. Por exemplo, no caso da tua semanada agora irias pagar mais, talvez €2..."
Ele - " Granda lata, assim só fico com €3 de semanada...e isso não dá para nada"
Eu - "Pois...."

E poupei a explicação da sobretaxa e do aumento sobre as casinhas do Lego, senão no fim de semana não me safava a ir a uma manif de protesto...

E fico por aqui não vá o Gaspar ser um leitor assiduo do meu blog e retirar daqui ideias de começar a taxar as semanadas dos putos, aplicando aos pais uma espécie de retenção na fonte e impondo que os valores auferidos pelas criancinhas a titulo de semanada (ou como prenda dos avós) entre como rendimento do agregado...
Mas também, se for esse o caso, é mais uma má previsão do Gaspar, que a partir de Fevereiro ou Março acabam-se estas benesses infantis e, consequentemente, a receita fiscal.

Só uma mensagensinha

Senhor Ministro das Finanças, Sr. Primeiro Ministro, Exmos. membros do Governo, Senhores Deputados e políticos em geral,

Dirijo-me a V. Exas. para vos deixar uma mensagensinha singela mas sentida.

Mas antes da mensagem que vos quero deixar, não posso deixar de enquadrar V. Exas., o que desde já passo a fazer.

Sou uma contribuinte da classe media, aquela com que vossas Exas. pretendem, firmemente e sem contemplações, acabar.
Não nasci nem cresci em berço de ouro. Sou, pelo contrário e com muito orgulho, filha de pessoas humildes, que bastantes sacrifícios fizeram para que eu pudesse estudar e ter um curso superior, o primeiro na família chegada. E que me transmitiram muitos e bons valores, não sei se sabem do que falo, talvez não...

A minha mãe, cabeleireira de profissão, começou a trabalhar com 11 anos e faz descontos para a segurança social desde os 15. Tem 62. Reformou-se este ano mas com penalização pois tem menos de 65 anos e como é trabalhadora por conta própria não tem direito à reforma por invalidez, a não ser que, suponho, estivesse tetraplégica. Felizmente não está. Tem só uma serie de hérnias na cervical, os pés e mãos completamente deformados pelas artrites ou artroses, um tendão do ombro que com o esforço de uma vida de trabalho e do movimento decorrente do acto de secar cabelos se rompeu e deu azo a uma intervenção cirúrgica de reposição, com a inerente fisioterapia durante mais de um ano e uma recuperação a muito menos de 100%, e o tendão do outro ombro a ir pelo mesmo caminho.
O meu pai, empregado bancário, reformou-se também este ano, antes que o obrigassem a trabalhar até aos 70 anos. Aproveitou os anos de descontos em que esteve na tropa e o facto de os bancos ainda terem um regime paralelo.
Os meus pais moram na mesma casa há 36 anos, casa que pagaram com muito esforço. Têm um único carro, de marca Renault, pois como não são ministros nem deputados não podem fazer flores com dinheiro dos outros.

Eu, eu estudei numa universidade publica onde entrei com media de 18 valores. Terminei o curso com 14 valores de media. Durante o curso fui fazendo uns trabalhos para ganhar uns trocos e juntar dinheiro. Nas ferias de Verão, pelo menos um mês. Fora das ferias, sempre que aparecia alguma coisa.
Enquanto fiz estagio de advocacia trabalhei num banco à noite, a fazer atendimento telefónico, tudo para, imagine-se a estupidez, ter uma vida melhor. Depois trabalhei durante mais dois anos em dois locais em simultâneo, saía de casa às 8h da manha, quando terminava um trabalho ia para o outro, donde saia nunca antes das 23h, isto de segunda a sexta pois ao sábado dava-me ao luxo de trabalhar só num emprego, das 09h à 18h/19h, e aos domingos cometia a extravagancia de descansar ou trabalhar só umas horas em casa.
Comprei uma casa. Dei uma entrada com o dinheiro que fui juntando e mobilei toda a minha casa com dinheiro que eu ganhei.
Tive um filho e passados 15 dias comecei a trabalhar a tempo inteiro, no escritorio. Troquei de casa, para uma maior. Podia ter comprado uma ainda maior ou ainda melhor mas, ponderada que sou, não quis dar um passo maior que a perna.
Fui trabalhar para uma empresa, onde tive outro filho, aqui já com licença de maternidade. Mas trabalhei durante toda a licença, a partir de casa (diariamente) e na sede da empresa (uma vez por semana, com o meu filho dentro do ovo). Fi-lo porque quis, não porque alguém me tivesse obrigado ou coagido. Fi-lo porque sou responsável e porque tenho uma profissão em que os problemas e as questões têm timings para ser tratados. E porque acreditei, ingenuamente, que apenas a trabalhar arduamente podemos progredir. Afinal bastaria meter-me na política e andar a lamber o traseiro a algum influente.... Estamos sempre a aprender!
Tenho uma doença crónica e não só nunca pedi a isenção de taxas moderadoras a que tenho direito (por achar que as minhas condições económicas não justificavam tal isenção) como me submeti a um tratamento bastante complicado em tempos físicos e psicológicos sem faltar um único dia ao trabalho e sem "meter" a baixa que podia ter "metido" e que implicaria que a previdência social custeasse o meu salário durante mais de 5 meses. Burra!
Em 2009 resolvi voltar à vida de advogada de Escritorio, por conta própria, situação que mantenho até hoje. Comprei o meu primeiro carro novo ( até aqui apenas tive carros em segunda mão), um bom carro é verdade, mas meu, pago com o meu dinheiro. Tenho empregada em casa, a quem pago a tempo e horas, com descontos para a segurança social, subsidio de Natal e ferias, imagine-se!
Tenho os meus filhos numa escola publica, por opção, porque me sinto no direito de exigir uma escola publica de qualidade e de lutar por ela. Por isso meti-me na Associação de Pais, ocupando assim parte do meu tempo de lazer a desempenhar um papel de cidadã empenhada. Cidadania, deveres cívicos, participação cívica, não sei se vos diz alguma coisa.... Talvez não pois como não é tacho nem traz regalias associadas (muito pelo contrario) não deverá fazer parte da vossa realidade....

Trabalho muitíssimo, em horário normal, à noite, sábados, domingos, feriados, quando tem que ser. Trabalho praticamente todos os dias nas minhas ferias. Estou rodeada de pessoas com problemas e faço o meu melhor para as ajudar, às vezes quase de borla. Pago uma brutalidade de impostos. Tento ser uma boa pessoa.

