...

...

Aí que o miúdo andou a ler A Cabana....

Gonçalo, hoje, ao adormecer:
- Mãe, como é que nós adormecemos?
- Então, estamos com sono, os olhos começam a fechar-se e puff, adormecemos...
- É como morrer?
- Não sei filho, nunca morri...
- Eu acho que morrer é ir para outra cidade, quer dizer, morremos e depois vivemos noutro sítio, com uma nova vida. E se nesta vida tínhamos uma vida boa ou éramos bons na outra vamos ter uma vida má ou vamos ser maus, se nesta vida éramos maus ou tínhamos uma vida má na outra vamos ser bons ou ter uma vida boa.
- .... Pois não sei... Quem é que te disse isso?
- Ninguém, é o que eu acho. Não achas?
- Não sei filho....

Querem ver que o miúdo acorda à noite e vai ler A Cabana!?! Será que sou a única céptica nesta casa!?! Um dia destes ainda sou surpreendida com um bilhete do Papá...ou com um SMS...ou quiçá com um pedido de amizade no facebook....Entretanto digo o quê à criança ?

Finalmente...

... já tenho unhas de gente!

E, pela primeira vez, experimentei fazer o buço (detesto esta palavra mas bigode ainda é pior) com linha, em vez de cera. É engraçado e não dói e é rápido.
Depois conto se dura mais tempo, menos tempo ou o mesmo.

E é isto!

Olha...

Afinal não é só o meu filho que quer ir vender ouro ao Ourocash, parece que o António Sala também vende os seus anéis e pulseiras por lá e investe em moedas de ouro!

Deve comprar tanta modinha, o senhor...

Resposta do Gabinete da Presidência à cidadã indignada e contra-resposta da cidadã indignada

Na sequência da reclamação desta cidadã indignada, o Gabinete da Exma. Sra. Presidente deu-me, em tempo record, esta resposta:

"Exma. Senhora Margarida Gonçalves,
Encarrega-me a Sra. Presidente da Câmara, Dra. Susana Amador, de começar por acusar a receção e agradecer o envio do seu email infra, o qual mereceu naturalmente a sua melhor atenção.
Quanto às questões nele constantes, suscitam-nos as mesmas as seguintes considerações e esclarecimentos:
1. Começando pela questão relativa aos Auxiliares (Pessoal Não Docente - Assistentes Operacionais), queremos esclarecer que não só este Município cumpre os rácios estabelecidos na lei para todas as escolas sob a sua responsabilidade, como ainda contratou, em regime extra-rácio, mais 22 Auxiliares, um encargo de mais € 220.000/ano suportado integralmente pelo Município de Odivelas, mesmo quando este sofre atualmente os efeitos da difícil conjuntura financeira decorrente desta crise que atravessa o País, mas também das medidas restritivas e de crescente asfixia financeira e legislativa impostas às autarquias pelo atual Governo, o que é naturalmente demonstrativo da sensibilidade desta autarquia para a questão que coloca;
2. Relativamente aos manuais escolares e às fichas pedagógicas, começamos por referir que a sua distribuição teve já início na passada 5.ª feira, dia 27 de setembro. Quanto à sua indignação com a excessiva generosidade deste Município na distribuição dos manuais escolares e das fichas pedagógicas, gostaríamos também de esclarecer que essa decisão da Sra. Presidente da Câmara decorreu da avaliação previamente efetuada à implementação no corrente ano letivo desta medida, e da constatação verificada, face ao profundo agravamento que se vem verificando nas condições de vida nas famílias, do diminuto número de crianças que seriam abrangidas por uma eventual exclusão em função da aplicação dos escalões de rendimentos, no contexto do universo global de crianças abrangidas. Recorde-se que o referido escalonamento, tendo em atenção os critérios estabelecidos, é baseado em meios formais de prova (declarações de IRS), e não em análises casuísticas de sinais exteriores de riqueza;
3. Se no seu caso optou por, legitimamente, nos fazer chegar a sua indignação, a qual nos motivará ainda mais no esforço que diariamente fazemos para servir melhor a população deste Concelho, acredite que também diariamente muitas famílias fazem chegar à Câmara Municipal o seu reconhecimento pelo esforço que já há muitos anos vem sendo feito por esta autarquia em matéria de Educação, definida para nós como a prioridade das prioridades, a base em que se suporta o princípio constitucionalmente consagrado de uma igualdade de oportunidade para todos, independentemente da sua raça, sexo, religião, condição financeira, social ou outra qualquer.
4. Não vimos, no entanto, no seu email qualquer referência a aspetos esses sim, no nosso entendimento, altamente penalizadores para a qualidade do nosso ensino e da Escola Pública, como o sejam por exemplo a dívida do Ministério de Educação a este Município, que já ronda os 3 Milhões de Euros, os cortes que estão a ser feitos na área da Educação pela Administração Central, com o consequente despedimento de docentes e o inqualificável (do ponto de vista pedagógico) aumento do número de alunos por turma, a criação dos Mega Agrupamentos etc., decisões que talvez justificassem também uma justa expressão de indignação.
A concluir, uma última nota. Todos nós na vida, em especial aqueles que têm maiores preocupações de desempenhar um papel ativo no intuito de procurar melhorar as condições de vivência nos meios em que estão inseridos, podemos desempenhar vários papeis, seja enquanto cidadãos, enquanto pais, ou no âmbito institucional ou no movimento associativo. E tudo isso é legítimo, e ainda bem que assim acontece, pois é dessa forma que as sociedades progridem. É esse naturalmente o caso da Sra. Presidente da Câmara, como o é também o da Sra. Margarida Gonçalves. Mas já não é legítimo que se misture todos esses papeis ao mesmo tempo, e se use essa confusão de papeis para expressarmos aquilo que julgamos ser a razão que num qualquer aspeto nos assiste. Por isso, a Sra. Presidente da Câmara, enquanto tal, não mistura a sua vida familiar, porque privada e do foro íntimo a que, como qualquer cidadã, tem direito a preservar, com o cargo que desempenha. Por isso esta resposta se confina naturalmente ao plano institucional.
Atentamente,"
 
E recebeu esta, da minha parte:
 
