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A princesa Eva

Hoje fomos ver a Eva. Já a tinhamos visto na maternidade mas isso foi quando ela era pequenina. Agora já passaram 10 dias e a Eva já cresceu. Está linda,  rechonchuda, com uns olhos enormes, uma farta cabeleira, uma verdadeira princesa.
A miúda é uma delícia de gira. É a minha sobrinha do coração,  apesar de prima de parentesco.
Porque o amor é isto, algo que sentimos, forte, que as palavras não conseguem exprimir com exactidão.
Muitos parabéns primo-mano. Muitos parabens prima-cunhada. A vossa filha é linda.

Barbas de Talibã

Todos os dias me cruzo com pelo menos um ser humano do sexo masculino com uma barba à talibã, que vá-se lá saber porquê, parece que está na moda.
Caros barbudos de serviço, deixem-me que vos diga que esse tufo de pelo ao redor da cara vos fica mal. E é feio. E pouco higiénico. E deve fazer calor, acumular pó, ácaros e outras bichezas. Não é sexy.
Aposto que parte destes barbudos, ainda por cima, depilam outras partes do corpo que tradicionalmente têm sempre estado cobertas de densa vegetação. Ora vamos lá ver, qual é a logica disso? No pirilau é nojento mas na cara é bonito?
Tenham juízo e cortem a barba pá! Conselho de amiga.


Eu e os aviões

Nunca tive medo de andar de avião. Nunca mesmo. Voo tranquila, durmo na maior, não me assusto nem me enervo com as descolagens nem com as aterragens nem com as poças de ar. Sempre achei que as probabilidades de me acontecer alguma coisa numa viagem de avião era infinitamente menor do que a de ser assolada por uma acidente ou fatalidade na minha vida quotidiana.
Mas isso era dantes.
Agora, com aviões a despenharem-se todos os dias, já não tenho as mesmas certezas de antigamente.
E só por causa disso desmarquei as minhas ferias no Bali e vou antes para os Allgarves, en voiture.


Será que...

Será que o ex-presidente executivo do BES, hoje detido, já tem afvogado constituido?
Ou será que vai brincar aos pobrezinhos e pedir apoio judiciário, na modalidade de nomeação de patrono?

Querida Eva

Querida Eva,
Nasceste. Estou tão feliz que nem imaginas,
Ainda não te vi. Mas ainda assim já gosto tanto de ti.
Sabes, o teu pai é como se fosse meu irmão. Crescemos juntos. Amamos-nos de coração e  mesmo tendo vidas separadas, que temos, nada nunca abalará o que nos une, um amor de irmãos.
A tua avó é como se fosse minha mãe e avó dos meus filhos, teus primos.
O teu avô foi quase meu pai. O teu avô.  Estaria tão feliz se te pudesse ter visto nascer...Tenho tanta pena que a vida não lho tenha permitido.
Por isso tudo, porque amo o teu pai como a um irmão e os teus avós como a uns pais, amo-te a ti quase como a uma filha. E ainda não te vi.
Querida Eva, estou tão feliz que nem imaginas. Passei o dia com lágrimas nos olhos, de tão feliz que estou.
Disse à tua mãe que iria deixar passar uns dias até te ir ver mas não sei se consigo.  Quero ver-te, cheirar-te, abraçar o teu pai e a tua mãe.
Querida Eva, sê muito benvinda.

Eu cá não sou ma-língua. ..

... mas tenho para mim que o Rui Reininho anda a abusar dos estupefacientes.  Que grandes mocas tem o homem aos domingos. Chiça!

Desta safei-me

Afinal parecia pior do que era, só demorámos 45 minutos a chegar à estrada das praias e depois voámos até casa.  Sobrevivi. Mas não arrisco mais.

Desculpem lá, homens da família

Hoje resolvemos vir para a praia a Costa da Caparica.  Quer dizer, eu resolvi, pois os homens cá de casa nem sequer estavam muito nessa. O homem grande porque não em muita paciência para praia fora das férias.  Os homens pequenos porque preferiam ficar por casa e mais tarde ir ao parque jogar à bola. Mas eu estava decidida e então lá viemos todos.
Uma hora para chegar à praia.  Outra hora para estacionar. E duas horas depois de rumarmos à praia lá pusemos os chinelos na areia.
Perto das 19h resolvemos sair da praia.  Mas a fila chegava ao estacionamento.  Voltámos para trás.  Comemos ameijoas e sapateira e bebemos umas caipirinhas.  Às 20h30, mais coisa menos coisa, começámos a ficar com frio (vinhamos vestidos para um dia de praia, não para uma noite de praia), decidimos ir embora. A fila continuava no parque de estacionamento mas agora mais perto da praia, ou seja, ainda pior. Entrámos no carro. Ficámos lá dentro parados e a determinada altura lá nos decidimos a iniciar viagem. Passaram 20 minutos.  Andámos 50 metros (se calhar nem tanto). Talvez pelas 23h esteja na estrada das praias.  Talvez.
Estou caladinha que nem um rato senão o homem grande comete um homicídio nas dunas.