E agora vêm V. Exas. dizer que eu, como sou rica (??!!!) ainda vou pagar mais impostos, sendo que no meu caso e como trabalhadora independente que sou serei duplamente penalizada, como é do conhecimento publico.
Ou seja, pela primeira vez na minha vida sinto que não terei qualquer beneficio em trabalhar mais e ganhar mais, muito pelo contrario...Pela primeira vez na minha vida dou por mim a pensar em formas de contornar as minhas obrigações fiscais, em fugir da situação que sempre acreditei ser a correcta, a de ser honesta e pagar os meus impostos, a de trabalhar e contribuir para o crescimento, o meu, o da minha família, o do meu país.
Há algum tempo que deixei de acreditar em Deus. Há algum tempo que deixei de acreditar nos políticos. Mas agora não acredito neste país. Nem no futuro. Agora não consigo transmitir aos meus filhos que o futuro depende de nós e do nosso esforço porque isso não é verdade, como está bom de ver. Agora tenho ganas de lhes dizer, aos meus filhos, que estamos entregues a um bando de cabrões que se andam a encher à nossa conta há décadas e que somos governados, sistematicamente, por uma cambada de filhos da puta que mais não fazem do que tratar dos seus interesses e que mesmo nesta altura em que pedem sacrifícios ao povo não prescindem de nada. Nem das reformas que acumulam. Nem dos carros de luxo. Nem das dezenas de secretarias e motoristas. De nada.
Agora dou por mim com vontade de dizer aos meus filhos que não devem ter medo do papão ( que só existe nas historias infantis) mas sim dos governos e dos políticos. Esses sim, é que nos fazem mal e dão cabo de nós. Esses sim, é que andaram a viver à grande, gerindo este país ao arrepio de todas e quaisquer normas de boa gestão, assumindo compromissos impossíveis de cumprir, somando dividas atras de dividas, que nós e eles (filhos) vão ter que pagar.

Por isso meus senhores, a mensagem que tenho para vocês é simples: VÃO PARA A PUTA QUE VOS PARIU! Mas é de coração...

Espectacular!



Pois que a equipa de futebol onde o meu filho mais velho vai competir já tem calendário oficial e as equipas do seu campeonato são as seguintes:
- At. Povoense
- Vilafranquense
- Alverca
- Arrudense
- Juventude Castanheira
- Carregado
- FC Ota
- At. Malveira B
- Torreense
Tudo aqui ao ladinho de casa, portanto!

Estou tão mas tão contente... eu e o meu GPS, que vai ter que mostrar serviço....

E pronto ...

... cá estou eu em mais uma jornada futebolística infantil!

Hoje calhou -me o Martim, no campo do Sacavenense. Ao pai calhou o Goncalo, daqui a uma hora em Almada.
Ao final do dia encontramo-nos todos em casa e teremos um serão em família, esperemos que sem lesões
Ele há melhor programa para um sábado soalheiro? Há, mas fica para outras núpcias...

Viva os direitos das crianças e as actividades desportivas que nós, pais amorosíssimos, fazemos questão de proporcionar aos nossos filhos, para que eles cresçam saudáveis e com objectivos e hábitos que os desviem da má vida.
Viva!



mags

Isto só visto!

Apesar de haver coisas bem mais graves a afectar este nosso Portugal, não pude deixar de ficar estupefacta com o " pequeno lapso" referente à inclusão de um livro de poesia para adultos da Alice Vieira no Plano Nacional de Leitura, mais propriamente como livro recomendado para alunos do 2 ano ( no meu tempo, 2 classe).
E porquê? Porque pensava eu, na minha ingenuidade, que para efeitos da inclusão no Plano Nacional de Leitura haveria alguém, com competências para o efeito, que lia os livros, os analisava ainda que sucintamente, verificava a conformidade dos mesmos com os objectivos de cada ano de escolaridade e, consequentemente, os incluía exactamente onde? No Plano Nacional de Leitura, claro está, e recomendado para determinado ano de escolaridade.

Pois que não. Parece que não é nada disso. Parece que é a olho. Do tipo, "Alice Vieira, Rosa minha irmã Rosa, Lote 12 2 Fte, Chocolate à Chuva, putos. Putos, novesfora, 2 ano. Feito."
Deve ser isto... pensando bem talvez seja este critério que explica que a Luisa Ducla Soares seja recordista absoluta de presenças no PNL (não tenho a certeza que seja, mas no pódio deve estar). Ou que continuem a obrigar as crianças de 12 anos a ler esse terror da literatura lusa que é o "Bichos", do Miguel Torga (embora reconheça a eficácia deste livro para que as crianças passem a odiar ler, o que em alturas de crise como a que vivemos dá sempre jeito, que os livros estão caros comó catano).

Ora, salvo melhor opinião, este "lapso" não só demonstra uma total incompetência e inutilidade de quem dirige o programa como revela um total desrespeito pelos autores, pelos alunos e pelos pais, que andam todos contentes a pensar que seus rebentos andam a ler os livros que são mais adequados para as suas idades e para os objectivos do ano de escolaridade que frequentam e no entanto...
”Ó Ruben, tu não leias essas porcarias do Geronimo Stilton, tu lê os livros do Plano Nacional de Leitura que esses é que são bons livros, e para a tua idade".

Por outro lado, fico descansada por não ser utilizado o critério da mesa de cabeceira, senão nas ferias do Natal ainda tinha o puto a ler as não-sei-quantas sombras de Grey...


Erro de casting

Hoje na novela Dancing Days a má da fita viu o seu carro ser apreendido por um agente de execução, que lhe disse "sou agente de execução, o seu carro está penhorado por dividas ao banco, vou ter que o apreender".

E logo meu marido, ele sim agente de execução, disse: " olha para aquele fosquinhas, eu fazia isto muito melhor, tenho melhor aspecto e falo melhor...aquele ar de totó até deixa a classe mal vista...".

Erro de casting, amor, erro de casting...

A idade dos porquês

Porque é que este fim de semana não me pareceu assim especialmente grande? Porque é que amanhã já é segunda-feira? Porque é que vou ter uma semana com trabalho até ao camandro? Porque é que não me apetece nada ter esta semana que me espera? Porque é que o camião de ouro da SIC não estacionou à minha porta? Porque é que na sexta feira não me saiu o Euromilhões nem o joker? Porque é que tambem não me saiu o Totoloto? Porque é que há dias (muitos) em que me apetece fazer tudo menos aquilo que escolhi como profissão? Porque é que há tanta coisa que não é como gostava que fosse? Porque é que não posso ser rica e dondoca, que me assentava tão bem e me faria tão feliz?
Porquê? Porquê?


Não sei se chore ou se ria...