"Boa tarde,
 Cumpre-me antes de mais agradecer a pronta resposta à minha “reclamação” e bem assim esclarecer desde já que, obviamente, não pretendia que a Exma. Sra. Presidente ou esses serviços me dessem qualquer resposta que extrapolasse o ponto de vista institucional. Até porque a mim não me importa senão esse, como calculará. A referencia ao facto de a Sra. Presidente ser mãe de alunas do agrupamento - creio ser esta a questão – mais não foi do que uma referencia a um facto do conhecimento publico, não sendo nem pretendendo ser argumento para o que quer que seja.
Em segundo lugar, não posso apenas deixar de referir, por correspondência aos diversos pontos da v/ resposta, o seguinte:
 1. Auxiliares
Desconheço se os ratios estão ou não a ser cumpridos na escola em questão, mas se o estão tal apenas acontece desde há dois dias a esta parte, pois só nessa altura (creio que 4ª ou 5ª feira) foram efectivamente colocadas mais auxiliares na escola. Cumpre ainda referir que, mesmo que estejam a ser cumpridos os ratios, continua a verificar-se que existe, na prática, défice de auxiliares face ao numero de alunos e à realidade da escola.
E esta minha afirmação pode ser facilmente confirmada in loco, nos recreios e no refeitório. E, reitero, seria uma situação ainda mais grave se a escola não contasse com o apoio das funcionarias do ATL.
 
Admito que seja o ratio legalmente previsto que está desadequado às necessidades (situação que é obviamente alheia aos municípios e, consequentemente, a V. Exas.), mas tal não me deixa menos preocupada, enquanto mãe e cidadã e atendendo nomeadamente à difícil conjuntura que todos sabemos afectar este país, com os efeitos dai decorrentes para a segurança escolar, sobretudo em áreas em que a população é maioritariamente desfavorecida, cultural, social e economicamente.
 
2. Manuais Escolares
A informação inicialmente veiculada foi a que referi na minha “reclamação”. Se entretanto os timmings se alteraram ou eu estava mal informada, excelente, antes assim. Na sala do meu filho, e até hoje, ainda não foram distribuídos manuais nem fichas pedagógicas mas pelo teor do v/ mail creio que será então uma questão de dias e que na próxima semana tudo estará regularizado, o que me deixa satisfeita e bastante mais descansada.
Relativamente à manutenção da decisão de fornecer livros a todas as crianças não me compete a mim, que não tenho nem pretendo ter quaisquer responsabilidades politicas, definir nem tão pouco avaliar quais os critérios que poderiam ser equacionados para a distribuição, nem pretendi fazê-lo: apenas manifestei a minha opinião de que haverá pessoas que não necessitam deles (seja de acordo com meios formais de prova seja de acordo com outros critérios) e que se o facto de se manter a medida implicar uma dilação na entrega dos livros às crianças então não estaremos na presença de uma boa medida nem de uma medida ajustada. Só isso.
E mantenho a opinião de que, por poucas que sejam as famílias abrangidas pela exclusão, devem as mesmas ser excluidas e o dinheiro desses livros ser, por exemplo, utilizado na compra de materiais e equipamentos (nomeadamente tonners e papel de fotocópia) que façam falta às escolas, permitindo assim às mesmas exercer o melhor possível as incumbências que lhes estão adstritas e para as quais estão vocacionadas. No meu modesto entendimento, isso é que seria justo e equitativo, mas isso é a minha maneira de ver as coisas (que aliás não tenciono mudar e pretendo transmitir aos meus filhos: quem não precisa não pede e dá lugar aos outros que precisam, quem tem a mais cede um pouco desse excesso a quem tem a menos, cada um tem obrigação de desempenhar um papel social pois por mais pequeno que esse papel possa ser no final, tudo junto, dará um bloco). Mas se calhar sou eu que estou errada e em dissonância com este mundo...
3. Com honestidade e desde já apresentando as minhas desculpas se ferir quaisquer susceptibilidades, entendo que não tenho de agradecer especialmente quando as instituições e entidades publicas fazem o seu papel, pois é exatamente para isso que existem, pese embora às vezes nos esqueçamos. Ou nos façam esquece-lo, infelizmente para todos nós, mesmo para as instituições e entidades publicas.
E a CMO terá certamente muito mérito em muitos trabalhos desenvolvidos, em muitas acções empreendidas, em muitas opções tomadas. Nunca coloquei isso em causa. Simplesmente, isso é o que eu espero quer da CMO quer de outras entidades publicas: que façam o seu melhor, procurando e implementando soluções, contribuindo para a concretização das suas competências e visando a procura de um país mais justo e equitativo.
 4. Quanto a este ponto, cumpre-me referir, com todo o respeito que a Sra. Presidente e esse município me merecem, que me parece importante que fique claro que as minhas indignações são por mim manifestadas (legitimamente como muito bem é referido por V. Exas.), nos moldes e nos locais que entendo por convenientes e como não tenho o hábito de reclamar para não estar calada (antes pretendendo alertar para situações e/ou contribuir para a respectiva resolução) entendi (e entendo) por bem não reportar a esse município as minhas indignações relativamente a actuações, omissões ou opções de outras entidades que não esse Município (nomeadamente do Ministério da Educação e do próprio Governo), antes me reservando o direito de o fazer perante as próprias entidades sem dar conhecimento a outras (nomeadamente a esse município), ou, se assim o entender, de não o fazer de todo.
Permitam-me a este propósito esclarecer que a minha “reclamação” não tem nem pretende ter qualquer alcance politico-partidario, circunstância que não me parece ter ficado clara mas que faço questão de clarificar: nunca estive, não estou nem pretendo vir a estar ligada a qualquer partido ou força política, pelo que a minha “indignação” não é especificamente dirigida nem à Sra. Presidente nem à força política que a suporta. Conheço perfeitamente, dentro do que é dado a conhecer ao publico em geral, todos os constrangimentos e limitações quer desse município, quer do Ministério da Educação, quer do pais em geral, embora, no meu caso, atribua a situação que nos encontramos não só a este governo mas também a todos os que os antecederam nos últimos, talvez, 20 anos....
Sem mais, e desde já agradecendo o tempo despendido, apresento os meus melhores cumprimentos,"
 
Porque é que esta gente não aceita nenhuma critica ou sugestao sem o encarar como uma questão politica?


A Cabana.

