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Adeus ano velho, venha de lá esse 2016

Este ano que agora se acaba não foi um ano fácil. Nada fácil.
Perdi a minha avó e só esse triste acontecimento foi o bastante para que este ano de 2015 tivesse sido uma grande merda de ano. Tenho saudades, muitas, e não raramente penso nela como se ainda estivesse aqui, para logo me lembrar que já não está, e acho que ainda não aprendi a lidar com essa ausência, com a impossibilidade de ouvir a sua voz, de sentir o seu toque, enfim, de a saber cá.
Fiz 40 anos e isso também foi uma grande chatice. Eu, que nunca me preocupei com a idade (até agora, claro está), fui subitamente acometida por um sentimento de que o melhor já passou, de que já não tenho idade nem força anímica para novos projectos quanto mais para mudanças radicais. Devo portanto limitar-me a seguir a minha vidinha, muito agradecida por ter trabalho e uma vida estável e não ter dívidas nem inimigos conhecidos nem doenças nem uma série de tragédias que  assolam outras pessoas e que devo dar graças a Deus por não me assolarem a mim. Bem sei que devo efectivamente ser e estar grata e não pedir muito mais do que o que tenho mas ainda não estou nesse ponto de evolução, lamento. E lamento por mim, pois ninguém mais do que eu ficaria feliz se assim fosse.
Neste ano que agora se acaba as emoções andaram uma confusão, por tudo e essencialmente (e mais preocupante ainda) por nada. A sensação de desânimo foi quase constante. O cansaço, físico e mental, esteve quase sempre presente. Não fui a mãe nem a mulher nem a filha que deveria ser, demasiadas vezes. Tenho consciência disso e um medo terrível de que algum dia chegue à conclusão de que já é tarde, de que com tanta mania da perfeição faço tudo mal, de que com a ilusão de que consigo chegar a tudo e a todos não chego a nada nem a ninguém. Muito menos a mim, que tantas vezes já nem sei onde estou nem para onde me dirijo quanto mais o que ando por cá a fazer...
Este ano foi, por tudo isto e mais umas botas, um ano que não me deixa boas recordações. Que acabe, finalmente, e que venha o novo ano e com ele tranquilidade e paz de espírito, serenidade, capacidade de aceitação, capacidade de ser grata e feliz com o (muito) que tenho mas que sabe-se lá porquê parece que nunca me basta. Que o novo ano me permita aprender a ser melhor mãe, melhor mulher, melhor filha, mais tolerante, com os outros mas essencialmente comigo, mais terra-a-terra e menos idealista, mais satisfeita e com menos expectativas, menos séria e mais simplista.
E que daqui a um ano eu seja uma pessoa melhor. Pronto, lá estou eu com as expectativas... Começamos mal...

Dos dias em que as lágrimas se prendem na garganta

Já não venho aqui há alguns meses. Por várias razões e por nenhuma, não sei. Hoje voltei. Porque é um dia especial. É o teu aniversário. Seria, se não tivesses partido tão cedo...
Se não tivesses partido tão cedo estarias hoje aqui connosco, feliz, no teu dia de aniversário, com a neta linda que não tiveste oportunidade de conhecer e que te ia derreter o coração, a ti, que sempre adoraste todas as crianças, mesmo as que não eram tuas. E eu sei bem do que falo, que nem do teu sangue era e recebi tanto de ti. Tanto amor, tanto carinho, tanta atenção. Foste um pai durante uma parte tão importante da minha vida, nunca o vou esquecer, nunca te vou esquecer... Imagino o que serias com a tua neta, que ainda por cima tanto faz lembrar o teu filho, meu primo-irmão.
Se não tivesses partido tão cedo hoje ter-te-ia dado os parabéns.
Mas partiste. E não estás aqui. Onde quer que estejas recebe o meu beijo e o meu abraço. Onde quer que estejas quero que saibas que nunca me esqueço de ti, que contínuas bem vivo no meu coração, que continuo a amar-te como sempre e que tenho muitas mas muitas saudades tuas. Parabéns Quim. 