Uma tarde nos Juizos Criminais de Lisboa é sempre uma tarde bem passada.

Percepciona-se in loco esta triste realidade em que vivemos mas ainda nos rimos um bocadinho, desde advogados completamente apanhados do clima (mesmo) a arguidos com 20 anos e uma folha de registo digna de nota, é só escolher se rimos primeiro e choramos depois ou vice versa.

Uma levava ganza escondida nas cuecas para o namorado, que estava de cana no EPL, se descontrair um bocadinho e foi apanhada pela guarda prisional na revista da entrada. 20 anos, desempregada, pena suspensa, um filho, a morar numa casa da Câmara mas sem pagar renda porque não tem dinheiro nem trabalho. O MP pediu prisão domiciliaria. Bem sei que é crime mas por amor de Deus, era uma ganza não eram 100 gramas. E além disso o pobre coitado do namorado nem lhe sentiu o cheiro (nem a ela, que foi detida, nem à ganza) quanto mais fumá-la...

Outro foi roubar cobre a uma obra e foi apanhado. €35, era o valor. O cobre foi de imediato restituido ao seu dono. O rapaz tem um filho de 9 anos embora não pareça, ele proprio, ter mais do que 20. E uma folha de serviço espectacular, digna de alguem que já viveu 3 vidas de crime... Só em condenações em multa por condução sem carta já tinha tirado todas as cartas (carro, moto, camião e barco) e ainda comprava pelo menos um carrito em segunda mão.

Outro tinha o vidro do carro partido e o policia zeloso que detectou a coisa foi à procura dele e quando o levou até à viatura, enquanto se certificava que o carro era dele, encontrou lá dentro uma espingarda e uma catana, obviamente ilegais, que o senhor guardava no carro porque estava a mudar de casa. Fez-me lembrar a historia de um amigo meu que em tempos foi apanhado a guiar com uns copos e foi para a esquadra e quando lá estava apareceu um homem a guiar uma motoreta e a queixar-se que ia a entrar em casa quando levou com um azulejo ou uma pedra, já não me recordo, que um vizinho atirou pela janela e lhe acertou em cheio na mona. Até aqui tudo bem. O problema é que o queixoso estava alcoolizado e como ia a guiar a motoreta ficou detido. Parece anedota, mas não é.

Um advogado que lá andava era completamente tresloucado e enquanto decorriam os outros julgamentos falava sozinho, ria, gesticulava. Ah, e em 10 minutos explicou ali a todos os presentes na sala (antes da juiz entrar, ao menos isso) que esta crise se resolvia facilmente se o Banco Central Europeu emprestasse dinheiro aos paises  à mesma taxa de juro que empresta aos bancos. E ia por aí fora, se a Meretissima não tivesse entrado (embora ainda tivesse continuado a sua explicação durante a entrada da dita, mas depois como ninguem lhe ligou nenhuma lá se calou).

A juiz, fantástica. O procurador do Ministerio Publico tambem (à excepção da prisão domiciliaria para a miuda da ganza). Não lhes gabo a sorte e muito menos a profissão.
E pronto, é destas merdas que os tribunais estão entupidos. E eu, que já não ia há anos aos juizos criminais, constatei que pouco mudou. Nem sei se ria se chore. Ou ambos.

Quanto ao que lá fui fazer depois conto, quando o meu julgamento acabar, que com estas merdilhices todas no meu julgamento apenas foi ouvido o meu cliente, arguido num processo de difamação que lhe foi movido por um medico apanhado dos cornos e arrogante até mais não, e como já era tarde e temos que voltar na proxima semana para ouvir as 8 testemunhas, que lá estiveram 3 horas a conviver no hall.

Aí que o miúdo andou a ler A Cabana....

Gonçalo, hoje, ao adormecer:
- Mãe, como é que nós adormecemos?
- Então, estamos com sono, os olhos começam a fechar-se e puff, adormecemos...
- É como morrer?
- Não sei filho, nunca morri...
- Eu acho que morrer é ir para outra cidade, quer dizer, morremos e depois vivemos noutro sítio, com uma nova vida. E se nesta vida tínhamos uma vida boa ou éramos bons na outra vamos ter uma vida má ou vamos ser maus, se nesta vida éramos maus ou tínhamos uma vida má na outra vamos ser bons ou ter uma vida boa.
- .... Pois não sei... Quem é que te disse isso?
- Ninguém, é o que eu acho. Não achas?
- Não sei filho....

Querem ver que o miúdo acorda à noite e vai ler A Cabana!?! Será que sou a única céptica nesta casa!?! Um dia destes ainda sou surpreendida com um bilhete do Papá...ou com um SMS...ou quiçá com um pedido de amizade no facebook....Entretanto digo o quê à criança ?

Finalmente...

... já tenho unhas de gente!

E, pela primeira vez, experimentei fazer o buço (detesto esta palavra mas bigode ainda é pior) com linha, em vez de cera. É engraçado e não dói e é rápido.
Depois conto se dura mais tempo, menos tempo ou o mesmo.

E é isto!

Olha...

Afinal não é só o meu filho que quer ir vender ouro ao Ourocash, parece que o António Sala também vende os seus anéis e pulseiras por lá e investe em moedas de ouro!

Deve comprar tanta modinha, o senhor...

Resposta do Gabinete da Presidência à cidadã indignada e contra-resposta da cidadã indignada

Na sequência da reclamação desta cidadã indignada, o Gabinete da Exma. Sra. Presidente deu-me, em tempo record, esta resposta:

"Exma. Senhora Margarida Gonçalves,
Encarrega-me a Sra. Presidente da Câmara, Dra. Susana Amador, de começar por acusar a receção e agradecer o envio do seu email infra, o qual mereceu naturalmente a sua melhor atenção.
Quanto às questões nele constantes, suscitam-nos as mesmas as seguintes considerações e esclarecimentos:
1. Começando pela questão relativa aos Auxiliares (Pessoal Não Docente - Assistentes Operacionais), queremos esclarecer que não só este Município cumpre os rácios estabelecidos na lei para todas as escolas sob a sua responsabilidade, como ainda contratou, em regime extra-rácio, mais 22 Auxiliares, um encargo de mais € 220.000/ano suportado integralmente pelo Município de Odivelas, mesmo quando este sofre atualmente os efeitos da difícil conjuntura financeira decorrente desta crise que atravessa o País, mas também das medidas restritivas e de crescente asfixia financeira e legislativa impostas às autarquias pelo atual Governo, o que é naturalmente demonstrativo da sensibilidade desta autarquia para a questão que coloca;
2. Relativamente aos manuais escolares e às fichas pedagógicas, começamos por referir que a sua distribuição teve já início na passada 5.ª feira, dia 27 de setembro. Quanto à sua indignação com a excessiva generosidade deste Município na distribuição dos manuais escolares e das fichas pedagógicas, gostaríamos também de esclarecer que essa decisão da Sra. Presidente da Câmara decorreu da avaliação previamente efetuada à implementação no corrente ano letivo desta medida, e da constatação verificada, face ao profundo agravamento que se vem verificando nas condições de vida nas famílias, do diminuto número de crianças que seriam abrangidas por uma eventual exclusão em função da aplicação dos escalões de rendimentos, no contexto do universo global de crianças abrangidas. Recorde-se que o referido escalonamento, tendo em atenção os critérios estabelecidos, é baseado em meios formais de prova (declarações de IRS), e não em análises casuísticas de sinais exteriores de riqueza;
3. Se no seu caso optou por, legitimamente, nos fazer chegar a sua indignação, a qual nos motivará ainda mais no esforço que diariamente fazemos para servir melhor a população deste Concelho, acredite que também diariamente muitas famílias fazem chegar à Câmara Municipal o seu reconhecimento pelo esforço que já há muitos anos vem sendo feito por esta autarquia em matéria de Educação, definida para nós como a prioridade das prioridades, a base em que se suporta o princípio constitucionalmente consagrado de uma igualdade de oportunidade para todos, independentemente da sua raça, sexo, religião, condição financeira, social ou outra qualquer.
4. Não vimos, no entanto, no seu email qualquer referência a aspetos esses sim, no nosso entendimento, altamente penalizadores para a qualidade do nosso ensino e da Escola Pública, como o sejam por exemplo a dívida do Ministério de Educação a este Município, que já ronda os 3 Milhões de Euros, os cortes que estão a ser feitos na área da Educação pela Administração Central, com o consequente despedimento de docentes e o inqualificável (do ponto de vista pedagógico) aumento do número de alunos por turma, a criação dos Mega Agrupamentos etc., decisões que talvez justificassem também uma justa expressão de indignação.
A concluir, uma última nota. Todos nós na vida, em especial aqueles que têm maiores preocupações de desempenhar um papel ativo no intuito de procurar melhorar as condições de vivência nos meios em que estão inseridos, podemos desempenhar vários papeis, seja enquanto cidadãos, enquanto pais, ou no âmbito institucional ou no movimento associativo. E tudo isso é legítimo, e ainda bem que assim acontece, pois é dessa forma que as sociedades progridem. É esse naturalmente o caso da Sra. Presidente da Câmara, como o é também o da Sra. Margarida Gonçalves. Mas já não é legítimo que se misture todos esses papeis ao mesmo tempo, e se use essa confusão de papeis para expressarmos aquilo que julgamos ser a razão que num qualquer aspeto nos assiste. Por isso, a Sra. Presidente da Câmara, enquanto tal, não mistura a sua vida familiar, porque privada e do foro íntimo a que, como qualquer cidadã, tem direito a preservar, com o cargo que desempenha. Por isso esta resposta se confina naturalmente ao plano institucional.
Atentamente,"
 
E recebeu esta, da minha parte:
 
"Boa tarde,
 Cumpre-me antes de mais agradecer a pronta resposta à minha “reclamação” e bem assim esclarecer desde já que, obviamente, não pretendia que a Exma. Sra. Presidente ou esses serviços me dessem qualquer resposta que extrapolasse o ponto de vista institucional. Até porque a mim não me importa senão esse, como calculará. A referencia ao facto de a Sra. Presidente ser mãe de alunas do agrupamento - creio ser esta a questão – mais não foi do que uma referencia a um facto do conhecimento publico, não sendo nem pretendendo ser argumento para o que quer que seja.
Em segundo lugar, não posso apenas deixar de referir, por correspondência aos diversos pontos da v/ resposta, o seguinte:
 1. Auxiliares
Desconheço se os ratios estão ou não a ser cumpridos na escola em questão, mas se o estão tal apenas acontece desde há dois dias a esta parte, pois só nessa altura (creio que 4ª ou 5ª feira) foram efectivamente colocadas mais auxiliares na escola. Cumpre ainda referir que, mesmo que estejam a ser cumpridos os ratios, continua a verificar-se que existe, na prática, défice de auxiliares face ao numero de alunos e à realidade da escola.
E esta minha afirmação pode ser facilmente confirmada in loco, nos recreios e no refeitório. E, reitero, seria uma situação ainda mais grave se a escola não contasse com o apoio das funcionarias do ATL.
 
Admito que seja o ratio legalmente previsto que está desadequado às necessidades (situação que é obviamente alheia aos municípios e, consequentemente, a V. Exas.), mas tal não me deixa menos preocupada, enquanto mãe e cidadã e atendendo nomeadamente à difícil conjuntura que todos sabemos afectar este país, com os efeitos dai decorrentes para a segurança escolar, sobretudo em áreas em que a população é maioritariamente desfavorecida, cultural, social e economicamente.
 