Se bem se lembram, os mais atentos claro está, escrevi há tempos um post sobre as minhas leituras de férias. E sobre o livro que comecei no pós-ferias, a Cabana. Ainda não o acabei de ler, nem sei se vou acabar.
Como é que eu hei-de explicar....
Na parte inicial, quando se dá a tragédia que virá a causar a Grande Tristeza, até gostei e estava entusiasmada. Mas quando o Nosso-Senhor-Todo-Poderoso manda um bilhete ao homem para ele ir ter lá ao local onde se deu a tragédia que causou a Grande Tristeza, assinando Papá (sim, porque se tivesse assinado Deus, o seu nome, seria completamente diferente) comecei a torcer o nariz.
E quando o homem chega lá, à cabana, e encontra Deus dividido em Jesus (que vestia jeans), Sarayu (que era uma espécie de vento também conhecido por Espirito-Santo) e Deus propriamente dito, Papá, prós amigos (Papá esse que era uma negra anafada que, com um look de mãe-negra, ouvia num rádio da cozinha musicas de cantores que ainda não tinham nascido - trauteando a melodia, está bom de ver -, ao mesmo tempo que preparava suculentos petiscos) fiquei derreada!

Estou a meio. Não sei se aguento ir até ao fim. E o que mais me surpreende é que conheço varias pessoas que me disseram que era um ganda livro. Ou estão doidas ou então não estou mesmo virada para a espiritualidade. Ou ambas.

Deus/Papá a fazer cheesecakes enquanto o pernil apura no forno, cantando alegremente pop futurista enquanto o Jesus apanha batatas no quintal e a Sarayu pergunta :" Papá, o jantar está pronto?" é muito mais do que aquilo para que estou preparada espiritualmente. E mentalmente. Fónix!

Isto é que é uma gaita...

Podia estar a despachar trabalho (e tanto que tenho para despachar). Podia sim senhor.

Podia estar na manicure a tratar das minhas unhas, que estão um nojo há mais de uma semana, com verniz vermelho por cima do gel laranja fluorescente que pus no final de Agosto e que já me encandeou de tal forma que tive de o tapar ( sendo de referir que nas pontas o laranja já aparece por baixo do vermelho, num cenário que até podia virar tendência, como diz o meu gajo), tudo isto ( já de si notável) envolto num mar de cutículas ressequidas. Podia sim senhor.

Podia estar no ginásio a ver se mando estes quilos de verão abaixo e esta barriga para a pata que a pôs, já que a mensalidade está paga. Podia sim senhor.

Podia até, numa vertente menos ambiciosa, estar simplesmente em casa a descansar o esqueleto antes do jantar. Pois podia.

Mas não. Como mãe maravilhosa e dedicada que sou, tenho trabalho a rodos, unhas de barraqueira, barriga e nádegas de sopeira e estou estoirada mas vim com o meu filho ao treino de futebol.

Ai Dolores Dolores, já percebo como ficaste nesses propósitos... Só espero conseguir enfiar os meus filhos na Academia do Sporting antes de me tornar um caso perdido...

mags

É no que dá ver novelas...

Os meus filhos são fãs das novelas portuguesas da SIC. Sempre que podem aí estão eles, a papá-las todas.
Hoje, durante o Dancing Days, nesta casa ocorreu o seguinte dialogo entre o Martim e eu:

Martim- Mãe, és a minha mãe verdadeira?
Eu - Sou filho, porque é que fazes essa pergunta?
Martim- Era só para saber... E já estiveste presa?
Eu- Não filho, claro que não... A mãe é uma pessoa honesta, nunca fez nada para estar presa....
Martim -Ainda bem.... E porque é que o Aníbal é gay, ele gosta?
Eu - ... Ó filho as pessoas à vezes gostam de pessoas iguais a elas, os meninos dos meninos, as meninas das meninas, isso não faz delas melhores ou piores pessoas, importa é que sejam felizes.
Martim - Que nojo!
Eu - Ó Martim, que feio isso que estás a dizer!
Martim - Pronto, que estranho!

É o que dá ver novelas. E ser muito à frente para 5 anos...

Eu cidadã que paga (muitos) impostos, reclamo.

Há quem escreva reportagens. Há quem escreva artigos. Há quem escreva palavras soltas. Ha quem escreva poesia. Eu escrevo reclamações. Hoje foi esta.

"Exma. Senhora Presidente da Câmara Municipal de Odivelas,

Dirijo-me a V. Exa. na qualidade de munícipe do concelho de Odivelas, que reside e exerce a sua actividade profissional neste concelho e que tem dois filhos menores numa escola publica do mesmo, no caso o JI/EB1 Porto Pinheiro.
E devo confessar que é com bastante apreensão que encaro este inicio de ano lectivo, pelas razoes que passo a explicar.

1) Falta de auxiliares na escola
Constata-se, neste ano lectivo, uma diminuição das auxiliares de acção educativa afectas ao 1 ciclo, na referida escola, diminuição que não é correspondente à diminuição do número de alunos, muito pelo contrario.
Ou seja, mais alunos, menos auxiliares. Logo, menos vigilância nos recreios, menos vigilância no refeitório que como se sabe é um refeitório sui generis pois serve alunos do JI, do 1 ciclo, do 2 ciclo e do 3 ciclo. Ou seja, alunos dos 3/4 anos aos 17/18 (que como V. Exa. certamente saberá existem em número considerável no complexo escolar em que se encontra inserido o JI/EB 1 Porto Pinheiro), que utilizam o refeitório dentro do mesmo horário (a hora de almoço).

Esta situação é grave e pode assumir proporções desastrosas, sendo a situação apenas sustentável em virtude de as funcionarias do ATL da EB1 Porto Pinheiro gerido pela Associação de Pais, e por esta pagas, estarem presentes nos recreios e no apoio aos almoços, o que fazem com maior incidência que as próprias funcionarias / auxiliares da escola. Estas funcionarias do ATL cumprem diariamente tarefas que não são da sua incumbência nem competência, antes sendo incumbências da escola, e muitas vezes fazem-no com prejuízo das suas próprias horas de almoço, que deixam de ter! E não se diga que não é bem assim, pois é exactamente isto que se passa.
Perguntar-me-á como terei tanta certeza. Responder-lhe-ei que tenho conhecimento directo destes factos que relato, pois integro a Associação de Pais do agrupamento e sei bem a carga que é colocada nas nossas funcionarias, que fazem o que lhes compete e o que compete às funcionarias da escola, em termos de vigilância e de limpeza das próprias instalações escolares (pois limpam bem mais do que lhes era exigível, nomeadamente em virtude das incumbências inerentes à celebração do protocolo referente às AECS).