Mais leituras de ferias

O fim da Inocência, de Francisco Salgueiro, um relato ASSUSTADOR da adolescência de hoje. E quando digo assustador é mesmo assustador.

Enquanto Lisboa arde o Rio de Janeiro pega fogo, de Hugo Gonçalves, um romance que nos prende praticamente desde o início, ligeiro mas agradável de ler.

Só me apetece ganir...

Acabaram as férias. Amanhã já vou pegar no batente. Estou entre rebentar em lágrimas, mandar-me da varanda ou correr contra uma parede. 
Era só isto.

Leituras de férias

Ler é uma das coisas que mais gosto de fazer mas nem sempre consigo dedicar-me a tal prazer.  Por falta de tempo. Por falta paciência ao fim de um dia de trabalho, que passo agarrada a livros e computador.
Por isso aproveito as férias, a praia, a piscina, as viagens, o antes de dormir, para tirar a barriga de misérias.
Estas férias tenho uma técnica nova: na praia e na piscina leio o tradicional livro em papel; quando a luz exterior não é tão clara e encandeante leio um ebook.
Estes dois já cá cantam.

«Quando o Cuco Chama», o primeiro policial de J.K. Rowling sob pseudónimo.

"Manual de Felicidade para Neuróticos", um livro leve e divertido de Nuno Amado.

Adios Marbella, hasta la vista!


pronto, terminaram as nossas petites vacances em Marbella. 
Giro, Marbella. 
Puerto Banús, com o seu glamour: lojas de griffe, iates de ficar com a boca aberta até uma mosca nos pousar nos lábios e nos chamar à realidade, ferraris, porches, bentleys e outros que tais ao pontapé. Cada carro que até eu (que não ligo patavina) páro para ver. E abro a boca de espanto. Outro mundo, ou melhor, outro universo. Ou galáxia.
Marbella antiga (casco antiguo, como lhe chamam), pitoresca. Ruas estreitas, varandas floridas, gente que não acaba mais.
Temperatura fabulosa, dia e noite. Quase tanto calor de noite como de dia. Para se ter a ideia, às 23h estão 30 graus, na boa.
As praias não chegam aos calcanhares das do nosso Algarve (excepção feita à temperatura e calmaria da água), mas existem os Beach Clubs, com alto som (parece que estamos numa disco), piscina, em cima da praia, permitindo dar um mergulhinho ora na piscina, ora no mar. Tudo caríssimo, claro.

Agora vamos ali dar um pulinho a Ronda (pequena cidade a 50 km de Marbella que nos recomendaram visitar) e depois Algarve!




Ser profissional do sexo em Marbella

... deve ser uma profissão rentável.
Ora vejam:
Pediram-me 7,90€ por dois cafés numa esplanada em Porto Banus.
Pediram-me 10,35€ por uma garrafa de água de um litro no Nikky Beach.
Imagino portanto quanto não custa um b... coiso.

Repport primeiro dia de férias

Primeiro dia de férias. Marbella, Málaga, Espanha .
Depois da longa viagem chegámos ao hotel, arrumámos as malas e fomos à piscina. Hotel porreiro. Calorzinho. 
Saímos para jantar em Puerto Banus. Durante duas horas só vi iates e carros do outro mundo. E lojas de perder a cabeça. E carros. E iates. E iates e carros. Paguei 14,70€ por duas horas de estacionamento. E era um parque normal, em que ninguém nos estacionou o carro , tivemos que subir dois pisos de escadas e ninguém nos ofereceu champanhe ou lagosta. Nem sequer amendoins ou um copito de água. 
Estou deprimida. Nem que viva dez vidas vou alguma vez chegar ao nível desta gente. 
Já disse que estou deprimida?

Cantinho da Leitura

Há livros que nos arrebatam. Este é um deles, acabadinho de ler. Porque há mesmo pessoas que estão destinadas a entrar na mesma história.

E essa velha sou eu...

