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Parabéns filho

O ano passado escrevi-te AQUI.
Este ano reitero o que te disse o ano passado e repito, como repetirei sempre, que te Amo. Muito. Tudo.
Parabéns filho, farei tudo para que sejas feliz. E prometo gritar menos...se te portares melhor, claro está...

O meu filho só pensa em sexo.

Em casa dos avós:
Gonçalo - Ó avó, onde está o avô?
Avó - Foi à rua, já vem...
Gonçalo - Mas foi onde? Fazer o quê? Demora muito?
Martim - Foi à procura de outra velhota para fazer sexo...
Avó (a conter o riso) - Estás a chamar-me velhota?!
Martim - Não, tu não és velhota, a outra é que é...

Nada mais a acrescentar.

Vai-te mas é embora, ó melga!

Ontem fui deixar os meus filhos em casa dos avós e de lá ia seguir para uma reunião. Entretanto fiquei à porta a trocar dois dedos de conversa com a minha mãe e estávamos nesse intuito quando o Martim vem, olha para mim e diz : "Ouve lá, não tinhas que ir para uma reunião? Anda lá avó...".
Que é como quem diz "vai-te lá embora, ó melga". E eu fui.

Se o mundo afinal sempre acabar....

... os lisboetas querem quinar nos centros comerciais desta cidade. Daí o trânsito infernal e os congestionamentos de doidos nos acessos aos centros comerciais, grandes superficies e afins.

Mai nada. Falidos e quiçá mortos mas nas compras.

Querias....

Querias ter uma semana de ferias românticas no inicio do ano? Pois não podes, que tens um julgamento dia 10 de Janeiro....

Posta essa impossibilidade, conformas-te e só querias esses dias de amor louco e sexo desenfreado (ou de dormir e apanhar sol completamente esparramada sem fazeres nada, nem o amor) fossem gozados na semana logo a seguir? Pois tambem não podes, porque um juiz trabalhadeiro considera o processo urgente e tens até dia 06 para contestares e 3 datas de julgamento marcadas para a segunda quinzena de Janeiro....

Conformas-te então com o facto inegável de que ainda não é desta que fazes o programa a dois, e contentas-te com tirar uns dias antes do Natal e entre este e o Ano Novo, para fazeres as ultimas compras, fazer uns programas com os miudos, talvez namorar tranquilamente no sofá de sempre.... Mas, pasme-se, tambem não podes porque o mundo se uniu contra ti e fez com que todos os teus clientes te apareçam com milhentas coisas urgentissimas que têm que ser tratadas já, com comités de crise à mistura e o camandro...

Querias, querias....  Mas não podes.

Porta-moedas vanijas.

Existem agora uns porta moedas a que parece que chamam "pachachas" ou "pachachinhas", agora estou na dúvida.
Nem me atrevo a tecer considerações acerca do nome (palavras para quê) quanto mais acerca fundamentação do mesmo. Só posso dizer que o meu "órgão" não é verde fluorescente nem fuschia...

Bem, os meus filhos têm esses porta-moedas e escusado será dizer que lhes foram comprados antes de eu ter descoberto o nome popular dos ditos (agora de repente até tremi ao pensar que pode ser esse o nome comercial, " olhe fáxavore eu queria um pachachinha verde lima... ", senhores, que medo!
Pois o Martim virou-se para mim ontem e disse-me :" ó mãe, a C. disse-me como é que se chamam estas carteirinhas....sabes como é?". Paralisei. Entrei em apneia. Engoli em seco. "Não Martim, não sei", lá consegui verbalizar. "São vanijas, porque sao como os pipis das mulheres". Dei uma gargalhada. Era "vaginas" que ele queria dizer.
Ah ah ah.

Há coisas que nunca mudam...

A propósito de compras de Natal e de shoppings, lembrei-me do que AQUI escrevi há um ano.
Este ano mais tranquilo. Talvez porque ainda falta uma semana e picos para o Natal.
AQUI

Filha ou mãe ou avó

Hoje foi tarde de compras no Colombo, com mamãe.
Foi uma tarde bem passada, até porque já quase nunca passo tardes sozinha com a minha mãe...
Parece que quando somos mães deixamos de ser filhas, parece que filhos são os nossos e não nós.
E as mães também passam a ser muito mais avós dos nossos filhos do que nossas mães.
Não está nada bem, isto!