Salvo o devido respeito, isto é inadmissível e não é solução, até porque não tarda essas funcionarias do ATL atingirão os seus limites de capacidade de resposta a todas as situações para as quais são solicitadas. E quando essas funcionarias começarem a ir para casa, de baixa, não há quem tape o buraco e podem ocorrer situações graves, como calculará.

Urge, portanto, resolver esta situação que creio a preocupará, enquanto presidente da CMO e enquanto mãe de alunas que frequentam a escola. Se não a preocupam então fico ainda mais apreensiva pois só quem estiver completamente alheado da situação desta escola é que não ficara apreensivo com a situação que acima descrevo.

2) Livros Escolares
Admito que foi sempre com alguma surpresa que encarei o facto de a Camara oferecer os livros escolares do 1ciclo a todos os alunos que frequentam escolas desse nível de ensino no concelho de Odivelas, independentemente das necessidades económicas dos respectivos agregados familiares.
E neste ano lectivo mais surpreendida fico, pois apesar de compreender que seja uma bandeira política considerável para este executivo camarário - ou, por outras palavras, uma medida que dará bastantes votos - não consigo perceber que nos tempos que correm a Camara insista nesse financiamento indiscriminado.
Que se dêem livros aos alunos que integram famílias carenciadas, designadamente as de escalão A e B, de acordo: é uma iniciativa de louvar.
Que se analisem caso a caso situações de famílias que, não estando integradas nesses escalões, passem por problemas económico-financeiros complicados, até concordo.
Mas que se dêem livros a toda a gente com dinheiro que não se tem, parece-me absurdo. Principalmente quando, na sequência da intenção de persistir na manutenção dessa bandeira política, se tem como consequência o facto de as crianças não terem ainda os livros escolares, não sendo sequer previsível que os venham a ter antes do final de Outubro (na melhor das hipóteses), ou seja, um mês e meio depois do inicio as aulas! Ao que consta o concurso ainda não estará fechado (embora já se saiba quais são os livros e a editora, pelo que também isto não percebo bem, mas deve ser devido a limitações minhas).

Eu felizmente posso comprar os livros e não tenho carências económicas que justifiquem que a Camara mos ofereça. Como eu, outros pais haverá. Creio que todas as mães que gastam mensalmente quantias elevadas em cabeleireiros e manicuras de gel, pais que se deslocam em bons carros e que tem casas de férias, agregados que jantam fora várias vezes por semana e têm os filhos a frequentar varias actividades extracurriculares pagas, poderão despender €60 ou €70 por ano em livros escolares. Parece-me óbvio.
No meu caso, o meu filho está no 3 ano, um ano em que o programa de algumas disciplinas (nomeadamente de estudo do meio) é bastante extenso e difícil para crianças desta faixa etária. E em que não há tempo a perder.
Mas não têm livros! Têm que passar todos os exercícios para o caderno, escrevendo pelo seu próprio punho (com o tempo que com isso perdem, pois falamos de crianças de 7/8 anos que como é obvio escrevem devagar) pois como os livros ainda não chegaram e a escola não tem dinheiro para desperdiçar em consumiveis de informática (e, logo, não pode andar a tirar fotocopias a torto e a direito) esta é a única alternativa. Absurda, diga-se!

Perguntar-me-á V. Exa. porque não os compro. Responder-lhe-ei que já estão encomendados, sendo que me vou voluntariar para, a expensas minhas, tirar fotocopias das primeiras fichas de cada disciplina para toda a sala de aula.
Isto porque como V. Exa. calculará, o facto de eu comprar os livros para o meu filho não me resolve problema nenhum pois os restantes meninos da sala não os têm e a professora, e bem, não poderá seguir o que seria o curso normal do leccionamento quando apenas um ou dois ou três meninos num universo de 25 tem os livros...
Parece-lhe razoável este cenário? Justificará a bandeira política da oferta de livros a toda a comunidade do 1 ciclo do concelho de Odivelas este atraso e esta anomalia no normal decurso/arranque do ano lectivo? Creio que não. E quero acreditar que, em consciência, V. Exa. também o não crerá.
Foi, por isso, com surpresa que recebi a carta de inicio de ano lectivo, subscrita por V. Exa., em que esse município se vangloria de oferecer os livros do 1 ciclo a todos os alunos. Faltou referir que os livros só chegam em Novembro e que tal irá comprometer irremediavelmente o normal decurso do ano escolar e a aprendizagem normal dos alunos, especialmente daqueles com maiores dificuldades, daqueles com menos apoio em casa. E, consequentemente, todo o percurso escolar destas crianças que não estarão em iguais circunstancias de solidificação de conhecimentos quando forem prestar provas a nível nacional. Isto também me parece obvio.
Salvo o devido respeito, deveria ser essa a preocupação dessa autarquia. Seria mais justo, mais equitativo e mais responsável do que oferecer livros a todos, com estes atrasos e com as consequências dai advenientes, a curto, médio e longo prazo.
Os professores fazem o que podem mas como sabe sem ovos não se fazem omeletes!

Fica a minha indignação, que como munícipe deste concelho não me coíbo de expressar.

Melhores cumprimentos,

Margarida Gonçalves "

Ah, e mandei o contacto de telemóvel, não vá acontecer a improbabilidade de alguém ter a dignidade de me dar uma resposta de viva voz. Com o email de agradecimento e número de processo já conto, que não sou nova nestas andanças e já sei o que a casa gasta.

Ontem...