2. Manuais Escolares
A informação inicialmente veiculada foi a que referi na minha “reclamação”. Se entretanto os timmings se alteraram ou eu estava mal informada, excelente, antes assim. Na sala do meu filho, e até hoje, ainda não foram distribuídos manuais nem fichas pedagógicas mas pelo teor do v/ mail creio que será então uma questão de dias e que na próxima semana tudo estará regularizado, o que me deixa satisfeita e bastante mais descansada.
Relativamente à manutenção da decisão de fornecer livros a todas as crianças não me compete a mim, que não tenho nem pretendo ter quaisquer responsabilidades politicas, definir nem tão pouco avaliar quais os critérios que poderiam ser equacionados para a distribuição, nem pretendi fazê-lo: apenas manifestei a minha opinião de que haverá pessoas que não necessitam deles (seja de acordo com meios formais de prova seja de acordo com outros critérios) e que se o facto de se manter a medida implicar uma dilação na entrega dos livros às crianças então não estaremos na presença de uma boa medida nem de uma medida ajustada. Só isso.
E mantenho a opinião de que, por poucas que sejam as famílias abrangidas pela exclusão, devem as mesmas ser excluidas e o dinheiro desses livros ser, por exemplo, utilizado na compra de materiais e equipamentos (nomeadamente tonners e papel de fotocópia) que façam falta às escolas, permitindo assim às mesmas exercer o melhor possível as incumbências que lhes estão adstritas e para as quais estão vocacionadas. No meu modesto entendimento, isso é que seria justo e equitativo, mas isso é a minha maneira de ver as coisas (que aliás não tenciono mudar e pretendo transmitir aos meus filhos: quem não precisa não pede e dá lugar aos outros que precisam, quem tem a mais cede um pouco desse excesso a quem tem a menos, cada um tem obrigação de desempenhar um papel social pois por mais pequeno que esse papel possa ser no final, tudo junto, dará um bloco). Mas se calhar sou eu que estou errada e em dissonância com este mundo...
3. Com honestidade e desde já apresentando as minhas desculpas se ferir quaisquer susceptibilidades, entendo que não tenho de agradecer especialmente quando as instituições e entidades publicas fazem o seu papel, pois é exatamente para isso que existem, pese embora às vezes nos esqueçamos. Ou nos façam esquece-lo, infelizmente para todos nós, mesmo para as instituições e entidades publicas.
E a CMO terá certamente muito mérito em muitos trabalhos desenvolvidos, em muitas acções empreendidas, em muitas opções tomadas. Nunca coloquei isso em causa. Simplesmente, isso é o que eu espero quer da CMO quer de outras entidades publicas: que façam o seu melhor, procurando e implementando soluções, contribuindo para a concretização das suas competências e visando a procura de um país mais justo e equitativo.
 4. Quanto a este ponto, cumpre-me referir, com todo o respeito que a Sra. Presidente e esse município me merecem, que me parece importante que fique claro que as minhas indignações são por mim manifestadas (legitimamente como muito bem é referido por V. Exas.), nos moldes e nos locais que entendo por convenientes e como não tenho o hábito de reclamar para não estar calada (antes pretendendo alertar para situações e/ou contribuir para a respectiva resolução) entendi (e entendo) por bem não reportar a esse município as minhas indignações relativamente a actuações, omissões ou opções de outras entidades que não esse Município (nomeadamente do Ministério da Educação e do próprio Governo), antes me reservando o direito de o fazer perante as próprias entidades sem dar conhecimento a outras (nomeadamente a esse município), ou, se assim o entender, de não o fazer de todo.
Permitam-me a este propósito esclarecer que a minha “reclamação” não tem nem pretende ter qualquer alcance politico-partidario, circunstância que não me parece ter ficado clara mas que faço questão de clarificar: nunca estive, não estou nem pretendo vir a estar ligada a qualquer partido ou força política, pelo que a minha “indignação” não é especificamente dirigida nem à Sra. Presidente nem à força política que a suporta. Conheço perfeitamente, dentro do que é dado a conhecer ao publico em geral, todos os constrangimentos e limitações quer desse município, quer do Ministério da Educação, quer do pais em geral, embora, no meu caso, atribua a situação que nos encontramos não só a este governo mas também a todos os que os antecederam nos últimos, talvez, 20 anos....
Sem mais, e desde já agradecendo o tempo despendido, apresento os meus melhores cumprimentos,"
 
Porque é que esta gente não aceita nenhuma critica ou sugestao sem o encarar como uma questão politica?


A Cabana.

Se bem se lembram, os mais atentos claro está, escrevi há tempos um post sobre as minhas leituras de férias. E sobre o livro que comecei no pós-ferias, a Cabana. Ainda não o acabei de ler, nem sei se vou acabar.
Como é que eu hei-de explicar....
Na parte inicial, quando se dá a tragédia que virá a causar a Grande Tristeza, até gostei e estava entusiasmada. Mas quando o Nosso-Senhor-Todo-Poderoso manda um bilhete ao homem para ele ir ter lá ao local onde se deu a tragédia que causou a Grande Tristeza, assinando Papá (sim, porque se tivesse assinado Deus, o seu nome, seria completamente diferente) comecei a torcer o nariz.
E quando o homem chega lá, à cabana, e encontra Deus dividido em Jesus (que vestia jeans), Sarayu (que era uma espécie de vento também conhecido por Espirito-Santo) e Deus propriamente dito, Papá, prós amigos (Papá esse que era uma negra anafada que, com um look de mãe-negra, ouvia num rádio da cozinha musicas de cantores que ainda não tinham nascido - trauteando a melodia, está bom de ver -, ao mesmo tempo que preparava suculentos petiscos) fiquei derreada!

Estou a meio. Não sei se aguento ir até ao fim. E o que mais me surpreende é que conheço varias pessoas que me disseram que era um ganda livro. Ou estão doidas ou então não estou mesmo virada para a espiritualidade. Ou ambas.

Deus/Papá a fazer cheesecakes enquanto o pernil apura no forno, cantando alegremente pop futurista enquanto o Jesus apanha batatas no quintal e a Sarayu pergunta :" Papá, o jantar está pronto?" é muito mais do que aquilo para que estou preparada espiritualmente. E mentalmente. Fónix!

Isto é que é uma gaita...

Podia estar a despachar trabalho (e tanto que tenho para despachar). Podia sim senhor.

Podia estar na manicure a tratar das minhas unhas, que estão um nojo há mais de uma semana, com verniz vermelho por cima do gel laranja fluorescente que pus no final de Agosto e que já me encandeou de tal forma que tive de o tapar ( sendo de referir que nas pontas o laranja já aparece por baixo do vermelho, num cenário que até podia virar tendência, como diz o meu gajo), tudo isto ( já de si notável) envolto num mar de cutículas ressequidas. Podia sim senhor.

Podia estar no ginásio a ver se mando estes quilos de verão abaixo e esta barriga para a pata que a pôs, já que a mensalidade está paga. Podia sim senhor.

Podia até, numa vertente menos ambiciosa, estar simplesmente em casa a descansar o esqueleto antes do jantar. Pois podia.

Mas não. Como mãe maravilhosa e dedicada que sou, tenho trabalho a rodos, unhas de barraqueira, barriga e nádegas de sopeira e estou estoirada mas vim com o meu filho ao treino de futebol.

Ai Dolores Dolores, já percebo como ficaste nesses propósitos... Só espero conseguir enfiar os meus filhos na Academia do Sporting antes de me tornar um caso perdido...

mags

É no que dá ver novelas...

Os meus filhos são fãs das novelas portuguesas da SIC. Sempre que podem aí estão eles, a papá-las todas.
Hoje, durante o Dancing Days, nesta casa ocorreu o seguinte dialogo entre o Martim e eu:

Martim- Mãe, és a minha mãe verdadeira?
Eu - Sou filho, porque é que fazes essa pergunta?
Martim- Era só para saber... E já estiveste presa?
Eu- Não filho, claro que não... A mãe é uma pessoa honesta, nunca fez nada para estar presa....
Martim -Ainda bem.... E porque é que o Aníbal é gay, ele gosta?
Eu - ... Ó filho as pessoas à vezes gostam de pessoas iguais a elas, os meninos dos meninos, as meninas das meninas, isso não faz delas melhores ou piores pessoas, importa é que sejam felizes.
Martim - Que nojo!
Eu - Ó Martim, que feio isso que estás a dizer!
Martim - Pronto, que estranho!