Sem plaquinha é que não!

Estávamos nós a ver a novela, quando se dá o funeral do Fernando. O Fernando foi cremado. A cria mais nova pergunta o que é ser cremado.  Eu explico mais ou menos. E inicia-se o seguinte dialogo:
Martim - Mãe,  tu quando morreres não queres ser cremada pois não?
Eu - Sim quero.
Martim - Porquê?
Eu - Porque não quero ir para baixo da terra.
Martim - Mas depois e os restos de ti que vêm no frasquinho vão para debaixo da terra não é?
Eu - Não filho,  a mãe não quer ir para baixo da terra nem no frasquinho.
Martim - E não vai haver uma plaquinha daquelas com o teu nome?
Eu - Não Martim...
Martim - Olha, assim não,  eu quero a plaquinha!
Eu - Mas para que é que queres a plaquinha?
Martim - Para poder ficar lá sentado ao pé quando tiver saudades tuas e para te ir dar flores...
Eu- Quando tiveres saudades minhas procuras-me no teu coração,  eu vou estar lá (aqui ja eu estava com um nó na garganta)
Martim - E as flores?! Ah, sem plaquinha não...

Que quine ainda vá,  agora SEM PLAQUINHA?!! Isso é que não!

Com quem andará ele a falar?

Ao jantar, dava no telejornal (porque é que chamamos sempre telejornal, eis uma questão para pensarem) uma noticia sobre uma apreensão de haxixe algures neste Portugal.
Ao ouvir a noticia, pergunta a cria mais velha: "ó mãe,  quanta droga podemos ter?"
"Como assim?", pergunto eu.
"Quantas gramas ou kilos de droga podemos ter, com quantos kilos podemos andar? ", pergunta a cria.
"Não podemos, a droga é ilegal, não podemos andar com  droga nenhuma", respondo eu.
"Ah é?  Pensava que podíamos andar com umas gramas, pensei que tinha ouvido dizer isso....", remata a cria com um ar surpreso.

Com quem andará o meu filho a falar?

Martim, o aprendiz de magia

A cria mais nova anda entusiasmada com os truques de magia que uns monitores lá da colónia andam a fazer e hoje chegou a casa determinado a seguir-lhes os passos.
Mas apesar do empenho as coisas não lhe correram como esperava....

Primeiro, munido do baralho de cartas que foi buscar à gaveta, o Martim realizou diversas manobras de baralhar cartas, dividi-las em montinhos e po-las lado a lado. E dizia: "agora vou tirar um 10 de espadas". E saía um dois de copas. Baralhava outra vez, dividia as cartas em montinhos,  colocava-as lado a lado e dizia "agora vou tirar um Ás de copas". E saía um cinco de paus. Fez isto várias vezes, sempre com este resultado,  até que, frustrado e chateadissimo, diz com um ar de quem realmente está incrédulo com a falta de resultados: " Não percebo, eu penso na carta, com tanta força, e não consigo fazer a magia! Como é que eles conseguem mãe? ".
Lá lhe expliquei, tentando não me rir da sua inocência, que essa coisa dos truques de cartas eram isso mesmo, truques,  e que não bastava pensar para as cartas que se escolhiam em pensamento sairem mas ele não ficou muito convencido. 
Então,  do mesmo modo que lhe podia ter dito para ir apanhar o gambuzino que estava na varanda, disse-lhe que tinha que treinar e ir ao youtube aprender os truques. O que eu fui dizer! Jantou num ápice e mal acabou de jantar informou que tinha que se levantar da mesa pois precisava de ir aprender a fazer magia no YouTube.  E foi. Procurou videos e visualizou uns quantos, acompanhando os passos e colocando os videos em pausa a cada movimento de cartas por forma a não perder pitada e não lhe falhar nadinha.
Escusado será dizer que a magia não se deu. E ele, novamente com um ar desfeito,  ia dizendo: "Não percebo, estou a fazer tudo bem, tudo igualzinho, e não consigo...".
Estava ele quase em lágrimas e lá me saiu esta bela ideia: "Não fiques assim filho,  a magia aprende-se, a mãe vai procurar uns cursos de magia para tu aprenderes a fazer truques".

