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O que eu queria mesmo era ser Dondoca profissional

É com algum desalento que chego à conclusão que o que eu queria mesmo mesmo mesmo era não ter de trabalhar.
Desalento porque tal não é possível.
Desalento porque tal não me parece vir a ser algum dia possível.
Desalento porque tal conclusão é uma constatação de uma certa ( e forte) preguiça e falta de vontade para tudo e mais alguma coisa que se tem vindo a apoderar de mim de há uns anos a esta parte.
Desalento porque ando há já muito tempo a enganar- me a mim própria, a quem tenho tentado convencer que gosto muito do que faço e que o problema é o contexto em que estou inserida e o modelo de exercício da profissão.

Balelas, mentiras! Estou farta, tudo me chateia, não tenho paciência para nada, pouco faço com verdadeiro prazer, em termos profissionais.

E como, após muito pensar (em varias fases da minha vida ) acerca do que gostaria realmente de fazer profissionalmente, do que me realizaria mesmo, não chego a conclusão alguma, tudo leva a crer que o que me faria muito mas muito feliz e realizada era ser Dondoca : acordar cedo ( ok, resigno- me a esta inevitabilidade de quem tem filhos em idade escolar, por ainda muitos anos), preparar as crianças para a escola, levá-las mesmo à escola, tomar o pequeno almoço tranquilamente num café simpático a ler as notícias do dia no meu IPhone, ir ao ginásio, treinar tranquilamente e sem pressas, fazer uma sauna e um jacuzzi, tratar de assuntos pessoais e familiares, almoçar com uma amiga, fazer umas comprinhas, ir para casa escrever alguma coisa, ler um livro ou dormitar, ou então fazer uma massagem ou uma limpeza de pele, ir buscar os miúdos à escola cedo, ir ao parque com eles, ir para casa, ajudá- los a fazer os trabalhos de casa, pôr o jantar a fazer e enquanto ele se faz dar banho aos miúdos e brincar um bocadinho com eles, jantar cedo, deitar os miúdos cedo, tudo sem stress....
Eu merecia, juro que merecia!

Pronto, já disse.

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