É o que dá ver novelas. E ser muito à frente para 5 anos...

Eu cidadã que paga (muitos) impostos, reclamo.

Há quem escreva reportagens. Há quem escreva artigos. Há quem escreva palavras soltas. Ha quem escreva poesia. Eu escrevo reclamações. Hoje foi esta.

"Exma. Senhora Presidente da Câmara Municipal de Odivelas,

Dirijo-me a V. Exa. na qualidade de munícipe do concelho de Odivelas, que reside e exerce a sua actividade profissional neste concelho e que tem dois filhos menores numa escola publica do mesmo, no caso o JI/EB1 Porto Pinheiro.
E devo confessar que é com bastante apreensão que encaro este inicio de ano lectivo, pelas razoes que passo a explicar.

1) Falta de auxiliares na escola
Constata-se, neste ano lectivo, uma diminuição das auxiliares de acção educativa afectas ao 1 ciclo, na referida escola, diminuição que não é correspondente à diminuição do número de alunos, muito pelo contrario.
Ou seja, mais alunos, menos auxiliares. Logo, menos vigilância nos recreios, menos vigilância no refeitório que como se sabe é um refeitório sui generis pois serve alunos do JI, do 1 ciclo, do 2 ciclo e do 3 ciclo. Ou seja, alunos dos 3/4 anos aos 17/18 (que como V. Exa. certamente saberá existem em número considerável no complexo escolar em que se encontra inserido o JI/EB 1 Porto Pinheiro), que utilizam o refeitório dentro do mesmo horário (a hora de almoço).

Esta situação é grave e pode assumir proporções desastrosas, sendo a situação apenas sustentável em virtude de as funcionarias do ATL da EB1 Porto Pinheiro gerido pela Associação de Pais, e por esta pagas, estarem presentes nos recreios e no apoio aos almoços, o que fazem com maior incidência que as próprias funcionarias / auxiliares da escola. Estas funcionarias do ATL cumprem diariamente tarefas que não são da sua incumbência nem competência, antes sendo incumbências da escola, e muitas vezes fazem-no com prejuízo das suas próprias horas de almoço, que deixam de ter! E não se diga que não é bem assim, pois é exactamente isto que se passa.
Perguntar-me-á como terei tanta certeza. Responder-lhe-ei que tenho conhecimento directo destes factos que relato, pois integro a Associação de Pais do agrupamento e sei bem a carga que é colocada nas nossas funcionarias, que fazem o que lhes compete e o que compete às funcionarias da escola, em termos de vigilância e de limpeza das próprias instalações escolares (pois limpam bem mais do que lhes era exigível, nomeadamente em virtude das incumbências inerentes à celebração do protocolo referente às AECS).

Salvo o devido respeito, isto é inadmissível e não é solução, até porque não tarda essas funcionarias do ATL atingirão os seus limites de capacidade de resposta a todas as situações para as quais são solicitadas. E quando essas funcionarias começarem a ir para casa, de baixa, não há quem tape o buraco e podem ocorrer situações graves, como calculará.

Urge, portanto, resolver esta situação que creio a preocupará, enquanto presidente da CMO e enquanto mãe de alunas que frequentam a escola. Se não a preocupam então fico ainda mais apreensiva pois só quem estiver completamente alheado da situação desta escola é que não ficara apreensivo com a situação que acima descrevo.

2) Livros Escolares
Admito que foi sempre com alguma surpresa que encarei o facto de a Camara oferecer os livros escolares do 1ciclo a todos os alunos que frequentam escolas desse nível de ensino no concelho de Odivelas, independentemente das necessidades económicas dos respectivos agregados familiares.
E neste ano lectivo mais surpreendida fico, pois apesar de compreender que seja uma bandeira política considerável para este executivo camarário - ou, por outras palavras, uma medida que dará bastantes votos - não consigo perceber que nos tempos que correm a Camara insista nesse financiamento indiscriminado.
Que se dêem livros aos alunos que integram famílias carenciadas, designadamente as de escalão A e B, de acordo: é uma iniciativa de louvar.
Que se analisem caso a caso situações de famílias que, não estando integradas nesses escalões, passem por problemas económico-financeiros complicados, até concordo.
Mas que se dêem livros a toda a gente com dinheiro que não se tem, parece-me absurdo. Principalmente quando, na sequência da intenção de persistir na manutenção dessa bandeira política, se tem como consequência o facto de as crianças não terem ainda os livros escolares, não sendo sequer previsível que os venham a ter antes do final de Outubro (na melhor das hipóteses), ou seja, um mês e meio depois do inicio as aulas! Ao que consta o concurso ainda não estará fechado (embora já se saiba quais são os livros e a editora, pelo que também isto não percebo bem, mas deve ser devido a limitações minhas).

Eu felizmente posso comprar os livros e não tenho carências económicas que justifiquem que a Camara mos ofereça. Como eu, outros pais haverá. Creio que todas as mães que gastam mensalmente quantias elevadas em cabeleireiros e manicuras de gel, pais que se deslocam em bons carros e que tem casas de férias, agregados que jantam fora várias vezes por semana e têm os filhos a frequentar varias actividades extracurriculares pagas, poderão despender €60 ou €70 por ano em livros escolares. Parece-me óbvio.
No meu caso, o meu filho está no 3 ano, um ano em que o programa de algumas disciplinas (nomeadamente de estudo do meio) é bastante extenso e difícil para crianças desta faixa etária. E em que não há tempo a perder.
Mas não têm livros! Têm que passar todos os exercícios para o caderno, escrevendo pelo seu próprio punho (com o tempo que com isso perdem, pois falamos de crianças de 7/8 anos que como é obvio escrevem devagar) pois como os livros ainda não chegaram e a escola não tem dinheiro para desperdiçar em consumiveis de informática (e, logo, não pode andar a tirar fotocopias a torto e a direito) esta é a única alternativa. Absurda, diga-se!

