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Orgulhosamente mãe. Pouco orgulhosamente pessoa deste mundo.

Depois de um Natal em família, tranquilo e harmonioso, como é suposto e se pretende, segunda feira foi dia de arrumações.

As crianças cá de casa tinham ordens expressas para não abrirem ( vulgo, espalharem) os brinquedos recebidos na consoada enquanto não fizéssemos a há muito prometida "escolha de brinquedos para dar" que, entre outras funcionalidades, permitiria arranjar espaço nos armários, gavetas e estantes do quarto dos brinquedos para albergar os recém chegados gormitis, puzzles, maquinas de tatuagens do wrestling (é verdade, isto existe e o Gonçalo recebeu um exemplar - D., vou- te matar), jogos, livros, pistas do Hot Wills (que felizmente foram oferecidas ao Martim, para meu descanso, pois o pobre só tinha prái 10), guitarras eléctricas dos gormitis com óculos e microfone incorporados (que pela amostra da actuação da noite de Natal vão proporcionar uns serões bem animados por estas bandas), etc, etc, etc.

Em pouco mais de 2 horas enchemos uns quantos sacos tipo IKEA com jogos, puzzles, carros telecomandados, consolas de carros de corrida para ligar à TV, carros, carrinhos, bonecos, bonequinhos, estação espacial do Wall-E, mini-mesa de snooker (que os miúdos receberam uma mesa de jogo à séria, com snooker, matraquilhos, Ping pong, etc - que apesar do tamanho estou convencida ter sido uma bela opção aqui dos progenitores, pois em pandilha com a PS3 e o fabuloso jogo do PEZ 2012, tem feito do quarto dos brinquedos um poiso quase permanente da prole, o que deixa a malta descansar um bocadinho) e outros brinquedos em bom estado ( alguns mesmo por estrear ou praticamente virgens), pistas de Hot Wills (e ainda ficaram para a troca), enfim, umas centenas de euros de "investimentos" de pais, avos, primos e amigos, que bem tinham feito melhor se lhe tivessem dado outro uso, mais nobre...

E lá pegámos na sacalhada e nos brinquedos que não cabiam em sacos, enfiámos tudo no carro, e fomos a Caneças, entregar a uma instituição que acolhe meninos sem família ou retirados à mesma por razões diversas.

Foi uma alegria ver aqueles meninos tão contentes com os novos ( literalmente) brinquedos.

Foi um orgulho ver os meus filhos, sentados no chão com todos aqueles meninos, a ensinar a montar alguns dos brinquedos, a explicar como funcionavam outros, de igual para igual como na verdade é.

Foi uma tristeza sair de lá com um aperto no coração, por tudo o que não faço por estes meninos e outros que estão em iguais circunstancias, por todo o egoísmo que domina a vida da pessoas ( sendo de salientar que me considero incluída nesta espécie) que só olham para o seu umbigo e só se preocupam com os seu progresso, com a sala com mais 5 m² que há-de ter a casa que um dia comprarão, com os estofos em pele do carro que hão-de encomendar, com a mala Carolina Herrera que já viram no El Corte Inglês...

Como diria o outro, "bela merda" esta forma de vida.



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