Ontem, domingo, acordei com uma noticia inesperada: a destruição total, por fogo, de uma loja pertencente a uma empresa em que trabalhei durante quase 6 anos e com a qual continuo a colaborar. Uma empresa onde fiz grandes amigos, que viu nascer um filho meu, que ainda tenho no coração.
Após o choque inicial causado pelo telefonema, fui ver as imagens na internet. Fiquei paralisada com a destruição, com a facilidade com que as chamas destroem tanto trabalho, tantas equipas, tantas expectativas, tanto tudo. Tudo destruído, tudo. Só o logotipo continuava lá, no alto dos escombros, como que a marcar a posição que é sua.
Hoje ainda estou mais triste. Desolada. Com um nó na garganta.
Não imagino o que será ver a nossa vida a arder, sem sabermos o que faremos a seguir a isso. Nem depois.
Vi na televisão antigas colegas a falar aos jornalistas, com os olhos toldados pela tragédia, com o cenário das chamas a devorar o seu local de trabalho.

Fica o meu grande abraço, carregado de força, a toda a equipa AKI Portimão.

Programas inesperados

Aqui a esperta foi ao ginásio enquanto a cria mais nova estava na natação. Enquanto isso, o maridão e a cria mais velha foram ao futebol.
Pois que aqui a esperta e a cria mais nova fizeram as suas actividades físicas, foram ao banho turco e ao jacuzzi, tomaram uma banhoca, vestiram um calçanito e uns chinelos e vieram embora.
Uma vez estacionado o carro na garagem e carregados de sacos e sacolas, a esperta e a cria mais nova subiram e eis senão quando aqui a esperta verificou que não tinha chave de casa.
Em casa não estava ninguém nas próximas duas horas pois como referido os outros dois habitantes da mesma estavam nas lides futebolísticas.
Os compadres da esperta, que moram no primeiro andar do prédio e têm a chave cá de casa, também não estavam e só chegavam depois das 21h30.

Por isso, aqui a esperta e a cria mais nova lá foram, em calções e chinelos, jantar a um restaurante aqui perto, onde ficaram a fazer tempo para poder entrar em casa.

A cria mais nova achou o máximo. E a esperta também gostou do programa com o filhote mais novo, hoje filho único.

Dejá vu...

Passei novamente na TVI, estava novamente a dar a Casa dos Segredos, mais propriamente a parte em que um entra na despensa e num determinado período de tempo tem que tirar o maior número de produtos que consegue e que serão a única coisa que aquela gente toda comerá durante não sei quantos dias.
Pensei, " onde é que já vi isto?".
E de imediato me vieram à memória as imagens daquele dia 1 de Maio de 2012, em que o Pingo Doce fez a inesquecível promoção dos 50%.
Era isso, igualzinho a esse dia. Com a diferença que na Casa dos Segredos as pessoas não surrupiavam artigos dos cestos dos outros (porque só estava um dentro da despensa) nem faziam xixi pelas pernas abaixo enquanto estavam na fila (porque não havia fila)... Mas a maneira de encher o cesto era igualita...

Epá, que esperteza!

Hoje os homens cá da casa foram para o futebol. E aqui a je foi para o ginásio. Quando voltou, a je sentou-se à mesa a comer uma sopita e ligou a televisão. Na SIC estava a dar futebol, na TVI o resumo diário da Casa dos Segredos. Ficou na TVI. E um rapaz que lá anda dizia a uma moçoila que também lá aterrou e que parece que é da Madeira que achava saber o seu segredo (o dela).
E vejam bem este raciocínio espectacular:
"És da Madeira, não és?"
"Sou"
"E puseste silicone nas mamas, não puseste?"
"Sim..."
" Então é isso mesmo, o teu segredo só pode ser seres familiar de alguém conhecido, tipo o Jardim ou o Ronaldo".
E diz um outro que estava a assistir a este dialogo: "pra mim é do João Alberto".

Fiquei por momentos com a colher de sopa a meia haste e com um bocado de feijão verde pendurado na boca, aberta de espanto com este brilhante raciocínio e este espectacular dialogo.
Mas felizmente consegui recuperar-me e safei-me sem sequelas. Quer dizer, penso eu, pois ainda estou um tanto ou quanto abananada...


Se calhar funciona...

Se há coisa que me tira do sério é assistir a pessoas que se desfazem dos papeis que têm nas malas e nos carros, dos invólucros de pastilhas e dos maços de tabaco, em suma, do lixo, atirando-o para o chão. Ou para o ar, que vai dar ao mesmo.

Ainda aqui há tempos, numa fila de transito, o senhor que seguia (no caso, que estava parado) no carro à frente do meu - senhor esse que deve ter tirado um curso de gestão de tempo mas que certamente nunca frequentou nenhum de civismo nem asseio - resolveu aproveitar o tempo que esteve na dita fila para fazer a limpeza que se impunha ao seu veiculo. Limpeza que, face à quantidade de merdas que deitou pela janela (pacote de leite com chocolate incluído) deve ter sido a limpeza da década.
Ora este tipo de comportamento desperta em mim uma fúria incontrolavel que me leva a chamar vários nomes feios às pessoas que assim agem, tipo porco de merda, o que faço normalmente alto e bom som por forma a que não exista a mínima hipótese de que os porcos em causa nao ouçam.
Sujeita a um dia destes levar uma berlaitada, bem sei, mas ainda assim a fazer o que acho certo (a bem dizer o que acho certo é algo um pouco mais agressivo, tipo despejar eu própria um balde de lixo daquele imundo e malcheiroso, contendo inclusivamente restos de comida de há 2 semanas, pela cornadura desta gente abaixo).
Estou sozinha neste drama? Por favor digam-me que não, digam-me que também vocês não se contêm e verbalizam a vossa indignação por forma a que, quiçá, esta gente porca e primitiva sinta alguma vergonha ou pelo menos constrangimento...

Hoje vi esta foto e acho que vou imprimir e trazer umas resmas dentro do carro, para dar aos porcalhões apanhados em flagrante. Talvez resulte. Até porque não me agrada a ideia de armazenar lixo mal cheiroso no porta bagagens, para lhes despejar em cima como tenho ganas de fazer.

Aí está ele, em grande!

O Martim começou a escola nova esta semana, ou seja, há 3 dias.
Em bom rigor há 3 dias e meio, que na sexta feira já lá esteve de manhã.
Com ele foram muitos meninos da escola antiga, por isso a adaptação está facilitada, até em demasia, acho...