Perguntar-me-á V. Exa. porque não os compro. Responder-lhe-ei que já estão encomendados, sendo que me vou voluntariar para, a expensas minhas, tirar fotocopias das primeiras fichas de cada disciplina para toda a sala de aula.
Isto porque como V. Exa. calculará, o facto de eu comprar os livros para o meu filho não me resolve problema nenhum pois os restantes meninos da sala não os têm e a professora, e bem, não poderá seguir o que seria o curso normal do leccionamento quando apenas um ou dois ou três meninos num universo de 25 tem os livros...
Parece-lhe razoável este cenário? Justificará a bandeira política da oferta de livros a toda a comunidade do 1 ciclo do concelho de Odivelas este atraso e esta anomalia no normal decurso/arranque do ano lectivo? Creio que não. E quero acreditar que, em consciência, V. Exa. também o não crerá.
Foi, por isso, com surpresa que recebi a carta de inicio de ano lectivo, subscrita por V. Exa., em que esse município se vangloria de oferecer os livros do 1 ciclo a todos os alunos. Faltou referir que os livros só chegam em Novembro e que tal irá comprometer irremediavelmente o normal decurso do ano escolar e a aprendizagem normal dos alunos, especialmente daqueles com maiores dificuldades, daqueles com menos apoio em casa. E, consequentemente, todo o percurso escolar destas crianças que não estarão em iguais circunstancias de solidificação de conhecimentos quando forem prestar provas a nível nacional. Isto também me parece obvio.
Salvo o devido respeito, deveria ser essa a preocupação dessa autarquia. Seria mais justo, mais equitativo e mais responsável do que oferecer livros a todos, com estes atrasos e com as consequências dai advenientes, a curto, médio e longo prazo.
Os professores fazem o que podem mas como sabe sem ovos não se fazem omeletes!

Fica a minha indignação, que como munícipe deste concelho não me coíbo de expressar.

Melhores cumprimentos,

Margarida Gonçalves "

Ah, e mandei o contacto de telemóvel, não vá acontecer a improbabilidade de alguém ter a dignidade de me dar uma resposta de viva voz. Com o email de agradecimento e número de processo já conto, que não sou nova nestas andanças e já sei o que a casa gasta.

Ontem...

Ontem, domingo, acordei com uma noticia inesperada: a destruição total, por fogo, de uma loja pertencente a uma empresa em que trabalhei durante quase 6 anos e com a qual continuo a colaborar. Uma empresa onde fiz grandes amigos, que viu nascer um filho meu, que ainda tenho no coração.
Após o choque inicial causado pelo telefonema, fui ver as imagens na internet. Fiquei paralisada com a destruição, com a facilidade com que as chamas destroem tanto trabalho, tantas equipas, tantas expectativas, tanto tudo. Tudo destruído, tudo. Só o logotipo continuava lá, no alto dos escombros, como que a marcar a posição que é sua.
Hoje ainda estou mais triste. Desolada. Com um nó na garganta.
Não imagino o que será ver a nossa vida a arder, sem sabermos o que faremos a seguir a isso. Nem depois.
Vi na televisão antigas colegas a falar aos jornalistas, com os olhos toldados pela tragédia, com o cenário das chamas a devorar o seu local de trabalho.

Fica o meu grande abraço, carregado de força, a toda a equipa AKI Portimão.

Programas inesperados

Aqui a esperta foi ao ginásio enquanto a cria mais nova estava na natação. Enquanto isso, o maridão e a cria mais velha foram ao futebol.
Pois que aqui a esperta e a cria mais nova fizeram as suas actividades físicas, foram ao banho turco e ao jacuzzi, tomaram uma banhoca, vestiram um calçanito e uns chinelos e vieram embora.
Uma vez estacionado o carro na garagem e carregados de sacos e sacolas, a esperta e a cria mais nova subiram e eis senão quando aqui a esperta verificou que não tinha chave de casa.
Em casa não estava ninguém nas próximas duas horas pois como referido os outros dois habitantes da mesma estavam nas lides futebolísticas.
Os compadres da esperta, que moram no primeiro andar do prédio e têm a chave cá de casa, também não estavam e só chegavam depois das 21h30.

Por isso, aqui a esperta e a cria mais nova lá foram, em calções e chinelos, jantar a um restaurante aqui perto, onde ficaram a fazer tempo para poder entrar em casa.

A cria mais nova achou o máximo. E a esperta também gostou do programa com o filhote mais novo, hoje filho único.

Dejá vu...

Passei novamente na TVI, estava novamente a dar a Casa dos Segredos, mais propriamente a parte em que um entra na despensa e num determinado período de tempo tem que tirar o maior número de produtos que consegue e que serão a única coisa que aquela gente toda comerá durante não sei quantos dias.
Pensei, " onde é que já vi isto?".
E de imediato me vieram à memória as imagens daquele dia 1 de Maio de 2012, em que o Pingo Doce fez a inesquecível promoção dos 50%.
Era isso, igualzinho a esse dia. Com a diferença que na Casa dos Segredos as pessoas não surrupiavam artigos dos cestos dos outros (porque só estava um dentro da despensa) nem faziam xixi pelas pernas abaixo enquanto estavam na fila (porque não havia fila)... Mas a maneira de encher o cesto era igualita...

Epá, que esperteza!

Hoje os homens cá da casa foram para o futebol. E aqui a je foi para o ginásio. Quando voltou, a je sentou-se à mesa a comer uma sopita e ligou a televisão. Na SIC estava a dar futebol, na TVI o resumo diário da Casa dos Segredos. Ficou na TVI. E um rapaz que lá anda dizia a uma moçoila que também lá aterrou e que parece que é da Madeira que achava saber o seu segredo (o dela).
E vejam bem este raciocínio espectacular:
"És da Madeira, não és?"
"Sou"
"E puseste silicone nas mamas, não puseste?"
"Sim..."
" Então é isso mesmo, o teu segredo só pode ser seres familiar de alguém conhecido, tipo o Jardim ou o Ronaldo".
E diz um outro que estava a assistir a este dialogo: "pra mim é do João Alberto".

Fiquei por momentos com a colher de sopa a meia haste e com um bocado de feijão verde pendurado na boca, aberta de espanto com este brilhante raciocínio e este espectacular dialogo.
Mas felizmente consegui recuperar-me e safei-me sem sequelas. Quer dizer, penso eu, pois ainda estou um tanto ou quanto abananada...


Se calhar funciona...

Se há coisa que me tira do sério é assistir a pessoas que se desfazem dos papeis que têm nas malas e nos carros, dos invólucros de pastilhas e dos maços de tabaco, em suma, do lixo, atirando-o para o chão. Ou para o ar, que vai dar ao mesmo.

