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Não vale batota!

Resumo do dia da mags:

07h50 - mags acorda, toma banho, sai do banho, acorda um filho (que o outro ficou a dormir na avó), veste-se, faz o pequeno almoço do filho, arranja a lancheira do filho, seca o cabelo, sai de casa com o filho.

08h55 - mags sai de casa em cima da hora mas como a escola é perto consegue deixar o filho às 09h05, apesar de demorar mais a entrar na praceta da escola do que a fazer o percurso casa-escola porque pessoas civilizadas e respeitadoras de terceiros param o carro no meio da estrada à porta da escola, saem do carro, tiram as mochilas das criancinhas dos porta bagagens, fecham os porta bagagens, dão beijinho de bom dia às criancinhas, acompanham as criancinhas mais perto do portão da escola, voltam a entrar no carro, vão-se embora, seguindo--se-lhes, à vez, outras pessoas civilizadas;

09h05 - mags, como não é civilizada, não pára no meio da estrada e estaciona de forma a permitir a normal circulação na via, sai do carro, vai levar o filho à porta da escola e como tem o carro um pouco mais ao lado do portão da escola apanha mais chuva que as pessoas civilizadas acima referidas, chuva miudinha e irritantezinha. mags fica com a neura;

09h50 - depois de tomar o pequeno almoço, mags segue para um cliente onde fica o dia todo e de onde sai às 08h20 da noite; pelo meio, mags almoça com uma amiga (uma coisa boa do dia) e faz uma pausa à tarde numa animada conversa sobre o Rio de Janeiro, conversa em que uma portuguesa a morar no Rio conta as suas experiências na cidade maravilhosa, dá umas pistas sobre o desenrolar da Av. Brasil e fala da visita a Buenos Aires, a Paris parada no tempo.

20h20 - mags sai das instalações do cliente, em Alfragide, e vai a casa (em Odivelas) buscar o marido para o levar ao pé da Assembleia da Republica, com o duplicado da chave da caixa da mota (aquela que faz de porta bagagens) para ver se lá dentro está o duplicado da chave da própria mota pois o original da dita (juntamente com o original da chave da caixa, está bom de ver) ficou dentro do receptáculo existente no banco da mota, que se fechou antes que o marido da mags se lembrasse que tinha pousado a chave lá dentro enquanto procurava qualquer coisa.
De referir que entretanto o marido da mags deixara a mota e fora a casa, de onde lhe ligou cerca de 10 vezes, crê-se que para desabafar o infortúnio, embora as perguntas fossem no sentido do chamamento do dom adivinhatorio de mags. Mas não, mags não fazia a mais pequena ideia de onde estava a chave suplente da mota, não a tirou da caixa de madeira das chaves suplentes, não se lembra se ele a pôs no armário da garagem, não a tirou da mesa de cabeceira, não, mags não sabe nada sobre essa chave, até porque não conduz a mota, nem tem como hobbie arrumar chaves suplentes em sítios esquisitos, mags não consegue ajudar.

21h30 - depois levar o marido de volta à mota e de este lá encontrar o duplicado da chave da mota, ultima esperança antes de chamar o reboque, mags chega a casa, onde estão os seus filhos (a quem a avó levou ao treino e deu jantar), o afilhado e uns amigos que sao também vizinhos do bairro e tinham acabado de chegar para um cafezinho.

22h20 - mags vai buscar jantar à churrasqueira do prédio, janta com seu marido e quando vai pôr a louça na maquina eis que esta está cheia de água e avariada.
Na verdade, depois de o botão de ligar/desligar ter desaparecido sem explicação, a maquina passou a ser ligada com "ligação directa" (dedo directamente na parte interior, que normalmente fica tapada pelo botão) mas passados uns tempos a coisa complicou-se e passou à fase em que a parte interior também já não estava a funcionar bem e precisava do auxilio de uma rolha, para fazer pressão. A rolha lá esteve enfiada durante umas semanas, mas a coisa voltou a complicar-se e desta vez nem a rolha salvou a situação. A máquina faleceu. Cheia de água lá dentro. E não, a casa da mags não é um barraco, a mags é que deixa sempre para o dia seguinte o telefonema para a assistência técnica da marca da máquina, porque basicamente só se lembra do problema quando vai pôr a maquina a lavar, ou seja, à noite, quando a assistência técnica está fechada.

23h00 - depois de os amigos terem ido embora e o afilhado também, os filhos da mags vão deitar-se e o marido da mags vai preparar o saco para o jogo de futebol do filho mais velho, que amanhã tem jogo às 09h da manha mas que tem que estar no sitio do jogo uma hora antes, para a concentração. Como mãe zelosa que é, mags vai atrás a fazer de carro vassoura e ainda bem porque no saco faltavam coisas como chinelos para o banho depois do jogo, toalha de banho, produtos de banho.

23h20 - mags lava a louca toda à mão, sendo que hoje, azar dos azares, as crianças jantaram umas sobras que estavam no frigorifico e resolveram comer sobremesa no prato, recipientes que vieram aumentar a quantidade de louça para lavar. E o que a mags adora lavar tuperwares que contiveram guisados.
Terminada a tarefa da louça, mags tira o rodapé dos armários por forma a limpar a água que entretanto saiu da maquina para debaixo da mesma e dos armários, mags limpa a agua, arruma os brinquedos que as crianças deixaram espalhados na sala, arruma casacos, endireita sofás, passa o swifer no chão da sala.

Quem quiser um dia como este da mags, depois de uma semana a trabalhar como uma mula, ponha o dedo no ar. Só um dedo, não vale batota.

1 comentário:

  1. Querida amiga, coragem!

    É a única coisa que se me oferece dizer-te :)

    Bjs.

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