Hoje, ao jantar, disse-nos que tinha ficado de castigo no CAF (o prolongamento para além do horário de jardim de infância estatal, que termina à simpática hora das 15h30, que é como se sabe a hora a que a maioria dos pais já terminou a sua jornada de trabalho e pode ir buscar os seus filhos à escola).
" De castigo, Martim? No terceiro dia de escola já ficaste de castigo?", perguntei eu atónita ( honestamente falando, nem percebo muito bem porque ainda me espanto).
Ao que o Martim respondeu, "não, no segundo... ontem também fiquei...".
.....
"Mas a culpa não foi minha, o S. estava a lamber-me (???) e eu só me mandei para cima dele para ele parar de me lamber e a gorda do CAF (!!!!) disse para eu ir lá para fora sentar-me e eu fui. E depois a outra magrinha loura do CAF veio dizer para eu ir falar com a Tania, que também é do CAF, e eu disse que não, se queriam assim era assim que ia ser".
....
" Martim, isso não faz sentido... E ontem porque é que ficaste de castigo?"
" Sei lá, já não me lembro..."

E é esta a minha sina, tenho um filho que é uma peste e ainda acha que tem razão. Vai longe, este miúdo!
Já eu palpita-me que vou ter tantos fanicos e piripaques que não me faço velha.

Ginásio em família

Este ano os meus filhos têm natação à mesma hora, à segunda feira, final do dia. Enquanto as crianças nadavam, os pais deles ( ou seja, eu e meu homem) fizemos um treino no ginásio. No meu caso mais levezinho, claro está...

No fim fomos todos para o banho turco e depois para o jacuzzi, onde relaxámos um bocadinho e trocámos impressões sobre o primeiro dia de escola à séria deste ano lectivo, em que o Gonçalo tem a grande responsabilidade de estar no terceiro ano e o Martim entrou para a escola dos crescidos, para o ultimo ano antes de ingressar no primeiro ciclo.
Programa em família, logo à segunda feira. E para repetir todas as semana, espero!

Hoje...

Hoje não me juntei à manifestação, mas estou completamente solidaria com todos os que o fizeram (quer dizer, com quase todos, pois muitos dos que lá andam - que eu sei, porque tenho connections - até deviam ter vergonha de lá andar, por variadissimos motivos que nem sequer me vou dar aqui ao trabalho de enumerar).

Muitos dirão (que eu tambem sei) que não fui porque sou capitalista e tal e coiso e faço parte dos patrões cabrões e mais-não-sei-o-quê, porque tenho um bom carro, (ainda) não conto tostões ao final do mês, vou de ferias para um hotel jeitoso, janto fora, etc, etc, etc.
E a esses só digo duas coisas, a saber:
1. Esta capitalista filha-da-puta passou todo este sabado (como alguns outros, diga-se), desde as 09 da manha até agora (que são 19h10) a trabalhar no escritorio, tendo feito uma pequena pausa para almoçar uma sandes de queijo e um nectar no café em baixo do escritorio (as minhas desculpas pelo abuso, sim?);
2. Vão-se lixar, com "f", vocês que invejam o que tenho efectivamente de bom na minha vida (peço desculpa por isso, sim?) mas que não estão nem nunca estiveram para trabalhar 1/3 do que eu já trabalhei na vida (alguns nunca estiveram para trabalhar, tout court), porque é mais facil estarem sempre a lamentar-se da falta de sorte, de emprego, de dinheiro, enquanto bebem mines no café (nas quais gastam o dinheiro que afinal não tinham).

Aos outros, os que trabalham com afinco e recebem salários vergonhosos, os que não trabalham porque não conseguem emprego, os que toda a vida apenas puderam contar com paulada atrás de paulada deste Estado de merda que é o do nosso país desde que me lembro de mim (e anteriormente tambem, suponho) e que nunca conseguiram nada mais que trabalhar que nem uns mouros para pagar as contas essenciais das suas familias, os que têm sido sistematicamente prejudicados pelos ladrões que têm governado este paísb (e que são muitos), digo que estou convosco nesta luta ainda que não tenha estado na manifestação de hoje.
Porque eu, tal como vocês, não sou nenhuma previligiada, nunca tive nada de mão beijada, nunca recebi nenhuma herança choruda (nem sem ser choruda), nunca roubei nada a ninguem, nunca enganei ninguém, nunca explorei ninguém. Simplesmente estudei, trabalhei (muito) e tive sorte, que tambem faz parte da vida. Não acho que tenha que pedir desculpa por isso.

Não estive na manifestação hoje. Mas nem por isso estou menos preocupada com o estado das coisas neste país, nem menos solidaria com os milhares de trabalhadores que vão ser roubados por esta medida inqualificavel deste governo que, não obstante as dificuldades e condicionantes que todos conhecemos, não hesita em manter regalias aos seus à custa de quem trabalha.

E era só isto. Agora a capitalista vai para casa, a ver se está um bocadinho com os seus filhos, que os capitalistas tambem têm familia.

Missão cidadania.

Estão a ver quando há um fogo intenso, em que não se vê um palmo à frente do nariz, só se vê fumo negro, só cheira a queimado, só se pensa se se conseguirá salvar alguma coisa do que tão arduamente se construiu ao longo da vida?
É assim que sinto o presente e futuro deste país, de muitos dos que me rodeiam, de imensos que nem sequer conheço. Pelo menos a curto e médio prazo.
As chamas ainda não se aproximam da minha casa nem dos meus pertences (acho) mas nem por isso estou menos assustada com o fogo.
Está, talvez, na altura de, independentemente das politiquices, fazermos despertar o bombeiro que há em nós, o aldeão que ajuda o vizinho, o homem que vê para além do próprio umbigo...
Está, talvez, na altura de recuperarmos (ou fazermos nascer) a nossa consciência social, de partilharmos, de apoiarmos os que precisam mais que do que nós e que têm menos apoios do que nós. E há sempre quem esteja pior que casam de vós, não duvidem.
E a consciência social, a ajuda e o apoio não se resume ao aspecto financeiro. Passa também por ele mas vai para além disso, muito para além disso.
Há muitas outras formas de ajudar, de nos ajudarmos. É uma questão de vontade, de querer, de empenho.

Quanto a vocês não sei, mas a minha missão começa em 3,2,1,AGORA.

Obrigadinha pelo conselho, sim?