Ainda aqui há tempos, numa fila de transito, o senhor que seguia (no caso, que estava parado) no carro à frente do meu - senhor esse que deve ter tirado um curso de gestão de tempo mas que certamente nunca frequentou nenhum de civismo nem asseio - resolveu aproveitar o tempo que esteve na dita fila para fazer a limpeza que se impunha ao seu veiculo. Limpeza que, face à quantidade de merdas que deitou pela janela (pacote de leite com chocolate incluído) deve ter sido a limpeza da década.
Ora este tipo de comportamento desperta em mim uma fúria incontrolavel que me leva a chamar vários nomes feios às pessoas que assim agem, tipo porco de merda, o que faço normalmente alto e bom som por forma a que não exista a mínima hipótese de que os porcos em causa nao ouçam.
Sujeita a um dia destes levar uma berlaitada, bem sei, mas ainda assim a fazer o que acho certo (a bem dizer o que acho certo é algo um pouco mais agressivo, tipo despejar eu própria um balde de lixo daquele imundo e malcheiroso, contendo inclusivamente restos de comida de há 2 semanas, pela cornadura desta gente abaixo).
Estou sozinha neste drama? Por favor digam-me que não, digam-me que também vocês não se contêm e verbalizam a vossa indignação por forma a que, quiçá, esta gente porca e primitiva sinta alguma vergonha ou pelo menos constrangimento...

Hoje vi esta foto e acho que vou imprimir e trazer umas resmas dentro do carro, para dar aos porcalhões apanhados em flagrante. Talvez resulte. Até porque não me agrada a ideia de armazenar lixo mal cheiroso no porta bagagens, para lhes despejar em cima como tenho ganas de fazer.

Aí está ele, em grande!

O Martim começou a escola nova esta semana, ou seja, há 3 dias.
Em bom rigor há 3 dias e meio, que na sexta feira já lá esteve de manhã.
Com ele foram muitos meninos da escola antiga, por isso a adaptação está facilitada, até em demasia, acho...

Hoje, ao jantar, disse-nos que tinha ficado de castigo no CAF (o prolongamento para além do horário de jardim de infância estatal, que termina à simpática hora das 15h30, que é como se sabe a hora a que a maioria dos pais já terminou a sua jornada de trabalho e pode ir buscar os seus filhos à escola).
" De castigo, Martim? No terceiro dia de escola já ficaste de castigo?", perguntei eu atónita ( honestamente falando, nem percebo muito bem porque ainda me espanto).
Ao que o Martim respondeu, "não, no segundo... ontem também fiquei...".
.....
"Mas a culpa não foi minha, o S. estava a lamber-me (???) e eu só me mandei para cima dele para ele parar de me lamber e a gorda do CAF (!!!!) disse para eu ir lá para fora sentar-me e eu fui. E depois a outra magrinha loura do CAF veio dizer para eu ir falar com a Tania, que também é do CAF, e eu disse que não, se queriam assim era assim que ia ser".
....
" Martim, isso não faz sentido... E ontem porque é que ficaste de castigo?"
" Sei lá, já não me lembro..."

E é esta a minha sina, tenho um filho que é uma peste e ainda acha que tem razão. Vai longe, este miúdo!
Já eu palpita-me que vou ter tantos fanicos e piripaques que não me faço velha.

Ginásio em família

Este ano os meus filhos têm natação à mesma hora, à segunda feira, final do dia. Enquanto as crianças nadavam, os pais deles ( ou seja, eu e meu homem) fizemos um treino no ginásio. No meu caso mais levezinho, claro está...

No fim fomos todos para o banho turco e depois para o jacuzzi, onde relaxámos um bocadinho e trocámos impressões sobre o primeiro dia de escola à séria deste ano lectivo, em que o Gonçalo tem a grande responsabilidade de estar no terceiro ano e o Martim entrou para a escola dos crescidos, para o ultimo ano antes de ingressar no primeiro ciclo.
Programa em família, logo à segunda feira. E para repetir todas as semana, espero!

Hoje...

Hoje não me juntei à manifestação, mas estou completamente solidaria com todos os que o fizeram (quer dizer, com quase todos, pois muitos dos que lá andam - que eu sei, porque tenho connections - até deviam ter vergonha de lá andar, por variadissimos motivos que nem sequer me vou dar aqui ao trabalho de enumerar).

Muitos dirão (que eu tambem sei) que não fui porque sou capitalista e tal e coiso e faço parte dos patrões cabrões e mais-não-sei-o-quê, porque tenho um bom carro, (ainda) não conto tostões ao final do mês, vou de ferias para um hotel jeitoso, janto fora, etc, etc, etc.
E a esses só digo duas coisas, a saber:
1. Esta capitalista filha-da-puta passou todo este sabado (como alguns outros, diga-se), desde as 09 da manha até agora (que são 19h10) a trabalhar no escritorio, tendo feito uma pequena pausa para almoçar uma sandes de queijo e um nectar no café em baixo do escritorio (as minhas desculpas pelo abuso, sim?);
2. Vão-se lixar, com "f", vocês que invejam o que tenho efectivamente de bom na minha vida (peço desculpa por isso, sim?) mas que não estão nem nunca estiveram para trabalhar 1/3 do que eu já trabalhei na vida (alguns nunca estiveram para trabalhar, tout court), porque é mais facil estarem sempre a lamentar-se da falta de sorte, de emprego, de dinheiro, enquanto bebem mines no café (nas quais gastam o dinheiro que afinal não tinham).

Aos outros, os que trabalham com afinco e recebem salários vergonhosos, os que não trabalham porque não conseguem emprego, os que toda a vida apenas puderam contar com paulada atrás de paulada deste Estado de merda que é o do nosso país desde que me lembro de mim (e anteriormente tambem, suponho) e que nunca conseguiram nada mais que trabalhar que nem uns mouros para pagar as contas essenciais das suas familias, os que têm sido sistematicamente prejudicados pelos ladrões que têm governado este paísb (e que são muitos), digo que estou convosco nesta luta ainda que não tenha estado na manifestação de hoje.
Porque eu, tal como vocês, não sou nenhuma previligiada, nunca tive nada de mão beijada, nunca recebi nenhuma herança choruda (nem sem ser choruda), nunca roubei nada a ninguem, nunca enganei ninguém, nunca explorei ninguém. Simplesmente estudei, trabalhei (muito) e tive sorte, que tambem faz parte da vida. Não acho que tenha que pedir desculpa por isso.

Não estive na manifestação hoje. Mas nem por isso estou menos preocupada com o estado das coisas neste país, nem menos solidaria com os milhares de trabalhadores que vão ser roubados por esta medida inqualificavel deste governo que, não obstante as dificuldades e condicionantes que todos conhecemos, não hesita em manter regalias aos seus à custa de quem trabalha.

E era só isto. Agora a capitalista vai para casa, a ver se está um bocadinho com os seus filhos, que os capitalistas tambem têm familia.