Estava eu à porta do escritorio a falar ao telemovel quando me apercebo de um grupo de adolescentes (3 ou 4 miudos dos seus 15 anos) que estavam sentados numas escadas a uns metros de mim.
De costas para eles, e apesar de estar ao telefone, ouço um deles dizer "Ena que gaja tão boa". E uns cochichos e risos.
Continuo a minha conversa telefónica e quando acabo dou meia volta e inicio o caminho para entrar no escritorio. Fico portanto de frente para eles e mais perto. E ouço "Foda-se, é uma velha..."
Escangalhei-me a rir!

As palavras que nunca mais te direi e que fazem um nó na garganta

Hoje farias anos. A esta hora estariamos contigo, a comemorar mais um aniversario.
Mas não estamos, porque a tua hora chegou entretanto. Partiste há pouco menos de 5 meses mas a tua presença nas nossas vidas era tão forte e intensa que tenho a sensação que ja partiste há muito mais. Eras o centro da nossa família, o elemento aglutinador que nos mantinha todos unidos à tua volta, o pilar de todos nós. Talvez por isso a sensação de perda seja ainda maior... deixaste um vazio tão grande que acho que nunca poderias imaginar. Nem nós. ..
Ontem deitei-me a pensar em ti. Hoje acordei a pensar em ti e vieste-me à cabeça várias vezes, durante todo o dia. Recordei a tua cara, o teu cheiro, a tua voz. Cantei-te os parabéns e beijei-te a face. Vi o teu sorriso e creio até que senti a tua mão, sapuda e pesada, a fazer-me festinhas, as tuas tão características festinhas.
Parabéns avó,  eram as palavras que gostava de te dizer hoje. Infelizmente não posso....
Recebe o meu beijo e o meu abraço apertado, estejas onde estiveres Avozinha. Tenho tantas saudades tuas....

Vítima ou Testemunha?

-"Gonçalo, lavaste os dentes?" - pergunto eu
-" Sim, lavei" - responde ele
- "De certeza?" - insisto
- "Sim mãe"- intervem o Martim - "lavou, lavou, eu sou vítima..."
Testemunha, queria ele dizer...

Os tão temidos 40...

Hoje faço 40 anos de vida. Os tão temidos 40...
Dizem (os que ainda estão longe deles é os que os já passaram há muito) que é uma idade maravilhosa, que agora é que tudo começa, blá blá blá... Uma treta. Provavelmente atingi metade (ou mais) da minha vida e tenho a sensação que me falta fazer o triplo (ou mais) do que queria fazer nesta passagem. 
A sensação de que podia ter seguido caminhos diferentes assume maiores proporções, talvez porque o tempo para os seguir já era... 

Dizem (os acima referidos e os que querem ser simpáticos) que a idade pouco importa, que os 40 de agora são os 30 de outros tempos (pois pois), que para 40 anos e para quem tem dois filhos estou lindamente (se tivesse 35 e nenhum filho estava um caco, uma vaca em carcaça, portanto). Balelas! 
Tenho 40, a gravidade já faz os seus estragos, já tenho perturbações do sono, as rugas já começam a ser vincadas, o músculo do adeus já emigrou para outras paragens, tenho cabelos brancos com fartura e, miséria das misérias, tenho já pêlos púbicos alvos. E isto, meus caros, é incontornável! Pêlos púbicos brancos é o princípio do fim, digam vocês o que disserem! Porra, não estou preparada para isto...

Mas a verdade é que, preparada ou não, conformada ou não, estes 40 já ninguém mos tira. 
Sou oficialmente uma quarentinha.

Mas também há boas notícias: hoje começa o verão! Bem-vindo verão. E parabéns a mim! 

Férias. Ou coiso.