Algures por volta dos meus 15 ou 16 anos tive a disciplina de psicologia no liceu. E gostei bastante. E ponderei nessa altura seguir essa área. E troquei impressões sobre o assunto com o meu querido Pai. E o meu querido Pai disse-me que não lhe parecia ser uma boa opção pois lidaria diariamente com problemas de pessoas, de manhã à noite, e isso não era bom.
Resolvi então ir para direito e seguir a advocacia. E problemas de pessoas, diariamente, de manhã à noite, é coisa que abunda por esta minha vida profissional.
Obrigadinha Pai, pelo sábio conselho. Agradecida, sim?! Grrrrr.

As coisas que a gente não sabe que os filhos sabem!

Ainda a propósito das ratazanas e das comidas esquisitas, no programa de que já aqui falei, a determinada altura dizia-me o meu homem que antes da ratazana ou a propósito da ratazana, já não sei bem ( foi antes de eu começar a ver), tinha estado a dar a malta a comer bilis.... Obviamente que ele, que contava, e eu, que ouvia, estávamos prestes a vomitar e com uma cara de nojo que traduziamos em expressões verbais de nojo, tipo "que nojo".
Claro está que surgiram logo perguntas acerca do que é a bílis, se eu já tinha comido ( blhecc), etc. Lá expliquei que a bílis é uma substancia ( não sei se é este o termo correcto) que intervém na digestão ( intervém, nao intervém?).
Daí passámos rapidamente para o sistema digestivo e o Martim ( 5 anos) disse: "eu sei o que é o sistema digestivo e a digestão". E passou a explicar, sob o meu olhar maravilhado e simultaneamente atónito.
"É assim, a gente come as coisas, os alimentos, o peixe, a carne, todas as coisas, e depois com o cuspo transforma -se numa pasta. Aqui - aponta para o peito- ainda é pasta. Aqui- aponta para o estômago- o corpo fica com as coisas boas da pasta, as vitaminas e isso, e o resto é cócó, que a gente faz. E o que bebemos e não presta é chichi".
Depois de recuperar da surpresa perguntei-lhe onde tinha aprendido. Respondeu que foi na escola, com a A.J., a educadora que tinha no ano passado.
Bom trabalho A.!

Pareço um robot, mas enferrujado.

Esta semana que passou voltei ao ginásio após as ferias. Bem sei que devia ter voltado logo após o fim das ferias mas pronto, não o fiz, só voltei agora.
Estive lá lá segunda feira, treino leve, corridinha (ou melhor, caminhada na passadeira com uns intervalos em corrida), bicicleta, maquinas de pernas ( uma para contrariar a abertura outra para contrariar o fecho das ditas), uns abdominais fraquinhos. Soft.
Estive lá ontem e fiz uma aula de Body Pump. Estou que nem posso. Dói-me tudo, todos os musculuzinhos deste corpinho, mesmo aqueles que nem sabia que tinha, as pernas, os braços, o rabo, tudo. Alias, não levanto os braços acima da cabeça e para me sentar e levantar digo trezentos ais, que com ais parece que dói um bocadinho menos. E a andar, pareço o robocop, mas todo empandeirado.

Chiça!

Pra mim foi linguado...

O Eusébio partiu o carro todo contra um separador e quando questionado pela jornalista disse que por distracção tinha dado um beijo a um separador mas que felizmente ninguém se magoou.
Um beijo, homem!??!! Aquilo foi um linguadão daqueles da adolescência, daqueles que parece que a boca começa no nariz e acaba no queixo, daqueles que a alguns adolescentes até fazem cieiro ( no meu tempo faziam, acho que ainda não há nenhuma app para impedir isso).
Esta imagem já me fez sorrir... Até custa a crer que eu também fui adolescente. E parva nas horas. Ai ai, tanta porradinha que eu devia ter levado e não levei....
Mas aprendi a lição. Os meus filhos não hão-de sentir falta da porradinha. E, claro, já há muito tempo que não tenho cieiro a não ser por causa do frio. Ah ah ah ah ah. Ah ah ah ah ah.

Bizarre foods...

Epá, estive aqui a ver um programa na SIC Radical, de seu nome "Bizarre foods", que me deixou a modos que enjoada ( a expressão disso ainda continua na minha cara, mesmo enquanto escrevo este post).

O dito programa versa, como o próprio nome indica, sobre comidas bizarras ( eu chamar-lhes ia nojentas, assenta melhor na coisa).
Pois bem, lá no Oriente a malta apanha ratazanas, depela a ratazana, grelha a ratazana no barbecue e come a ratazana num belo churrasco com os amigos e familiares. Talvez regado a chá, que é saudável (confesso que não reparei o que bebiam).
E meus amigos, a visão da ratazana depenada (no caso depelada) na grelha, com a cartilagem da orelhinha bem direitinha (e, logo, espetadinha), é qualquer coisa que nem sei bem descrever.
Mas também fazem outro petisco com a ratazana, toda cortadinha aos bocadinhos e frita, tipo salada de polvo ou pica-pau. Mas com carnucha de ratazana.

Mas mais, os moços "cultivam" bichos da seda, retiram a seda para fazer tecidos e aproveitam os bicharocos, poēm-lhes sal a rodos, fritam-nos e comem-nos como se fossem amendoins. Ou tremoços. Segundo o jornalista, os bicharocos sabem a pipocas. A local prontificou-se a acrescentar " mas sem o sabor a manteiga" .

Posto isto, meus amigos, continuo com uma náusea e com uma cara de mete-nojo que é qualquer coisa. O que para quem gosta de coelho, caracóis e pezinhos de coentrada não deixa de ser curioso!

E agora de repente vieram-me à ideia uns quantos outros pratos típicos portugueses (tipo arroz de cabidela, iscas, codornizes, mão de vaca, língua de vaca (argh), dobrada, entre outros) que a malta aqui do ocidente europeu come com satisfação e entre familiares a amigos (no nosso caso normalmente acompanhado de tinto, que chá é para meninas, betinhas, e nada como uma boa vinhaça para acompanhar uma cabidelazinha suculenta... ). E parece que ainda fiquei mais enjoada.
No entanto, nada que bata a ratazana e o bicharoco da seda.

...