Já ?!?

Hoje, ao ver o caderno do meu filho (como faço todos os dias) deparei-me com a seguinte informação, que passo a transcrever:
"Para teres saúde precisas:
- de ar puro
- de sol
Não experimentar:
- tabaco
- álcool
- outras drogas (haxixe, heroína, cocaína...).
O meu filho tem 7 anos.
Medo!

Porque é que não ouvem a mãe, hã?!

Meus ricos filhos, a mãe está careca de vos dizer que essa escolha clubistica é um erro crasso, pelo qual vão sofrer durante toda a vossa vida. Esse clube de que escolheram ser adeptos não ganha nada, niente, nicles, nunca. Este ano então até chega a dar dó....nos outros dá só pena.
Não vão na conversa do vosso pai, ouçam o que a mamã vos diz, que a mamã só quer o vosso bem.
Martim, passa para cá o meu euro da aposta, que, claro, perdeste. Com esse clube perdes sempre filho, vê lá se abres a pestana que ainda vais a tempo...

Para os meus homens, que devem estar mesmo a chegar, geladinhos e cabeçudinhos, uma só palavrinha: Miau!

Uma história como tantas outras...

Esta é a história de uma família que tinha uma vida normal, embora humilde, até que o azar bateu à porta.
Primeiro o marido ficou sem trabalho e a família subsistia com o que a mulher ganhava, a trabalhar a dias. Depois o marido arranjou trabalho, numa obra, mas nos primeiros dias de trabalho teve um grave acidente, tendo caído de um andaime e ficado em muito mau estado.
A empresa não tinha seguro. As operações e internamentos sucedem-se há mais de um ano. A mulher tem menos trabalho, devido à crise. O marido não ganha nada e esta gravemente incapacitado.a
Este casal tem dois filhos, um menino com 4 anos e uma menina com 13. Não têm dinheiro para quase nada e apesar da ajuda da família mais próxima (pessoas humildes que mal ganham para o sustento das suas próprias casas) foi confrontada com a falta dos bens mais essenciais. Muitos dias não têm o que comer. Duas crianças. Comem mal. Passam fome. Duas crianças.
Uma história como tantas outras. Uma história que amanha pode ser a minha. Ou a vossa. Uma história que podemos ajudar a ser menos triste.

Quem quiser contribuir com bens alimentares, com roupas para as crianças, com dinheiro para a luz ou para o gás, pode entrar em contacto comigo que eu recolho e depois entrego.
Qualquer contributo é bem vindo.

Obrigada

Por momentos....

... pensei que os Maias se tinham enganado e que o fim do Mundo era,não no dia 21 conforme previsto, mas hoje, que choveu como se não houvesse amanhã (lá está!).

Mas felizmente parece que ainda tenho mais uns dias para tratar dumas coisinhas que tenho de fazer antes de isto ir tudo pro escambau...
Assim de repente, lembro-me que ainda tenho que fazer a árvore de Natal (com a grande vantagem que, acabando o mundo, não tenho que a " desfazer"), arranjar os pés (não vá dar-se o caso de o céu existir e de eu ir lá parar e, com as asperezas que tenho nos calcanhares ainda furar alguma nuvem) e pagar o selo do carro (que o c....ão do Gaspar é menino para arranjar forma de sobreviver só para me intentar um processo de execução fiscal para cobrar o dito imposto, com o devido acrescido e, claro, juros de mora a taxas só praticadas pela administração fiscal portuguesa, e ir penhorar a minha nuvem).



A primeira cábula do meu filho

Como já aqui disse, o Gonçalo hoje teve teste de Estudo do Meio. E quando o pai o levou à natação, no final do dia, confessou-lhe atrapalhado que com medo de se esquecer da palavra, escreveu "fecundação" na borracha. Mas prontamente esclareceu que isso não saiu, pelo que não foi preciso ler a borracha.