E agora, como é que descalço esta bota?
assim tão simples

Ó meu rico filho!

A cria mais velha teve a infeliz ideia de andar a jogar à bola descalço, num chão que não era certamente de relva. Resultado, tem a sola dos pés cheia de bolhas e mal pode pousar um dos pés no chão.
Consequência,  não pode ir à colónia.
E vai daí está depositado nos avós,  que a malta tem que ir trabalhar e não pode ficar com a cria em casa.

Há pouco, a cria iniciou uma conversa comigo no facebook (modernices). E como iniciou ele a conversa? Com uma série de bonequinhos a mandar beijinhos seguidos da frase I love you.
Ó meu rico filho, I love you too.

É que não valorizam mesmo...

Se está em Touro então é melhor não

Quando uma cliente que tem um problema que se arrasta há anos e que está prestes a resolver-se te diz que não pode formalizar o acordo em determinada semana porque a Lua está em Touro e não é boa altura para acordos, o que dizer? Exacto, fica-se sem palavras.

É isto, a minha vida. Não é espectacular?

&#$*££*@& que pariu

Para não falar aqui de outros problemas que têm assolado a minha vida (e que não são da vossa conta) e do já normal estou-farta-desta-merda-deste-trabalho, eis que os ultimos dias me têm brindado com uma serie de acontecimentos que, digamos, não têm ajudado ao meu bom humor.
Ora vejam só.
Há cerca de 2 semanas, depois de gastar balúrdios a tentar reparar a cabine de banho cá do apartment (que deitava água por todos os lados), chegámos à conclusão que a dita estava podre em alguns dos seus componentes.  Literalmente podre. E vai daí toca de comprar outra cabine.
Pois que vieram cá instalar a cabine e, adivinhem só,  primeira utilização,  primeiro dilúvio.  Água por todos os lados. Pois que estava mal isolado. Isola de novo. Pois que saía água pelos lados. Isola melhor. Pois que saía água por trás.  Muda as bichas (vulgo, tubos) e isola um cadinho mais. Três ou quatro intervenções depois, problema resolvido, cabine a funcionar.

Pensam vocês,  "cabine a funcionar,  banhoca na cabine nova". Errado. A caldeira tem uma síncope.  Dá-lhe o badagaio. Capute. Sem explicação.  Na manhã de sexta feira funciona.  Ao fim do dia de sexta feira está morta. Exacto, sexta feira. Veio o técnico sexta feira às dez da noite mas o problema é da peça.  E à sexta feira à noite não há peças.  E, pasme-se, ao sábado e ao domingo também não.  Fim de semana sem água quente. A tomar banho em casa dos vizinhos. E isto não é em sentido figurado.  Só que os vizinhos, que moram 3 andares abaixo, são amigos da vida. Ainda ontem de manhã vinha eu de roupão, toalha na cabeça e bolsa de higiene na mão,  no regresso da minha banhoca no primeiro andar, quando encontro outro vizinho na escada.  Ficou com ar de quem estava a achar tudo muito estranho mas não disse nada. Foi a sorte dele.

Mas tudo tem solução e ontem à noite o senhor lá veio com a peça e fez a substituição,  os testes, tudo ok. Acabaram-se as incursões na escada em figuras duvidosas. Era não era? Pois era para ser mas não foi. Esta manhã a caldeira voltou a não funcionar. Lá rumei eu ao primeiro andar para a minha banhoca matinal. O técnico voltou. Parece que a peça tinha defeito. Amanhã vem nova peça. Entretanto nova romaria à casa da vizinha logo pela manhã.  

Acrescendo a esta epopeia o facto de andar há mais de uma semana a levantar-me às 7 da manhã e a preparar a marmita para as crias levarem para a colonia de férias (marmita que inclui 2 lanches e um almoço pic nic para cada um praticamente todos os dias, que é como quem diz que ainda mal abri a pestana e já estou a fazer ovos mexidos, a preparar sandes de frango ou a grelhar hamburgueres), a levar os putos à colónia e a voltar para casa para tomar banho e ir trabalhar e aturar pessoas e problemas todo o dia, imaginem só a disposição que me assola.

Se tivesse determinação para meditar este seria o meu mantra.