Na próxima semana começa mais uma Copa do Guadiana (torneio de futebol infantil) em Vila Real de Santo António, Algarve. Este ano, para além do Goncalo, também o Martim vai participar. E nós lá vamos para baixo, pais querido que somos.
Porreiro. Parece que são férias, ainda por cima sem miúdos (que vão ficar com as equipas). Parece. Estava a ver o programa das festas e conclui que nos dois primeiros dias de torneio (únicos dias com jogos já definidos, já que os calendários da segunda fase dependem da classificação na primeira fase), tenho 3 jogos por dia para assistir. Ou seja, entre os dois filhos, na terça feira há jogatana às 11h00, 16h30 e 19h00 e na quarta feira às 10h30, 16h00 e 18h30.
Isto sim são férias! A ver se me lembro de não levar bikini nem toalha de praia, assim com'assim só vou vê-la ao longe...

Para o que me havia de dar...

O meu filho Martim descobriu a ópera. Anda pela casa a cantarolar a La donna e mobile e o Sole Mio, com um ar compenetradissimo.
Hoje resolvi dar-lhe a conhecer o Pavarotti,  o Andrea Bocceli e o Plácido Domingo. Dei com este Ave Maria, uma musica que me arrepia da cabeça aos pés, desde sempre.
Foi com esta música que entrei na igreja, no dia em que me casei. Um presente da minha amiga Sara, que nunca esquecerei.Sempre que a ouço recordo esse dia.
Hoje descobri que esta música me leva a memória também para a minha Avozinha. Lágrimas pelos olhos fora. Nó no peito. Tenho saudades tuas avó. Estejas onde estiveres recebe o meu abraço apertado.


Boa pergunta. Boa resposta.




Ó Colega, vá - se coiso, com F.

Ele há dias em que faço um esforço enorme, quase sobrenatural, para não mandar alguns Ilustres Colegas à merda. E quem diz à merda diz para a pata que os pôs. Ou para a puta que os pariu. Ou para o acto de fazerem sexo com eles proprios, que é como quem diz .... acho que já me fiz entender.
Hoje foi um dos dias.

E é isto.

Parabéns Martim

Faz hoje 8 anos nasceste, logo cheio de energia e com sangue na guelra. Eras um bebé lindo de morrer, eras mesmo.
Volvidos estes anos continuas um menino lindo, meigo, esperto e maravilhoso. Um menino que cativa todas as pessoas que contigo se cruzam. O orgulho da mãe.

Hoje, pela primeira vez, estive muito triste no dia do teu aniversario mas tentei que tivesses o teu dia, como mereces. Acho que consegui, a custo, mas consegui. Porque a vida é mesmo assim, mesmo em dias de grande tristeza, em que só  nos apetece chorar, temos que proporcionar a felicidade àqueles que amamos. E a ti, meu amor, amo-te tudo.

Parabens cromo 57.

Avózinha

Querida Avó,

Hoje partiste. Foste em paz, disse o médico. E eu acredito. Quero acreditar que depois destes dias de sofrimento o teu Deus te levou para junto dele, tranquilamente, com serenidade, como mereces. E eu tenho vindo a pedir ao teu Deus, nestes dias, que assim o fizesse. Se calhar ele ouviu as minhas preces, se calhar o teu Deus, no qual com o tempo e com a vida deixei de acreditar – para teu grande desgosto, bem sei –, existe mesmo e olhou por ti, para que parasses de sofrer.

Sabes avó, custa-me muito ver-te partir, saber que não mais te vou ver nem abraçar. Mas custava-me mais, acho, ver-te como tens estado, por isso creio que apesar da tristeza imensa estou mais aliviada. E tu também. Principalmente tu minha avozinha querida.
Nestes dias tenho visto passar à minha frente estes quase quarenta anos, dos quais sempre fizeste parte, em todos os momentos e fases.

Lembro-me da infância, em que me levavas contigo para o trabalho, lá íamos nós no 26, eu toda contente com a minha avó, tu toda contente com a tua neta. Costuravas cuecas para os meus bonecos, exibias-me com orgulho às tuas colegas, lembras-te avó?
Lembro-me do teu arroz doce, o melhor que alguma vez comi e que que comerei em toda a vida, não tenho dúvida. Lembro-me do teu cozido à portuguesa, dos sábados de carapaus assados no fogareiro da varanda, das pataniscas de bacalhau.

