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Faz hoje 13 anos...

Faz hoje 13 anos que nos casámos,  que jurámos amor, respeito e fidelidade,  na alegria e na tristeza, na saúde e na doença,  em todos os dias da nossa vida, até que  morte nos separe.
Faz hoje 13 anos que vivi um dos dias mais felizes da minha vida, um dia em que me diverti à grande.

Guardo na memória, com a sensação de que foi ontem, alguns episódios desse dia, episódios cuja lembrança ainda me faz sorrir.
A linda e profunda frase que o meu pai te disse quando te passou o testemunho (eu) no altar - "Agora estraga-a" é maravilhoso!
O padre a cantar o que parecia ser uma opereta e eu quase a escangalhar-me a rir (está documentado).
A constatação de que os bonecos do bolo eram 10 vezes maiores do que os que tinhamos escolhido (e eram, além disso, um pavor de feios).
E, cereja no topo do bolo, a cara do portageiro quando me viu vestida de noiva, às duas da manhã,  a guiar o carro e sozinha dentro dele. Ele bem espreitava, para ver se estava lá mais alguém mas não, não estava, que tu tinhas ido a guiar o carro da noiva (que era suposto ser levado pela tua mãe) porque a tua mãe não estava à vontade com o carro, que era de mudanças automáticas. Nem nos ocorreu que podiamos ir os dois nesse carro e que a tua mãe pudesse levar o carro em que era suposto nós seguirmos e arranjámos esta brilhante solução: eu fui num carro, sozinha e tu foste com a tua mãe,  noutro carro. Encontrámos-nos à porta de casa dela e então seguimos os dois. Acho, sem querer levantar falsos testemunhos, que estávamos os três com os copos.

Ao longo destes 13 anos amei-te, uns dias mais outros menos, outros com a sensação de que quase nada. Confesso que alturas houve (e certamente haverá mais) em que desejei que fosses trabalhar para o Dubai ou para o Brasil, para me desamparares a loja. Mas mesmo nessas alturas sempre te amei, como vês nunca desejei que fosses para a Sibéria ou para a África profunda. Escusas de me ficar grato.
Ao longo destes 13 anos sempre te respeitei, mesmo quando discutimos aos gritos e com insultos mútuos.  Sim, que nós é de faca e alguidar e à frente de quem for, quem assiste até pensa que a coisa é mais séria do que realmente é. Se calhar somos desequilibrados.  Acho que somos. Os dois. Só um bocadinho.
Ao longo destes 13 anos sempre te fui fiel. Se não tivesse sido também não to ia confessar agora mas para que conste, tenho sido. Mas não durmas na formatura, que isto na vida nada é garantido.

13 anos depois de casarmos, 20 anos depois de nos embrulharmos, cá estamos, felizes e contentes. Diferentes como da noite para o dia (eu do Benfica, tu do Sporting, eu amante de rock, tu de música do aperta-o-papo - a prova provada de que o Rui Veloso, no seu Anel de Rubi, falta à verdade -, eu apreciadora de filmes romanticos, tu de filmes de acção, eu aficionada em livros, tu o mais que lês é o jornal desportivo), mas compatíveis em tudo o que importa, companheiros, amigos, amantes, unidos na alegria e na tristeza, na saúde e na doença,  até que a morte nos separe. De preferência a tua, que se eu morrer primeiro vou-te fazer muita falta e não quero ver-te sofrer amori mio.

Obrigada por estes 13 anos. Obrigada pelos filhos maravilhosos que me deste. Obrigada por me aturares nas alturas em que sou insuportável. Obrigada por me apoiares sempre, por amares os meus, por estares sempre lá.
Sei que não to digo com a frequência que o mereces,  mas Amo-te.

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