Fez, portanto, a sua primeira cábula.

E quem vir a borracha anda pensa que o rapaz queria dizer um palavrão quando na verdade era só um auxiliar de memória.
Fecundação, muito bom!

Coisas sobre as quais podia falar, aqui e agora.

Hoje podia falar da gravidez da Kate mulher do William filho da Diana e do camafeu e enteado da "jeitosa" da Camilla. Parece que a Kate, para gáudio daqueles que ainda a moça não tinha aterrado da viagem de lua de mel lhe adivinhavam uma barriguinha proeminente, está finalmente de esperanças. Mas não, não vou falar sobre isso.

Podia também falar dos meus dias de estudo com o meu filho mais velho, que esta semana tem testes. Hoje foi o teste de estudo do meio e ontem estudámos tudo quanto era sistema, do digestivo, ao respiratório, passando pelo circulatório, pelo escretor ou urinário e pelo reprodutor (sim sim, com espermatozoides e fecundação à mistura) e devo dizer-vos que já estou perita na matéria. Amanhã será o teste de língua portuguesa, o que equivale a dizer que hoje estivemos a rever a matéria dos nomes comuns, próprios e colectivos, das formas das frases, dos tipos de frases, dos adjectivos, das silabas tónicas e átonas (pela minha rica saúde se eu me lembrava que as silabas não tónicas se chamavam silabas átonas), das acentuações agudas, graves e esdrúxulas.... Quinta-feira será de Matemática, mas ainda não estou preparada psicologicamente para as p... das tabelas que os pobres miúdos têm agora que usar para fazer contas básicas e que com uma multiplicacaozinha da treta, com tabuadas que já aprenderam, demoravam muito menos tempo e eram muito mais obvias. Pelo menos para mim. Mas não, também não vou falar sobre isto.

Também podia hoje e aqui falar das novas regras de facturação e envio da informação referente à facturação às finanças até ao dia 8 do mês seguinte, regras que estão a por empresas, pequenos empresários e contabilistas em polvorosa, e com razão, que a coisa é de loucos. Mas não, não vou falar sobre isto. Até porque a partir de certa hora não posso falar sobre coisas que impliquem o Gaspar e as finanças, sob pena de não pregar olho a noite toda ou, pior ainda, ter uma noite de pesadelos sucessivos e horrendos, daqueles que acordo a chorar baba e ranho com o coração aos pulos.

Vou, sim, falar sobre a fatia do Melhor Bolo de Chocolate do Mundo (o verdadeiro e original) que acabei de devorar, mas, note-se, sem alarvisses, antes com jeitinho, ternura e verdadeiro prazer. E da outra que ainda está no frigorifico a chamar por mim, primeiro de uma forma quase silenciosa e neste momento aos gritos, fazendo-me pôr os dedos nos ouvidos como se de tampões de tratassem, para evitar ouvi-la (à fatia, que grita desesperadamente por mim, que diz come-me, devora-me todinha e no final lambe as beiças, por favor, vem, come-me, vais ver que te arrependes mas que ainda assim vai valer a pena) e, consequentemente, levantar-me deste sofá onde ainda jaz um prato com resíduos da fatia já devorada (poucos resíduos, é verdade, mas ainda assim resíduos) e ir a correr para a cozinha transformar a outra (fatia) em meros resíduos.
Este bolo é, de facto, qualquer coisa de divinal! Eu, que nem sou muito fã de chocolate e doces de chocolate (os de ovos são uma perdição maior para mim) fico tresloucada com este bolo de chocolate, não sei se pelo chocolate macio, quase mousse, e das boas, se por aquela espécie de bolacha em camadas fininhas e estaladiças....
Nham nham, já estou a salivar. Vou só à cozinha comer uma garfadinha, não consigo resistir....

A importância de olharmos um pouco alem do nosso umbigo

Vivemos tempos difíceis, não é novidade.
E pelo que se me afigura este estado de coisas não é passageiro, muito pelo contrário, tende a piorar nos próximos tempos, adivinhando-se dias (anos) pouco risonhos para este país à beira mar plantado.