O melhor juiz é o tempo, diz o Seguro a propósito do Sócrates, no programa do Herman.
Epá ó Zé, a malta não está contente com estes mas não se esqueceu dos outros, percebes? A malta já não tem grande merda ( tipo dinheiro, trabalho, essas coisas insignificantes tás a ver?) mas não teve uma branca.
Por isso vê lá se deixas de dizer obscenidades e convences todos os teus coleguinhas políticos, do teu partido e dos outros, a irem contigo todos para a senhora que vos pôs no mundo,
E só mais uma coisita: sois todos uns palhaços FDP (fanáticos dos pópós, claro está).

Uau!

Este meu humilde blog caseiro ultrapassou as 10.000 visualizações. O que significa que não sou só eu quem não tem mais que fazer, ou quem não lhe apetece fazer o que tem para fazer.
Ficam, portanto, os meus sinceros agradecimentos aos meus leitores ( isto dito desta maneira tem cá um sainete, os "meus leitores").
E, caros leitores, estejam à vontade para se fazerem seguidores deste meu cantinho de desabafo e para comentarem os meus posts, para interagirem aqui neste espaço. Que é como quem diz, borá lá participar e mostrar quem são e o que pensam.

Mais uma vez, obrigada por me "ouvirem", sempre sai mais barato que o psicanalista...

Confirma-se...

Ontem não ganhei o Euromilhões. Fiquei-me pelo Dia de Merda.

Ofendi alguem, por acaso?

Ontem publiquei um post referindo-me à possibilidade de hoje ser um bom dia para ganhar o Euromilhoes. Só isso, Nada mais. Não exigi o premio. Não reclamei um direito especial sobre ele, por contraposição a quaisquer outras pessoas. Nem sequer argumentei. Só disse que era um bom dia para tal desiderato.

Como resposta a essa possibilidade por mim humildemente equacionada (nem sequer foi uma prece, muito menos uma exigência), o Universo brindou-me com um dia de merda.
Dormi mal e passei a noite a sonhar com pessoas decapitadas (!!!), provavelmente por influencia do filme "Selvagens", do Oliver Stone, que ontem fui ver ao cinema.
Grande parte do meu dia decorreu comigo a fazer quadros em excell com resumos de contratos, prazos, datas de saida e outras informações entusiasmantes como valores de garantias bancarias, modo de actualização e rendas e respectivos prazos, e outras que tais (uau, alto programão!)
Bati com o carro (F%&u- se), ainda por cima estupidamente e por culpa minha: estava tão embrenhada nos meus pensamentos, ou tão lerda, que ao sair do estacionamento, entre meter a marcha atrás ao mesmo tempo que olhava pelo retrovisor e me certificava que nenhum carro estava a passar (juro que olhei e me certifiquei, e juro que não vinha carro nenhum) e começar a recuar, não vi um carro que afinal sempre lá vinha e abalroei o dito. E pior, nem percebi: ouvi o embate, olhei novamente pelo espelho, não vi lá carro nenhum, saí do carro, cortornei-o para tentar perceber onde tinha batido e só nesse momento, depois de praticamente ter dado a volta ao meu carro, é que vi o carro que atropelei, parado um metro à frente, todo amolgado.

Bem, vendo as coisas pela positiva, ao menos não me aumentaram a contribuição para a segurança social, que não sou trabalhadora por conta de outrem nem faço descontos para essa instituição (por enquanto ainda pago só para a caixa de previdencia dos advogados e solicitadores). Menos mal.

Um dia...

Um dia ganho o Euromilhões e fico podre de rica. Hoje bem podia ser o dia...
E é isto.

Portam-se tão mal

Os meus filhos estão numa fase em que se portam tão mal tão mal e são tão surdos tão surdos que até me admira como têm tido tanta sorte.
Pois a sorte virou e ontem, depois de se portarem mesmo muito mal no supermercado onde fomos após a sessão de cinema (sim que eles parvos não são e bem sabiam que se se portassem mal antes lá se ia o cinema à vida), ignorando todos os meus pedidos e avisos para que parassem (pedidos e avisos que foram mais que muitos), tive um ataque de histeria no parque de estacionamento do centro comercial e gritei como se não houvesse amanhã (acho até que os meus gritos se devem ter ouvido no piso da restauração, dois andares acima), dei-lhes uma descompostura daquelas e pu-los de castigo: semanada suspensa (castigo deveras forte para o Gonçalo, que anda feito mercenário e, como já aqui disse, está numa fase em que o dinheiro é uma parte relevante dos seus objectivos) e uma semana sem playsations, nintendos e afins.
Hoje, parte dois. Portaram-se tão mal que o pai se passou e lhes pregou 2 ou 3 nalgadas, o que já não acontecia há uns meses valentes ( para não dizer anos).

Considerando que o meu filho Gonçalo, logo pela manhã, fez questão de certificar-se que a semana de castigo era de domingo a sábado e tentou, logo a seguir, negociar comigo a suspensão do castigo da inibição de jogos electrónicos durante um dia ( o de amanha) compensando com mais um dia de castigo ( que em vez de terminar sábado se estenderia por mais um dia, até domingo), e que ambos tiveram a lata de me dizer que as palmadas do pai não tinham doído assim tanto, aceito sugestões sobre o que fazer com estes vândalos. O espancamento e o internamento em colégio interno já foram por mim ponderados pelo que se for uma destas a vossa sugestão escusam de se incomodar.

mags

Muito mas muito mais leves...

Esta família é composta por dois adultos e duas crianças. Os adultos são profissionais liberais. As crianças só contribuem para a despesa.

Os adultos desta família trabalham com'ó catano e até ganham uns cobres. Mas pagam impostos como gente grande, eu diria mesmo que pagam mais do que muita da gente grande.
Esta família hoje liquidou o IRS e posso garantir-vos que está muito mas mesmo muito mais leve...
Ainda bem que os nossos impostos são bem empregues e servem, nomeadamente,para pagar os merecidissimos ordenados das estrelas e administradores da RTP. Viva o serviço publico!

E como devem achar que ando a dar a ... coiso, daqui a 20 dias tenho a segunda prestação do pagamento por conta de IRS (toma!) e daqui a 29 dias o IMI (embrulha!).
Tenho mesmo para mim que se tenho o azar de deixar cair as chaves à porta da repartição de finanças são capazes de me ir ao ... , isso mesmo. Em sentido literal, claro, que no figurativo já é quase rotina.

E pronto, é isto.