Lembro-me do teu fato de banho azul. De teres caído à beira mar com água pelos tornozelos e de nos escangalharmos a rir. Na praia do Carvoeiro. Lembro-me como se fosse ontem.
Lembro-me de ter ficado em tua casa durante 10 dias, quando estava a estudar para entrar na Católica. Levavas-me leite quente antes de ir dormir, que não podia estar a estudar de barriga vazia, e levavas-me o pequeno almoço de manhã…

Lembro-me de durante anos ir a tua casa pelo menos uma vez por semana e ficar a falar contigo horas. Tínhamos ideias e ideais tão diferentes! Mas ouvias-me  e eu a ti. Nunca chegávamos a grande conclusão mas passávamos bons momentos juntas.
Lembro-me de tanta coisa avó, tanta coisa. Foste uma mulher e peras. Sempre aqui para mim, para todos nós. Com o teu feitiozinho soviético, é verdade – o teu filho, meu pai, saiu a ti e eu saí ao teu filho – mas sempre a viver pelos outros, pelo bem estar dos outros. Às vezes até demais.

E agora que partiste avó, apesar de muito triste – que estou – não posso deixar de me sentir uma privilegiada por te ter tido como minha avó e por ter tido comigo durante quase quarenta anos. Não posso deixar de me sentir grata por tudo o que foste para mim, para tudo o que representaste na nossa família, por tudo o que foste. Tiveste dois filhos maravilhosos, que te amam tanto quanto os amaste. Dois filhos que estiveram sempre contigo, de corpo, alma e coração. O meu pai e a minha tia quase mãe. Deves ter um orgulho imenso, eu sei que tens e não é para menos, fizeste um bom trabalho.

E sabes avó, é isso que me enche o coração, saber que sempre foste amada e sempre nos amaste, que sempre tiveste orgulho em nós e sempre nos orgulhaste, que farás sempre parte das nossas vidas porque estarás sempre sempre sempre no nosso coração.
Gosto de pensar que a vida tem o seu tempo, que tudo tem um princípio e um fim e que o fim não é necessariamente mau, é o que tem que ser. E tento aceitar isso. Com a certeza de que continuarás a olhar por mim. Com a promessa de que tudo farei para te continuares a orgulhar de mim e nunca te desiludir.

Minha avozinha querida. Segue em paz, quem sabe um dia nos voltamos a encontrar. Amo-te muito. Amo-te sempre.

Ora se dois mais dois são quatro...

Dizem que más  energias atraem más energias. Que os malucos  reconhecem outros malucos. Que instabilidade puxa instabilidade. E eu acredito que assim é.

Sucede, porém,  que tenho uma forte propensão para me deparar com pessoas toxicas e que transbordam problemas e energias negativas , gente pouco equilibrada  ou mesmo com uma enorme pancada, gente com uma total incapacidade de se pôr no lugar do outro, de ver o outro lado da moeda, de ceder em coisas perfeitamente irrisorias para as questões que estão  em causa mas que acabam por bloquear a resolução das mesmas.
E não  estou a exagerar, é mesmo assim, impressionantemente assim.

Ás vezes penso  que é castigo. Ou karma.
Outras vezes penso que é um sinal para mudar de vida e me dedicar a uma profissão que não  implique lidar com os problemas dos outros, de manhã  à noite (embora nesta  fase dk campeonato não vislumbre  como poderia fazer esta alteração  drástica  de rumo).
Mas o que me deixa verdadeiramente apreensiva e preocupada é  que dizem, e eu acredito, que os malucos reconhecem os outros  malucos e se dois mais dois são  quatro  e os malucos me escolhem sistematicamente para lhes aturar as maluquices...

Porque será?

A cria mais velha hoje estava completamente às aranhas com os constituintes das frases, designadamente com os grupos adverbiais e os grupos preposicionais. Chamou -me. Olhei para aquilo durante 20 minutos. Fiquei na mesma. Pesquisei na net. Parece que é  isto. Perceberam? Nem eu. O meu filho tem 10 anos...