Todos os dias conseguimos deprimir um bocadinho mais. Todos os dias perdemos um punhado do (pouco) optimismo que (pelo menos alguns de nós) ainda conseguimos ter. Todos os dias deixamos pelo caminho um pouco da esperança que "isto" dê a volta rapidamente.

E nestes tempos que vivemos é essencial despertarmos a nossa consciência social, é preciso intervirmos, agirmos, não nos ficarmos pelos queixumes. É preciso deixarmos de seguir a máxima de que "pimenta no cú dos outros para mim é refresco".

Que fique já claro que, com isto, não estou por qualquer forma a subscrever ou a concordar com as declarações  do 1º Ministro, que nos chamou de piegas (piegas é a mãe dele e infelizmente casou-se, e pô-lo no mundo, que vivia tão bem sem ele).
Com isto quero dizer que já que infelizmente não podemos contar com o Estado-Social (acho que todos temos consciência disso, neste momento) está na altura de deixarmos de olhar apenas para o nosso umbigo e passarmos a levantar a cabeça, olhar à volta e reconhecer que há quem esteja bem pior que nós, quem não tenha para onde se virar, quem já tenha perdido todas as esperanças, todas as forças.

Como cidadã, como mãe, como pessoa, preocupa-me (entre muitas outras coisas) que haja crianças neste país que só comem na escola. Crianças cujos pais não conseguem comprar-lhes os materiais escolares de que precisam para estarem em igualdade de circunstancias com os outros colegas e, desse modo, conseguirem estudar, progredir, sonhar com um futuro melhor. Mesmo que nesta altura sonhar com esse futuro seja difícil. Aflige-me existirem crianças que para terem livros escolares tenham que ser privadas, elas e as suas famílias, de bens essenciais. Pais que para poderem financiar as elevadissimas despesas escolares e de sustento dos seus filhos tenham que deixar de pagar a renda de casa.

TODOS NÓS PODEMOS FAZER ALGUMA COISA PARA MELHORAR A VIDA DE ALGUÉM. TODOS, SEM EXCEPÇÃO.
Porque para ajudar não é preciso só dinheiro, que esse sabemos que não abunda em casa de muitas famílias. É preciso sobretudo vontade, é preciso querer, é preciso sair da zona de conforto, é preciso repartir, pensar no outro. Levantar o rabo do sofá.

Custa muito, no final do ano lectivo, reunir lápis, canetas, mochilas e afins que sabemos que os nossos filhos não vão usar no ano seguinte e em vez de os encafuar numa gaveta qualquer contactar as escolas e associações de pais que têm bolsas de usados? Não, não custa nada, só um saco (se for do Continente nem custa o saco), um telefonema e uma viagem à escola.
Custa muito, no final do ano lectivo, pegar nos livros escolares e, em vez de os guardar na arrecadação dentro de uma caixa (caixa essa que, com sorte, os nossos filhos vão abrir quando saírem de casa para morar sozinhos ou para criarem a sua própria família, altura em que vão concluir que o melhor é deitar fora aquela tralha inútil), entregá-los nas escolas, nas associações de pais, noutras instituições que fazem essa recolha e posterior distribuição por alunos que os podem voltar a usar e a cujas famílias essa poupança na compra dos livros dá muito jeito? Não custa nada, só um saco um pouco maior e mais resistente (que os livros pesam mais do que os lápis), o mesmo telefonema e viagem.
Custa muito associarmo-nos a acções sociais e solidárias, promovidas por instituiçoes que fazem trabalhos notáveis nessas áreas, ou mesmo fazermos pequenas acções para com pessoas que estão mesmo ao nosso lado, nos nossos trabalhos, nas escolas dos nossos filhos, no café onde tomamos o pequeno almoço? Muitas vezes não custa nada, ou custa pouco.

Hoje ajudamos. Amanhã talvez precisemos de ser ajudados (que isto a descer, como diz o povo, todos os santos ajudam). E se ainda assim quando viermos a precisar não tivermos a ajuda de ninguém teremos sempre o consolo de que somos bem mais ricos do que muitos dos que têm muito mais do que nós.
Toca a mexer, minha gente!