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Das coisas boas que fazemos na vida.

Às vezes fazemos boas escolhas, opções acertadas, mas não paramos para reconhecer, perante nós mesmos, que assim foi, para colher os louros das boas decisões.

E uma das boas opções que tomei na vida foi a de ter dois filhos com uma relativamente curta diferença de idades.
Dois anos separam os meus filhos.
Não nego que nos primeiros tempos foi cansativo, em determinados dias desesperante até,  pois encaixar dois bebés numa vida profissional intensa não é pêra doce. Acordar 20 vezes por noite porque um comia de 2 em 2 horas, queria água,  leite, xixi, e nos intervalos o outro tinha pesadelos, não é o ideal de noite de ninguém.

Tive a sorte de ter um marido com o sono mais leve do que eu, e menos preguiçoso do que eu, e que, consequentemente,  se levantava mais vezes de noite do que eu para ir acudir às necessidades do quarto ao lado (confesso que muitas vezes não ouvia as chamadas nem os choros e outras tantas ouvia mas ficava quieta à espera que "alguém" se antecipasse a mim no dificil acto de levantar o corpinho da caminha quentinha a meio da noite e ir aquecer leite, ou buscar água,  ou segurar a criança na sanita).

Tive a sorte de ter uma tia que tomou conta de cada um deles até terem completado um ano e meio de vida, o que me permitiu estar completamente descansada durante o dia de trabalho, que muitas vezes ia até tarde, e não ter aqueles anseios e stresses que via e vejo em muitas mães de crianças pequenas.

Tive a sorte de ter uma sogra fantástica e com disponibilidade para me quebrar os galhos (tipo ir buscá - los muitas vezes ao infantário) e para ficar com eles muitas vezes, para eu apanhar ar, sair para jantar ou simplesmente ficar esparramada no sofá.

Tive a sorte de ter uns pais que sempre adoraram ficar com os netos, pelo que tambem os despachava para lá de quando em vez, e ficávamos todos felizes e contentes.

Tive a sorte de ter dois meninos fantasticos, que nunca fizeram grandes birras, que sempre foram relativamente autonomos e despachados (embora tambem seja verdade que não tiveram grandes abébias, pois andavam sempre a toque-de-caixa, que isto de serem dois desincentiva automaticamente as mães de fazerem tudo aos meninos).

E agora tenho a sorte de ter dois meninos que se adoram e são verdadeiros compinchas de brincadeira, pois na verdade têm quase a mesma idade! E que se dão lindamente com os amigos um do outro, nomeadamente o mais novo com os amigos do mais velho, que lhe acham imensa piada e estabelecem com ele uma relação engraçada.

Hoje, por exemplo, um amigo do Gonçalo veio dormir cá a casa. Despachados os banhos enfiaram-se no quarto a brincar (traduzindo, a jogar play station). Pararam para jantar e voltaram para o quarto. Estão lá há mais de duas horas, os três,  a jogar em torneio e a falar e a rir. Com igual cumplicidade entre os três. Em perfeita hamonia. Não vieram à sala uma unica vez, só ouvimos as conversas e os risos.
Um mimo!


1 comentário:

  1. Foi mesmo uma boa opção! Eu bem vejo agora como o meu está mimado e a dar comigo em louca... E eles são os dois o máximo!

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