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As ferias: a preparação e o inicio

Depois de uma ultima semana de trabalho verdadeiramente de loucos, a trabalhar até às tantas e sempre a abrir por forma a deixar tudo o que é urgente e importante tratado e a passar para a agenda da semana do regresso tudo o resto que não foi possível tratar antes das ferias, eis que entro FINALMENTE de ferias. Já com o amargo de que a semana do regresso vai ser do camandro, de tal forma preenchida que já está a agenda...

Entro de ferias e toca de tratar de coisas essenciais para que uma mulher possa ir para as mesmas condignamente: manicure, pedicura, depilação. 5 horas e 150€ depois, está cumprida a primeira etapa.
Passamos à segunda etapa: fazer malas. Como em todas as ferias, prometo a mim mesma que este ano levo só e apenas o essencial. Como em todas as outras ferias, o essencial é uma brutalidade, de roupa, sapatos, malas, malinhas, maletas, acessórios, etc etc etc. Como em todas as outras ferias, o mais provável é não usar metade. Mas como em todas as outras ferias, é melhor levar e não usar do que querer usar e não ter levado.
Como em todas as outras ferias, o homem dá-lhe um fanico quando vê a quantidade de malas e sacos que constituem a bagagem essencial, e começa a abrir os sacos tentando encontrar algo que afinal não seja assim tão essencial e possa ficar em casa. Sempre comigo na retaguarda, a enfiar mais fundo no saco tudo o que ele tenta tirar. Ele a dizer que não vai caber tudo, eu a insistir que cabe sim senhor, cabe sempre. E cabe. Não cabe é mais uma mosca.
Nesta parte já os miúdos estão num excitamento, sempre a porem-se se à frente de uma pessoa, a quererem participar nos preparativos, a quererem ajudar mas a atrapalharem muito mais do que ajudam.
Quando saímos de casa somos uma família à beira da rotura, em que todos gritam (embora, modéstia à parte ninguém me ganhe, nem em volume nem em frequência nem em regularidade).
Saio para ferias com o carro carregado de sacos e saquinhos, aos gritos com os pobres dos miúdos que mal se se conseguem mexer e com sacos no meio das pernas. Fazemos a viagem. Ao fim de 20 dos 200 km começam os miúdos a perguntar se falta muito, quantas horas, quantos km... Isto de 5 em 5 minutos. Até que começo novamente a gritar, desta vez para se calarem, depois para não discutirem.
Chegamos ao destino, tiramos as 38 malas do carro, os putos a quererem ajudar. E eu, toca de gritar, porque estão a atrapalhar, porque não fazem o que digo, depois porque sim, porque não, porque tudo, porque nada.
Instalamo-nos. Os miúdos com uma energia e um excitamento que me dão cabo dos nervos. E sempre a implicarem um com o outro.
E eu, claro, a gritar que me farto.

No primeiro dia de ferias, só me apetece voltar para casa. Os miúdos estão impossíveis e portam-se pior que sempre. E querem jogar à bola e às raquetes e ao raio que os parta. Ó mãe isto, ó mãe aquilo, o mãe o Martim fez isto, ó mãe o Goncalo está a fazer acoloutro. E eu, que nessa altura ainda não comecei a descomprimir ( nem pouco mais ou menos) e que só me apetece estar deitada sem fazer nada, o que faço? Grito para me deixarem em paz, para se entreterem sozinhos.

Para o ano acho que hiberno 2 dias e depois vou lá ter às férias...

2 comentários:

  1. Subscrevo....

    É tudo verdade...só mudam os nomes!

    Férias...férias...sózinha dava cá um jeitão ...
    :-) :-)

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  2. Carla Malaquias12:09

    Caramba, depois de ler o teu relato e me rever nele em cada virgula, ainda me aptece menos ir de férias....Que seca vai ser!
    Depois de um ano inteiro a tentar habituar-me a rotina do trabalho vem as 2 semanas a quem algumas pessoas chamam de férias…
    ;)

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