Ah e tal as crianças não gostam da disciplina de Português, não estudam, não sabem nada, não se interessam...

Dois meses e tal depois...

Dois meses  e tal depois de cá ter vindo a ultima vez, eis que estou de volta.

Podia dizer-vos que estive sessenta e tal dias a fazer uma introspecção  profunda, no sentido de conhecer o meu eu interior, o de onde venho e o para onde quero ir. Mas não, não foi o caso. Embora não me tivesse feito mal que assim fosse, dado que em grande parte dos dias me sinto completamente perdida de mim e do que quero aqui andar a fazer e que o sitio para onde mais frequentemente me apetece ir é para o raio que m'a parta...

Podia dizer-vos que estive mais de dois meses a fazer um balanço do ano findo e a definir prioridades para o novo ano. Mas não,  não foi o caso. E ainda bem, que balançar balanço eu o ano todo e se tirar um periodo especificamente para o efeito ainda me esbardalho de vez... Além  disso, e considerando que todas as prioridades/ objectivos que defini para o ano 2014 ficaram por cumprir (ainda não checkei ao detalhe mas palpita-me que quando (se) o fizer chegarei a esta triste conclusão) fazer este balanço iria ter como consequência ir mesmo para o raio que m'a parta. Prioridades para o novo ano.... nao reputo necessário fazer mais comentários  além  de que tenho anos de prioridades em atraso, pelo que vou reciclar...acho.

Podia dizer-vos que estive basicamente assoberbada em trabalho  e mergulhada na rotina asfixiante em que é  a minha vida, todos os dias menos poucos (nuns desses poucos até  dei uma escapadinha a Roma, não à avenida de Lisboa mas à cidade de Itália). Não seria uma falta absoluta à verdade mas não foi isso que me arredou destas paragens.

Foi falta de paciencia, de motivação, de força anímica. Foi preguiça, inércia, não sei. ..

E as coisas que aconteceram durante a minha ausencia?!
Fui a Roma e amei.
A minha cria mais velha, que amo, fez uma década de existência.
O Sócrates foi de choldra. Lamentavelmente não  levou consigo (com ele, entenda-se) alguns comparsas do mundo em que se move (ou movia, que agora tem pouco espaço).
Passou-se mais um Natal, com prendinhas catitas (não posso aqui descrever os meus presentes não vá  algum ressabiado da blogosfera vir acusar -me de ser futil e egoista, com tanta gente a passar fome - o que bem sei ser verdade e muito lamento embora não me pareça que a solução para os problemas do mundo passem por eu não receber ou oferecer prendinhas de Natal ou viver como uma indigente), com episódios familiares de noite de Natal que foram desde um conselho de familia na noite de consoada (em que o arguido era a cria mais nova e o advogado de defesa - brilhante, diga-se - era a cria mais velha) até uma peça de teatro escrita, encenada, coroagrafada, adereçada e representada pelas duas crias, que fizeram tudo sozinhos (tenho uma cria mais nova que é um actor nato, desde que nasceu aliás...), um brilharete.
Deu-se uma passagem de ano, a minha ultima antes de entrar nos "enta". Porra. Que é  para não dizer foda-se, que é  feio e fica mal.
E iniciou-se um ano que promete pois logo no primeiro dia de trabalho estou com uma carraspana daquelas, os senhores do gás vieram trocar o contador e fiquei sem caldeira (ou seja, sem água quente e aquecimento, o que nestes dias fresquinhos não é, diga-se em abono da verdade, grande transtorno), sendo  que felizmente consegui resolver o problema sozinha pois a assistencia tecnica vinha mas não veio), voltou a sair água em barda da cabine de duche (puta que pariu a merda da cabine que qualquer dia passo-me da marmita e parto-a em pedaços e depois ponho os bocadinhos todos a boiar) e a sanita entupiu.

Estou, portanto, de volta, para vos desejar um Feliz Ano Novo.